Apesar
do tempo vivido,
ainda tenho dificuldade pra entender muitas coisas. Faz parte da minha
natureza, buscar o melhor nos seres humanos. Nem sempre é fácil. Vivemos uma
época cheia de agendas ocultas. Objetivos escondidos, por trás de palavras e
expressões que enganam os incautos e de bom coração. Noto que há quem reclame,
mas na verdade não quer que nada mude. Pelo contrário, lutam pra dar tudo
errado, pois se melhorar a mascara cai, e o verdadeiro aspecto de seu caráter é
revelado.
Por que levantar de manhã cheio de azedume, passar o dia buscando alguma coisa negativa, e ter quase um orgasmo quando acha? Pessoas que escolhem um lado, como se houvesse apenas o certo e o errado. Não há. No Século III D.C., viveu um religioso chamado Maniqueu. Na sua concepção filosófica, o mundo estava dividido entre o bem (Deus) e o mal (O Diabo). Essa doutrina é conhecida como Maniqueísmo, e séculos depois, continua viva entre nós. Por esse pensamento, quem concorda comigo é do ‘bem’, e quem discorda é do ‘mal’.
Se tal filosofia fosse válida, a compreensão da alma humana seria duma simplicidade fantástica. Tudo preto e branco. Porém, o bem e o mal, na grande maioria das vezes, se encontram misturados. Precisamos ter inteligência e sensibilidade a cada instante, para escolhermos o melhor caminho.
Mesmo pessoas de bom coração, cometem maus atos. Da mesma forma, pessoas ruins, como bandidos, assassinos e ditadores, são capazes de revelar uma personalidade bondosa. O exemplo que me vêm à mente é o do Ditador Fascista, Benito Mussolini. Não há dúvidas sobre o mal que fez ao povo italiano, durante a Segunda Guerra Mundial. Trata-se de um dos grandes canalhas da história. Porém, li relatos de seus filhos, que o descrevem como pai carinhoso, preocupado e amigo. Isso me surpreendeu.
Como é possível? Canalhas na vida particular se tornam heróis na vida pública, e vice versa? Caros leitores, os humanos são assim. Poucos lembram que somos animais, intitulados racionais. Porém, essencialmente animais, classificados pela ciência no reino dos primatas. O que faz a diferença é a busca pela civilização. Neste caso, dois filósofos famosos, dividem as correntes de pensamento.
O primeiro é Nietzsche, que não crê que evoluímos nos dez mil anos de história. Para ele, quanto mais abraçarmos a maldade que nos habita, mais felizes e vitoriosos vamos ser. É a ideia de que os fins justificam os meios. Quem busca fazer intrigas, espalhar fofocas e espera o momento de derrubar seus adversários, pelo prazer de sair sorrindo pelas ruas, dizendo: “há há, eu estava certo e você errado”, vive o ideal de Nietzsche.
Atacar o ódio, com mais ódio, não faz sentido. A cada ofensa, a melhor resposta é o elogio. Por mais difícil que seja aceitar ou praticar esse modo de vida, só vamos transformar o mundo, tornado-o pacífico e civilizado, dessa forma. O inimigo principal não é quem nos agride e vilipendia. É bem mais poderoso: ‘nós mesmos’. Quando vencemos a ignomínia, não permitindo que ofensas nos inflamem, conquistamos um passo na melhoria de toda humanidade.
O tempo de vida que temos no mundo é muito curto, para buscarmos ter razão em coisas por vezes medíocres. Por isso seja grandioso. Perca a discussão, quando o outro precisar mais vencer do que você. Com o tempo, ele / ela, talvez entenda quão importante é deixar a infância de lado e buscar o amadurecimento.
Lembre-se do pensamento de Gandhi: “um covarde é incapaz de demonstrar amor. Isso é um privilégio dos corajosos”.
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