Em meio a
tantas manifestações sobre o fogo que queima a selva Amazônica e a confusão que
surgiu a partir daí, fiquei refletindo sobre essa época em que vivemos. Lógico
que eu defendo a preservação. Entendo que a Amazônia é uma floresta com uma
riqueza tão grande, inclusive do ponto de vista econômico, que derrubá-la para
fazer pasto é um disparate total.
Acho que a exploração econômica da
Amazônia deveria ser muito mais inteligente. Voltada a ganhar dinheiro de
verdade. Bilhões e bilhões de dólares. MAS com ciência, com pesquisa, para
explorarmos, por exemplo, as propriedades medicinais das plantas que ali
existem, capaz de revolucionar a indústria farmacêutica. Quem sabe um chá que
um Índio ou sertanejo daqueles usa para curar determinada doença, não contem
substância para curar diversos males da humanidade? E nós vamos trocar isto por
pasto e boi? Para ser educado, digo que não faz sentido.
Outra coisa é que as queimadas e o
desmatamento, não começaram em primeiro de Janeiro. No governo Bolsonaro. Acho
até que o Presidente, nestas falas impensadas, diz muitas coisas que podem
estimular queimadas. Mas por tudo na conta dele é incorreto. O pronunciamento
que fez, pela TV, foi de grande bom senso. Até me surpreendeu. E as forças
armadas e outros meios, vão ser enviados para combater os incêndios. Eu
acredito nisto. E se não forem, sem dúvidas, não vão faltar pessoas e
reportagens pra nos informarem que o discurso do Presidente não está
acontecendo na prática. Então, acho que o papel do cidadão, é esperar para ver.
Em relação à repercussão
internacional, eu acho que sim, o Presidente Bolsonaro, no tuite sobre a mulher
do Presidente da França ser bem mais velha do que o marido, exagerou. Não
deveria. De forma alguma. Agora o Presidente da França, também não deve chamar
o Presidente do Brasil de mentiroso. Oras! Eu sou humano. Trato todos com
cortesia. MAS se me ofender, não vou responder com flores. Talvez até devesse.
Mas não estou evoluído, pelo menos por enquanto, para isto. Então, Macron
precisa saber que Bolsonaro é Presidente do Brasil. E mesmo que fosse apenas um
cidadão, todos merecem respeito.
E tem mais. Em minha opinião, precisa
ser muito tolo, para crer que essa defesa contra assinar o acordo EU/MERCOSUL,
tenha relação com o fogo na Amazônia. O que há, é o presidente Francês,
aproveitando a ocasião, para defender interesses comerciais de seu país.
Deveria fazer isto abertamente. É mais digno. Qualquer Chefe de Estado sabe que
governos são transitórios, estão sempre mudando, nas democracias. Mas que os
povos, os laços de amizade, estes ficam para sempre.
A Fogueira das vaidades políticas, da
demagogia, precisa ser apagada, para que a selva toda não termine em chamas.
A UHE Itaocara
Agora vamos trazer essa questão
ambiental para Itaocara. De novo, estamos vendo que a UHE Itaocara ameaça sair
do papel. SEI que é história antiga. Que a maioria não acredita mais. Contudo,
vai que uma hora sai, não é mesmo? A pergunta então que precisamos responder é:
será que neste momento, com tantas tecnologias novas na produção de energia
tornando-se realidade, ainda é interessante construir uma Hidrelétrica?
Pessoalmente, estou convencido de que
não. Que passou o tempo. Que o dano que será impingido AO MEIO AMBIENTE, isso
mesmo, ao Meio Ambiente, é muito maior, do que o benefício. O lago formado vai
desalojar centenas de pessoas. E apesar dos compromissos, das promessas, o que
vemos pelo país, é que usinas hidrelétricas deixam um legado social destrutivo
para trás. Como Presidente da CDL, vou oficiar ao Ministério Público para que
acompanhe todo este novo processo de perto. Pedirei o mesmo ao nosso Jurídico.
Estou aberto a dialogar. Com a
comunidade atingida e com os empreendedores. Já participei diversas e diversas
vezes, de encontros com os empreendedores, por sinal. A CDL já foi palco de
reuniões e mais reuniões nas últimas décadas. Continuamos abertos a dialogar.
Não estamos fechando portas. Mas vai ser necessário mais do que palavras e boas
intenções, para nos convencer de que neste momento da história, com tantas
alternativas para gerar energia, inclusive em escala, seja necessário que o rio
Paraíba, as comunidades, o meio biótico e etc, precisem passar por um processo
traumático.
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