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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Com as restrições, o futebol brasileiro dos portões fechados - Texto: HENRIQUE CHIAPINI PEREIRA

Em meio à pandemia do novo Coronavírus, o futebol brasileiro retornou, por completo, no início de Agosto. Embora os campeonatos estaduais já estivessem rolando, os demais - dirigidos pela CBF - já tinham a sua data marcada. Sem público e com as devidas restrições à beira do gramado, a volta do esporte foi motivo de polêmica entre a população. Enquanto os fanáticos estavam entusiasmados para rever o seu time do coração, os contrários denunciavam a falta de empatia de todos os envolvidos perante a atual conjuntura do país.


Em meados de junho, o Campeonato Carioca retornou e foi duramente criticado, tanto que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, suspendeu as competições esportivas em locais fechados por duas semanas. O Flamengo, que é representado pelo presidente Rodolfo Landim, foi o único grande clube adverso a decisão, citando as consequências financeiras que poderiam ser acarretadas pela paralisação. O posicionamento gerou revolta até nos próprios torcedores rubro-negros, que questionavam a  falta de compaixão da diretoria flamenguista. Diante disso, Landim voltou atrás e votou a favor da pausa, a fim de evitar maiores complicações.

Aos poucos, após o precoce retorno do Carioca, os outros campeonatos estaduais foram sendo retomados gradativamente. Sabe-se que não era o momento apropriado para isso acontecer, mas a ganância falou mais alto. A paralisação devido à pandemia do novo Coronavírus já havia custado milhões aos cofres dos grandes times do Brasil. Perdas de jogadores, patrocínios, salários reduzidos e atrasados eram algumas das principais dores dos dirigentes dos clubes.

Mesmo assim, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estipulou uma data para o retorno das suas competições. Há cerca de um mês ocorreu a estreia do Campeonato Brasileiro. Com várias restrições e dois jogos por semana, os times voltaram a campo, de fato, para correr contra o tempo perdido. Em um dos decretos feitos pela CBF, a ausência das torcidas foi um dos mais sentidos nos confrontos. As equipes que jogam dentro de casa e que tinham o apoio incondicional dos seus torcedores, viram a sua vantagem ser praticamente nula - o que se torna positivo para os visitantes. Nesse caso, os clubes aderiram a presença dos DJ's nos estádios, a fim de construir (um pouco) a atmosfera perdida em uma partida de futebol.

Além disso, com a sequência de jogos, um atrás do outro, as lesões e os desgastes dos atletas serão recorrentes nessa temporada. Desse modo, os técnicos precisam persistir na rotação dos jogadores se quiserem se manter no topo da tabela. Um exemplo disso é o treinador do Flamengo, Domenèc Torrent, que sempre está inovando nas suas escalações, surpreendendo os torcedores e os cartoleiros de plantão. Ramon Menezes, comandante do Vasco, também está seguindo essa linha de raciocínio, poupando o artilheiro Germán Cano nos minutos finais dos embates, para que o craque não se desgaste facilmente.

As pessoas ainda irão se acostumar com esse "novo" futebol, mas a adaptação vai levar um tempo.

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