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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Monark e o Partido Nazista – Texto: Ronald Thompson

Vi como positivo o cancelamento (expressão bem própria da atualidade) do YouTuber Monark. Ao afirmar que deveria haver a legalização do Partido Nazista no Brasil, surgiu uma reação visceral (que ainda não parou).

Não são bonecos. São seres humanos assassinados pelo nazismo

Logo no início da onda de protestos, Monark renunciou a sociedade que mantinha no Flow PodCast, um dos principais Podcast do Brasil.

Em seguida, a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público de São Paulo, manifestaram a intenção de processar o YouTuber. A comunidade judaica protestou com veemência e o episódio ganhou as páginas da imprensa mundial.

Mas qual é o porquê da defesa

do Nazismo ser tão repudiada?

Durante o governo de Hitler na Alemanha, até o final da Segunda Guerra Mundial, trens por toda Europa, transportavam os Judeus até os denominados campos de concentração.

Eles eram enfiados de qualquer jeito em vagões de trem, que na maioria das vezes não possuía assentos. Empurrados e exprimidos até não caber mais, então à porta era fechada (uma tarefa bem difícil, tamanha a quantidade de gente).

Crianças no infame campo de concentração de Auschwitz

Este amontoado continha adultos, idosos e crianças; homens e mulheres. O trajeto durava horas e horas. Por vezes dias. Novamente: amassados, uns contra os outros, as pessoas urinavam, defecavam e vomitavam. Comum eram haver mortes no trajeto e os mortos iam apertados contra os vivos.

Ao chegar aos campos de concentração, as portas dos trens abriam e aquela gente era despejada para fora (literalmente).

Segundo relatos, o cheiro era horroroso. Na recepção, outros judeus que já estavam no campo de concentração cochichavam nos ouvidos dos que acabaram de chegar: “diga que você é alfaiate”; “diga que você é cozinheiro / cozinheira” ou algo do gênero.

Os judeus que compreendiam, e mesmo que fossem engenheiros ou uma professora, diziam ser mecânicos ou cozinheiras, era separado da família. Algo como "preencher uma ficha". Enquanto isso, os demais seguiam. Como estavam vomitados, defecados e urinados, iam para o chuveiro.

O problema é que o tempo passava, e aquele que foi preencher a ficha, faz tempo, havia tomado banho, raspado a cabeça e tatuado um número no seu braço ou outra parte do corpo, para que fosse identificado, caso necessário.

E essa pessoa começava a perguntar pelos familiares. Então ficavam sabendo ...

E os que iam para o chuveiro?

Quem seguia ia até um local que parecia um vestiário. Lá todos tiravam a roupa imunda, vomitada, defecada e urinada. Nus entravam nos “chuveiros” e a porta então se fechava.

Na verdade, não se tratava de chuveiros. Mas sim câmaras onde gás zircônio era liberado e quem estava dentro morria por sufocamento. Adultos, crianças e idosos. Os corpos depois, seguiam para os crematórios.

Dói imaginar o dia a dia dessas pessoas em Auschwitz

Um dos judeus que havia sido escolhido e contabilizado como algum tipo de profissão que poderia servir ao campo de concentração, cozinhando, costurando ou fazendo outra coisa, perguntou ao guarda desesperado: “onde está a minha família?”. E o nazista apontou a chaminé dos crematórios e respondeu: “está vendo aquela fumaça ali? É a sua família”.

Monark é um idiota. Sua justificativa foi de que estava bêbado ao defender a criação do partido nazista. Quem assiste ao Flow sabe que ele bebe e fuma maconha rotineiramente durante os programas. Mas o Nazismo foi tão brutal, que não dá para perdoar.

Só para os leitores terem uma ideia, estima-se que SEIS MILHÕES de Judeus tenham morrido em campos de concentração, da forma como narrei acima. Pelo menos 60 milhões de seres humanos morreram durante a Guerra Mundial provocada por Adolf Hitler.

CLIQUE AQUI E ASSISTA AO RELATO DE UMA SOBREVIVENTE DO HOLOCAUSTO

Não permitir que o Nazismo ganhe expressão na sociedade é fundamental. Não dá para transigir com Estado que pratica barbáries. E no meu modo de pensar, o mesmo deve servir para todos os regimes autoritários.

Ninguém que realmente deseje a criação de uma nação ou um mundo melhor pode defender qualquer regime que adota políticas que brutalizam os seres humanos. Não existe tortura de direita e tortura de esquerda. Tortura é tortura. E quem tortura e mata é bandido da pior qualidade.

Neste Mundo repleto de conflitos, em que uma estudante de medicina reclama do fato da morte de uma paciente ter atrapalhado seu horário de descansar, sinaliza para uma tragédia.

Ou aprendemos que o bem estar do outro é importante, e que este outro tem o direito a suas próprias opiniões (desde que não defenda torturas e barbáries), a crer na religião que quiser, a ter a sexualidade que tiver; ou a espécie humana corre risco de extinção.

A riqueza principal que a história nos proporciona é justamente a diversidade. Somos Sete Bilhões de pessoas, habitando um pequeno ponto azul no espaço, com recursos finitos.

Precisamos desenvolver o senso de convivência. Se não for assim, será “o fim da odisseia humana na Terra”, como diz o verso de uma famosa canção.


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1 comentários:

  1. Aplausos e glórias pela atitude do poder público eliminar quaisquer ruptura dos direitos humanos. Pessoas que defendem o Nazismo é digno não só de ser cancelado de sua rede de comunicação, mas ser levado a uma instituição de tratamento porque sofre de problemas mentais gravíssimos à sociedade.

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Carlinhos Barrias - Bar dos Amigos

 


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