Há
seres humanos que são especiais. Onde estão, estão para ajudar na construção de
uma sociedade melhor. Este é o caso do fidelense, que Itaocara adotou como
filho, Leandro Botelho Ramos, Suboficial da Polícia Militar, comerciante,
marido da Patrícia, pai do Luan, do Inácio e do Felipe, alguém cuja história de
vida pode ser resumida nas palavras Lutar, Servir, Honrar e Construir, tudo
voltado a um Mundo melhor.
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O Suboficial Leandro Botelho há 30 anos servindo e protegendo |
Nova Voz ONLINE – Primeiro gostaria que contasse aos nossos leitores sobre sua infância. Como foi?
Leandro Botelho - Fui criado com muita dificuldade no 3º distrito de São Fidélis, Tabuinha. Como a maioria das crianças da época, moradora da roça (zona rural), brincava bastante e também ajudava nas tarefas domésticas, como tratar dos animais, varrer o quintal, etc. Cursei o primário em uma escola da localidade, onde tinha que caminhar em média 3 km de casa até a escola.
Nova Voz ONLINE – Pode falar um pouco sobre o seu pai e sua mãe?
Leandro Botelho - Meus pais foram essenciais na minha criação. Foram visionários, pois numa época difícil, conseguiu dar estudo a 10 filhos. E isso mantendo uma casa em São Fidélis, com os filhos mais velhos cuidando dos mais novos, para que pudéssemos concluir os estudos.
Nova Voz ONLINE – Realmente visionários.
Leandro Botelho - Meu pai, Júlio de Souza Ramos, homem de poucas palavras, íntegro e com um coração gigantesco, sempre em busca do melhor para os filhos. Em especial, sou eternamente grato aos meus irmãos Edson e Claudia que sempre cuidaram de mim e foram meus exemplos.
Nova Voz ONLINE – Tem alguém ou mesmo mais de uma pessoa que guarda em sua memória de forma especial, nesse início de vida?
Leandro Botelho – Tenho muitos. Porém quero destacar o professor de Educação Física Namir Machado, pelo seu jeito organizado e disciplinador que me inspirava bastante.
A Mudança para Itaocara,
à esposa Patrícia e a Paternidade
Nova Voz ONLINE – Por que e quando veio para Itaocara?
Leandro Botelho – A Polícia Militar, além de tantas coisas boas em minha vida, me trouxe a Itaocara. Em 1993, eu já era policial e houve uma troca em Itaocara, que então pertencia ao 8º BPM de Campos e passou para a Administração do 29º BPM, de Itaperuna. E assim, cheguei a Itaocara.
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Com a esposa Patrícia e os filhos |
Nova Voz ONLINE – Quais as primeiras lembranças de Itaocara?
Leandro Botelho – A minha memória sobre Itaocara é emocional. Eu adoro esse lugar. Cidade tranquila, povo acolhedor. Nessa chegada, eu me lembro dos bate-papos no fim de semana e futebol no Itaocara Campestre Clube. Fui logo fazendo amigos, me sentindo em casa.
Nova Voz ONLINE - Como a Patrícia, sua esposa, apareceu em sua vida? Que lembranças têm do casamento de vocês?
Leandro Botelho – Conheci a Patrícia quando trabalhei em Aperibé. O casamento foi muito marcante na minha vida, trouxe o amadurecimento que me faltava.
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Curtindo um visual paradisíaco, ao lada da esposa Patrícia |
Nova Voz ONLINE – Quando pensa na sua história de vida, a Patrícia é o personagem que veio fazer a diferença no seu dia a dia?
Leandro Botelho – Com certeza. Mulher guerreira, de fibra que só veio a somar. Companheira, amiga, boa mãe. Faltam adjetivos. Sou muito grato a Deus por ter colocado uma pessoa fora de série, igual à Patrícia, na minha vida.
Nova Voz ONLINE – E você se tornou Pai. Como foi a sensação de receber a notícia da paternidade?
Leandro Botelho – Quero confessar que tenho dificuldade de descrever o que senti. Aperto no coração e frio na barriga. Felicidade sem explicação, ao mesmo tempo consciência de responsabilidade sem limites. Luan, Inácio e Felipe são o melhor que existe. O presente que Deus confiou a mim e a Patrícia. Meus filhos maravilhosos.
30 anos de carreira
na Polícia Militar
Nova Voz ONLINE – Uma parte importante da sua vida é a Polícia Militar. São 30 anos de carreira. Eu quero que nos conte o motivo de ter escolhido a PM e como foi seu processo de seleção?
Leandro Botelho – Aos 18 anos servi o Tiro de Guerra (Exército Brasileiro) em São Fidélis. Na família do meu pai, já havia militares e meu irmão ajudou na hora da escolha. Foi bem difícil, porque houve uma mudança no ingresso da PM, onde passou a exigir o Ensino Médio, o que antes não exigia. Foi tudo muito novo. Éramos testados a todo instante. Só para terem uma noção, quando ingressei na PM, o Curso de Formação havia dobrado de tempo, passando de seis meses, para um ano, em forma de internato no CFAP, Rio de janeiro. Fomos desbravadores daquele momento.
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Na escola Estadual cujo nome homenageia seu companheiro de farda, que tombou no cumprimento do dever, Sub. Ten. Hentzy |
Nova Voz ONLINE – Como é lhe dar com os imprevistos de uma profissão de tantos riscos, especialmente no Rio de Janeiro?
Leandro Botelho – Ser policial é ser profissional. O aprendizado nos cursos da PMERJ é bom. Agora cabe a cada um ter a sabedoria de praticar o que aprendeu. Estar SEMPRE CEM POR CENTO ALERTA, para não ser surpreendido. Não é fácil, mas eu acredito que Deus sempre nos protege.
Nova Voz ONLINE - Neste caso, o tempo é um aliado e você aconselha os policiais mais novos buscar ouvir a experiência dos mais antigos?
Leandro Botelho – A vivência me ensinou, que em toda Instituição é importante mesclar juventude com experiência. Saudosos amigos, como os guerreiros Sub Tenente Hentzy e Sub Tenente Dener, foram grandes mestres da minha profissão. Inspiro-me neles para o trabalho que realizo no dia a dia.
O Projeto Itaocara + Verde
Nova Voz ONLINE – E agora você está plenamente engajado no Projeto Itaocara + Verde. O que te leva a abraçar entusiasticamente essa atividade?
Leandro Botelho – O Projeto Itaocara Mais Verde foi idealizado pela Elaine Freixo e fui convidado a participar. Estou sim, muito engajado, por defender o meio ambiente e preocupado com a nossa região, uma das mais desmatadas no Estado do Rio de Janeiro. Nós, brasileiros, precisamos apenas deixar de reclamar. Temos que agir. Participar de movimentos onde moramos, voltados a criar lugares melhores, para todos. Cidadão que é cidadão, defende seus direitos, mas cumpre, igualmente, os seus deveres.
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Botelho com seus amigos do Projeto Itaocara + Verde |
Nova Voz ONLINE – Para fechar o nosso bate papo, quero lhe pedir para ficar a vontade e incluir qualquer coisa que tiver ficado faltando.
Leandro Botelho – Minha vida ... Uma caminhada difícil, onde muitas vezes chorei. Todavia não perdi a cadência do combate. Quando aluno, cheio de esperança e dedicação, me tornei Guardião da Sociedade. E assim, como fragmento da canção do Policial Militar: “uma verdade vamos encontrar...”, Até aqui me ajudou o nosso Deus, e por esse motivo, estou alegre a festejar. Vou romper marcha inundado de contentamento e com a satisfação de dever cumprido. Missão dada, Missão cumprida.