Nosso
colaborador, na área de esportes, Henrique Chiapini Pereira, fala abaixo sobre
o Brasileirão 2019, e também sobre os clubes do Rio de Janeiro, e o que os
torcedores podem esperar deles, até o final do ano.
Nova
Voz On Line
– No final de semana, aconteceu a 12ª rodada do BRASILEIRÃO 2019. Atingimos
pouco menos de um terço da competição. Do que viu até agora, qual é o balanço a
ser feito?
Henrique
Chiapini Pereira
– Por ser um campeonato bastante equilibrado, o Brasileirão é considerado um
dos mais disputados do mundo. Toda especulação é válida, porém é extremamente
difícil indicarmos quem realmente brigará pelo título, ou mesmo contra o
rebaixamento. Nesse ano, algumas surpresas já começaram a surgir, em apenas 12
rodadas. Enquanto Grêmio e Cruzeiro estão abaixo do esperado, o Santos
surpreende positivamente. Mesmo vivenciando uma crise econômica, a equipe
comandada por Jorge Sampaoli, é quem lidera o campeonato, deixando Palmeiras e
Flamengo para trás, grandes potências que tiveram uma queda de rendimento nas
últimas rodadas.
Nova
Voz On Line
- No pós Copa América, parece que o Palmeiras, que era líder, começou a
oscilar. O mesmo aconteceu com o Flamengo no ano passado. Pode especular sobre
o motivo dessa variação, que sempre ocorrer com as interrupções?
Henrique
Chiapini Pereira
– As paralisações do Campeonato Brasileiro prejudicam, essencialmente, as
equipes que lideram a competição. Talvez pelo fato de estarem colecionando ótimos
resultados, passam a relaxar, com treinamentos mais tranquilos, enquanto os demais
se preparam com maior intensidade, almejando sair de uma posição
desfavorável. Sendo assim, os líderes acabam surpreendidos. Além disso, interromper
um processo de consecutivas vitórias, culminando em liderança, é como
interromper o calor de um jogo de futebol, no qual um time está em considerável
vantagem. As paralisações esfriam as equipes.
Nova
Voz On Line
- Já o Santos, como você mesmo ressaltou, depois da Copa América, tem
colecionado ótimos resultados, não é mesmo?
Henrique
Chiapini Pereira
– Depois de um Campeonato Paulista conturbado, em que Jorge Sampaoli enfatizava
a necessidade de reforços, poucos eram aqueles que acreditavam no poderio
santista. Na verdade, o foco total do Santos para o restante da temporada, será
o Brasileirão, pois a equipe foi eliminada da Copa Sul-Americana (primeira
fase) e Copa do Brasil (quartas de final). Dessa forma, o time paulista terá
mais tempo para treinar para a competição, se sobressaindo diante dos seus
concorrentes diretos.
Nova Voz On Line - Qual sua avaliação sobre o uso do VAR nestas primeiras doze rodadas?
Henrique
Chiapini Pereira
– A utilização do VAR é essencial para um jogo de futebol. No Brasil, essa
tecnologia foi implementada nesse ano, no início do Campeonato Brasileiro. É
evidente que há muitos detalhes para serem melhorados, mas já se pode perceber
um índice menor de erros cometidos pelos árbitros. O principal problema, que
afeta constantemente os jogos, é a demora para a decisão final do árbitro sobre
a jogada em análise, prejudicando o rendimento da partida. O tempo de bola
rolando precisa ser em torno de 60%, porém, devido às paralisações,
dificilmente esse número tem sido alcançado.
Nova
Voz On Line
- Em relação aos times do Rio de Janeiro, qual sua avaliação:
Henrique
Chiapini Pereira
– O Fluminense, Com a eliminação na
Copa do Brasil (oitavas de final), o foco do Fluminense é a Sul-Americana e o
Campeonato Brasileiro. Após eliminar o Atlético Nacional e realizar uma bela
exibição contra o Peñarol, acredito que o tricolor carioca tenha uma ótima chance
de alcançar as fases finais da competição. No entanto, a metodologia de jogo de
Fernando Diniz não está dando certo no Brasileirão. Mesmo com a alta
porcentagem de posse de bola, os erros de passe na defesa tem sido fatais,
fazendo com que o Fluminense esteja na zona do rebaixamento.
Já o Vasco, Após um começo desastroso no Brasileirão, tenta se reerguer
para se afastar da zona do rebaixamento. Com a chegada de Vanderlei Luxemburgo,
a equipe cruz-maltina tem conquistado resultados esperançosos. Acredito que
mesmo com um elenco limitado, o Vasco tem boa chance de permanecer na Série A,
visto que existem times inferiores, tecnicamente.
O Botafogo,
depois de um início otimista no Campeonato Brasileiro, teve uma queda de
rendimento. Fazia quatro rodadas que o Glorioso
não balançava a rede – a pior sequência desde 2016. Na décima colocação, o
alvinegro carioca surpreende, pois o elenco é limitado e o time vive uma grande
crise financeira.
Após a eliminação na
Copa do Brasil (quartas de final), o Flamengo terá que reverter um placar desfavorável (2
a 0) para conseguir avançar na Libertadores. Com vários desfalques e a pressão
da torcida, a equipe rubro-negra não tem realizado bons jogos. Além disso, o
Flamengo tem deixado de conquistar preciosos pontos no Brasileirão,
principalmente nas partidas em que o time está em vantagem.
Nova
Voz On Line
– Por falar neste último time, o Flamengo, acredita que na quarta-feira, vai
conseguir se superar, vencer o Emelec e continuar na Libertadores 2019?
Henrique
Chiapini Pereira
– Com o elenco e o poder financeiro que o Flamengo possui, sabe-se que a equipe
poderia alcançar muito mais. Entretanto, o histórico rubro-negro, na
Libertadores é negativo. Em 14 participações, o time coleciona cinco
eliminações na fase de grupos (1983, 2002, 2012, 2014 e 2017), três nas Oitavas
de Final (2007, 2008 e 2018), três nas Quartas (1991, 1993 e 2010), duas na
Semifinal (1982 e 1984) e um título (1981). Diante do Maracanã lotado, o
Flamengo buscará reverter o péssimo placar do primeiro jogo. Com o apoio da
torcida, se conseguir jogar um bom futebol, terá grande chance de avançar, pois
o elenco do Emelec é bastante inferior. Caso contrário, mais um vexame será
escrito na história do rubro negro.
Nova
Voz On Line
– Com tão pouco tempo, já é possível fazer alguma avaliação sobre o trabalho de
Jorge Jesus? Se o Flamengo sair da Libertadores, e também começar a ir mal no
brasileiro, ele pode ser demitido antes do final dessa competição?
Henrique
Chiapini Pereira
– Mesmo com algumas escalações equivocadas, já percebe-se um estilo de jogo diferente
esquematizado por Jorge Jesus. Com a linha defensiva mais avançada, os
contra-ataques surgem com mais facilidade, porém a pressão ofensiva será maior.
Pelo fato de não conhecer os jogadores, o técnico português tem encontrado
muitas dificuldades para escalar a equipe. Diante do Emelec, no Equador, Jorge
Jesus foi o principal alvo de críticas, tanto da torcida, quanto da imprensa,
ao improvisar Rafinha na ponta-direita e deixar Cuéllar no banco de reservas. O
treinador alterna os comentários se passando, ora por vilão, ora por herói, ao
utilizar um time diferente a cada partida. Isso ocorre, não só pela sua metodologia de
trabalho, mas também pelos vários atletas que estão lesionados. No entanto,
caso o Flamengo seja eliminado da Libertadores e vá mal no Brasileirão, Jorge Jesus
tem uma grande possibilidade de ser demitido, antes mesmo do término da
temporada.
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