Laurinda brindando ao casamento de sua amiga Olivera Zikic |
Era o mês de Agosto de 2017. Acordei na
manhã de uma quinta-feira e fui para o centro de São Francisco, aqui na Califórnia, para assistir a
uma aula de conversação na Kaplan. Jamais poderia prever que aquela
quinta-feira seria mais um capítulo da minha história.
Quando me
sentei na sala de aula, ao meu lado, sentou-se uma moça simpática e toda
vestida de rosa. Posso visualizar sua imagem que ficou gravada para sempre em
minha memória.
Perguntei de
onde ela era? Ela me respondeu algo que eu entendi ser “Arábia” ou algo assim…
Fiquei em silêncio por alguns segundos, até descobrir que, na verdade, ela era
da Sérvia.
Ficamos por
ali e depois marcamos um café em São Francisco. Foi amizade à primeira vista.
Seu nome é Olivera Zikic. Pessoa doce, amável e posso dizer que é a minha irmã
de coração. Dias depois, Olivera Zikic veio a Clayton e preparei uma lasanha
vegetariana para ela. Passamos uma tarde juntas e conversando sobre nossas
vidas.
O tempo passou
e Olivera, que havia permanecido três meses em São Francisco, estava indo embora
para Belgrado. Mais uma vez, nos encontramos em um jantar para nos despedirmos.
Preparamos a mesma lasanha vegetariana. Tudo isto em outubro de 2017.
Um ano depois,
em outubro de 2018, recebi o convite de casamento de Olivera, cuja cerimônia
seria realizada em Belgrado, capital da Sérvia. Foi uma surpresa para mim, já
que eu jamais poderia imaginar que um dia eu viajaria para o sudeste da Europa,
especialmente para visitar um dos países que formavam a antiga Iugoslávia.
Sem dúvidas,
conhecer Olivera foi obra do destino. Não tive dúvidas de que embarcaria em uma
das melhores experiências da minha vida e colecionaria memórias indeléveis para
compartilhar com nossos leitores.
Laurinda ficou encantada pela rica história da Sérvia |
Em junho de
2019, Rodolfo (meu esposo) e eu, embarcamos para Belgrado, em um voo de São
Francisco com escala em New York. De lá, seguimos viagem para Belgrado.
Atravessamos o oceano Atlântico e chegamos à Sérvia ainda de madrugada.
No aeroporto,
Olivera nos aguardava com seu pai. Quando a vi, senti uma profunda emoção de
que estaria reencontrando alguém que já conhecera há tanto tempo… Esta foi a
minha sensação.
Na casa de seus
pais, tomamos um café maravilhoso, com ovos e uma salada sérvia preparada com
pepinos frescos, queijo tipo feta e tomates. Jamais me esquecerei do sabor
daqueles tomates incomparáveis da região dos Bálcãs cultivados “inland”.
À mesa, eu
tentava me comunicar com sentenças básicas em Sérvio, que eu havia treinado
dias antes da partida, para que eu pudesse conversar um pouco com a mãe de
Olivera, que gentilmente nos recebera como membros da família. Senti-me
retornando a um lugar que, muito embora parecesse tão remoto, distante e
distinto de minhas origens, era na verdade, um novo lar.
Fiquei em
Belgrado, capital da Sérvia, por aproximadamente uma semana e tive a
oportunidade de assistir à cerimônia de casamento mais linda que vi na vida. Em
uma Igreja Ortodoxa, Olivera casou-se perante amigos e familiares. Foi um
privilégio estar presente em um momento tão notável.
O tempo passou
muito rápido, e além da atenção que dispensei à família de Olivera, ainda tive
tempo de visitar monumentos históricos, como a Igreja de São Sava, uma das
maiores do mundo, o museu “Railway” e os rios Sava e Danúbio - este último, que
nasce na Floresta Negra, Alemanha e atravessa diversas capitais europeias como
Viena, Budapeste, Bratislava e Belgrado.
Ainda tenho muitos outros lugares para visitar
na Sérvia. Tenho planos de voltar numa segunda viagem, especialmente para rever
a minha segunda família e fortalecer ainda mais os nossos laços de amizade.
Viajar permite conhecer a si mesmo. Como já dizia o grande poeta e filósofo
Fernando Pessoa: “Para viajar, basta existir”.
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