O Lula é uma das mais importantes lideranças brasileiras. Isso é incontestável. O mesmo pode se dizer do Bolsonaro. Juntos eles têm o apoio de 100 milhões de brasileiros. Não reconhecer isso é tolice.
Porém se há algo que eles também têm em comum, é que são duas toupeiras (sem ofensa as toupeiras). Toda vez que ambos falam, o risco de sair uma enorme bobagem é gigantesca. E nem precisam falar, algumas vezes. Bom lembrar o coraçãozinho que Bolsonaro fez para o Trump, ao vê-lo passar, na ONU.
O problema é que a fala de improviso do Lula no último final de semana, levou nosso país a mais séria crise diplomática do século XXI. Comparar qualquer coisa ao Holocausto é demonstração inequívoca de ignorância ou cegueira ideológica.
No caso do Lula, é a ignorância, porque certamente ele não sabe bem o que foi o holocausto. Contudo também é cegueira ideológica, só que vinda da cabeça do Embaixador e ex-chanceler, Celso Amorim, que agora é espécie de conselheiro do Governo Federal para assuntos internacionais.
Celso Amorim empata em cegueira ideológica com Abraham Weintraub, que foi o primeiro Chanceler de Bolsonaro. Não sei como o Itamaraty, uma das poucas instituições nacionais (que eram) de Estado, e não de Governo, produziu duas bestas quadradas como estes dois senhores.
Alias, é perturbador o silêncio e a covardia dos diplomatas que estão na ativa neste momento catastrófico. Deveriam se manifestar para deixar claro que a fala de Lula não encontra eco na tradição da política externa brasileira. Bom lembrar que foi Osvaldo Aranha quem presidiu a sessão da ONU que criou o Estado de Israel.
Se calam e o resultado é que aventa-se a possibilidade de expulsar o Embaixador de Israel. Se isto ocorrer, será a prova inconteste da lei de Murphy, que diz que o que está ruim, pode ficar pior.
Enquanto os brasileiros estiverem cegos a realidade que é preciso eleger líderes consequentes com suas palavras e atos, brasileiros preparados intelectualmente, ao invés de doidivanas; vamos oscilar, beijando a bunda dos Estados Unidos em determinadas ocasiões, e noutras vamos beijar a bunda de Cuba e da Venezuela.
Chega de beijar bundas, concordam?
Pós-script: É CLARO que é lamentável, tanto o covarde ataque do Hamas contra Israel, quanto a política de massacre conduzida por Benjamim Netanyahu contra os palestinos. Mas só se pode influenciar essa questão, com equilíbrio, nunca 'colocando mais lenha na fogueira', como diz a antiga expressão.
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