Ruth Lannes Bacellar: Uma Mulher exemplo de superação, cujos filhos e netas que são sua grande alegria

Têm pessoas que são sensacionais. A octogenária, Dona Ruth Lannes Bacellar, é destes seres humanos que tem história para contar. Com momentos de sorrisos (a maioria). Mas também de tristeza dilacerante. E é isso que vai encontrar no texto abaixo: alguém que superou e é só felicidade, com a família maravilhosa que possui.

Ruth com as netas Maria Clara, Ana Beatriz e Juliana

Nova Voz ONLINE – Gostaria que contasse aos leitores das primeiras lembranças da infância. Como era sua dinâmica familiar?

Ruth Lannes Bacellar - A minha infância foi maravilhosa. Sou a penúltima, de uma família de 14 irmãos. Fui cuidada por todos, lembrando agora da minha irmã Sirene, que a maioria conheceu e morava do outro lado da ponte. Recordar alegra bastante o meu coração.

Nova Voz ONLINE – Pode nos contar também sobre o seu Pai e sua Mãe? Como eles eram?

Ruth Lannes Bacellar – Meu Pai se chamava Nilo Lannes e minha Mãe Aristotélica Gomes Lannes. Pessoas humildes e muito exigentes com nossa educação. Sempre atentos ao dia a dia de uma família numerosa. A lição que nos fizeram guardar para sempre é amor (amar ao próximo), respeito com todas as pessoas e sermos uma família unida.

Nova Voz ONLINE - E a Itaocara daqueles tempos?

Ruth Lannes Bacellar – Eu suspiro antes de falar da Itaocara do meu tempo de infância e adolescência. Não conte para ninguém (risos), mas eu era muito levada, muito brigona. Meu temperamento me levou a trabalhar em peças de Teatro, que meu amigo Ivan realizava, com objetivo de angariar dinheiro para a nossa Igreja Matriz de São José de Leonissa.

No estádio, torcedora apaixonada pelo Fluminense

Nova Voz ONLINE – Que interessante!

Ruth Lannes Bacellar – A comunidade comparecia em peso. O palco era o antigo Cinema, que ficava onde hoje há um prédio, ao lado do União Esportivo Itaocarense. Olhávamos e víamos aquele monte de gente para assistir a nossa interpretação. Dava um frio na barriga. Mas íamos e no final, aplausos, muitos aplausos. Além de ajudar a Igreja, desenvolvíamos o senso de responsabilidade. Tudo era maravilhoso.

Nova Voz ONLINE – É verdade que a senhora começou a trabalhar logo cedo?

Ruth Lannes Bacellar – Eu tinha 12 anos, quando fui trabalhar no Cartório dos amigos queridos e eternos Sr. Cid Scisinio Dias, e os filhos Adalberto e Ayrthon Caldeira Dias. Gratidão e carinho. Muita gratidão e carinho. Eu estudei no Ginásio Itaocara e depois no Colégio João Brazil, com Osíris Coutinho. Daqueles tempos, tenho lembrança do Marquinhos, casado, com a Luciola.

Vida em Niterói

Nova Voz ONLINE – Quando foi morar em Niterói?

Ruth Lannes Bacellar - Quando terminei o Curso Ginasial, vim para Niterói, fazer o Segundo Grau (atualmente chamado de Ensino Médio). Morava com a minha irmã mais velha, Irene, que tinha uma pensão na Rua Dr. Celestino, no Centro.

Nova Voz ONLINE – A senhora, em Niterói, trabalhou também?

Ruth Lannes Bacellar - Aqui chegando arrumei emprego em uma imobiliária e depois fiz concurso para o IAPFESP, para ajudar meus pais já idosos, e minha mãe, lutando contra um câncer. Ela veio a falecer em 1965. Ficamos desnorteados. Eu mais ainda, pois não pude ficar muito tempo ao lado dela. No final, larguei tudo e ficamos juntos em seus últimos momentos.

O Marido Frederico César

 Ferreira Bacellar

Nova Voz ONLINE – Como conheceu seu marido?

Ruth Lannes Bacellar – Indo a um passeio na Semana Santa, em Arcozelo, dos funcionários do antigo Banco do Estado da Guanabara (atualmente Itaú). Neste dia conheci um ser incrível, muito brincalhão e responsável: Frederico César Ferreira Bacellar. Voltamos para Niterói e seis meses depois, ficamos noivos. No dia 16/12/ 1967, nos casamos. Fui morar em Botafogo, na Rua Voluntários da Pátria.

Nova Voz ONLINE – Como foi essa época?

Ruth Lannes Bacellar – Foi boa. Com a fusão do Estado do RJ e a antiga Guanabara, meu marido foi transferido para o Rio, trabalhando no Banco do Estado. Nessa época eu já estava trabalhando no INPS, no Centro do Rio.

Ruth com os filhos Mozart e Renato

Nova Voz ONLINE – Ser mãe foi especial em sua vida?

Ruth Lannes Bacellar – No dia 07/12/68 nasceu minha filha Vera Beatriz Lannes Bacellar; em 06/05/1970 nasceu Mozart Bacellar Neto e em 21/08/1972 nasceu Renato César Lannes Bacellar. Sem nenhuma dúvida, eles são o meu maior tesouro. Todos são seres humanos formidáveis. Deus me presenteou com os melhores.

Nova Voz ONLINE – Há uma história muito triste em sua vida, não é mesmo? A perda do seu amado marido. Pode nos contar um pouco sobre esse momento?

Ruth Lannes Bacellar – Nos tínhamos um sitio em Vera Cruz, no município de Miguel Pereira e íamos regularmente neste lugar lindo. Fred, como meu marido era conhecido, sofreu um acidente de carro a caminho do sítio, no dia 01/04/1973. Infelizmente, ele veio a falecer. Na época, tinha apenas 36 anos e eu 32. Foi muito difícil explicar para os filhos o acontecido. Mas eu tenho muita fé e uma família maravilhosa dos dois lados. Guardamos uma saudade enorme do Fred.

O Amor pelos Filhos e Netas

Nova Voz ONLINE – Neste momento, como é receber todo amor, carinho e beijinhos, dos filhos, netos e etc?

Ruth Lannes Bacellar - Posso afirmar que tive em minha vida momentos difíceis. Porém, veio a parte que eu falo que fiquei mais jovem 10 anos: as netas. Mozart é pai de Juliana com 19 anos. Renato casou com Flávia Fiuza Bacellar, teve Ana Beatriz, com 20 anos e Maria Clara com 13 anos.

Ruth com a filha Vera Beatriz e a sobrinha Flávia

Nova Voz ONLINE – Que coisa linda!

Ruth Lannes Bacellar – Por mais que eu diga e demonstre, minhas netas nem podem imaginar o quanto as amo. Ser avó é o meu melhor. Sou amiga, sou babosa e muito apaixonada. Recebo um carinho delas sem fim.

Nova Voz ONLINE – Os filhos vão ficar com ciúmes! (risos)

Ruth Lannes Bacellar – Não precisam! Os filhos são meus amigos, meu orgulho. Gostaria de agradecer muito a Deus pelo momento em que estou vivendo na Pandemia. Vim morar em Maricá, com uma filha do coração. Filha da minha irmã Leni e Hilton Donnola, que são falecidos: Flávia Lannes Donnola, que é incansável comigo. Ela e seu irmão Carlos. Não posso deixar de falar da minha irmã Rita de Cassia Lannes Pinheiro, do meu cunhado Álvaro Antônio e todos da família Lannes que levo no coração.

Família ampliada

Nova Voz ONLINE – Só para deixá-los com ciúmes, beijinhos meu, da Cristiane e da Giovanna.

Ruth Lannes Bacellar – Falar do amor que eu tenho por você, pela Cristiane e a Giovanna, é muito gostoso, pois vem da época que eu era jovem e sua mãe linda maravilhosa, estava entre nós. Você, aquele jovem sempre muito inteligente e querendo mais e mais da vida, Cristiane amiga dos meus filhos e depois vem, como eu falo, a nossa linda Giovanna. Obrigada e um beijo no coração de cada um. Amo vocês demais Beijos.

Nova Voz ONLINE – Para concluir, que mensagem deixa para os leitores, neste mês de março, mês das mulheres?

Ruth Lannes Bacellar - Deixo as mulheres, amigas e família Itaocarenses um carinhoso beijo, pelo nosso dia, pelo nosso mês de março e digo que meu coração nunca deixou Itaocara. Agradeço a Deus por tudo e a vocês da imprensa, pela homenagem tão linda, que eu nunca imaginei merecer. Obrigada pelo carinho! Amo vocês infinitamente.