Hélio Sales - Presidente da CDL, Itaocara, Aperibé e Cambuci |
O mais importante é a economia. Eu sei
que algumas questões nos provocam. Ficamos discutindo bobagens, como azul e
rosa, bastante irritados (de um lado e do outro). O pior é que perdemos o foco.
Entendo a importância dos temas sociais. Das questões relacionadas aos
costumes. Tenho também minhas opiniões. Mas não é possível que não percebamos
que se a economia não for cuidada, então todos, religiosos, não religiosos,
hétero, gay, homens, mulheres, direita, esquerda, Tricolores e as demais
torcidas, todos vamos sofrer.
O mês de Dezembro de 2018 foi o melhor
em muitos anos. Os agentes econômicos perceberam que há uma gigantesca
oportunidade pela frente, de criarmos um ciclo virtuoso na economia. A Bolsa de
Valores bate recordes diários, indicando que bilhões de dólares em investimentos
diretos serão o próximo passo. Isto vai gerar empregos. Imagine: aquele
trabalhador desempregado, finalmente vai poder voltar a trabalhar e com o
esforço do seu labor, pagar as contas e sustentar à família. Gerar continuidade
nesse processo é fundamental, para melhorar o Brasil.
Isso não está garantido. Longe disso. A
melhora das perspectivas econômicas nesse momento, são fruto apenas da fé que o
novo governo vai fazer reformas estruturais, que possibilitem ao Estado
Brasileiro cumprir suas obrigações no futuro. Mas, como disse, o governo surfa
no crédito que tem com a sociedade. Esse crédito só continuará se transformar o
discurso de sanear as contas públicas em realidade. Caso contrário, vai tudo
por água abaixo, de hora para outra.
Nessa dura tarefa está a reforma da
Previdência. Essa é uma das quatro reformas mais importante para o Brasil (as
outras são, no meu modo de ver, as reformas Politica, Tributária e
Trabalhista). Li estes dias a inteligente manifestação do empresário e fundador
da CDL Itaocara, Isaque Farizel. Ele escreveu que a reforma da Previdência não
é questão ideológica. É atuarial. Ou seja, é questão matemática. Se não mudarmos
as regras, simplesmente vai chegar o momento, que o dia do pagamento dos
aposentados e pensionistas vai chegar e o Estado não vai ter como pagar.
Aqui no Estado do RJ isso aconteceu em
2016 e 2017. Aposentados e pensionistas receberam seus direitos parcelados em
vários meses, porque a previdência para qual contribuíram não tinha grana para
pagar. Como lojista, vivi a terrível experiência de receber clientes
aposentados, que muito envergonhados, vieram explicar que não tinham condição
de pagar suas dívidas, pois só tinha recibo um sexto do salário que faziam jus.
É muito triste! E vai voltar acontecer, numa escala bem maior, se não houver a
reforma da Previdência.
Eu entendo a disputa política. Penso que
é saudável. Em todo país existe a disputa entre situação e oposição. Quem se
tornou situação dia 1º de janeiro, até 31 de dezembro de 2018, era oposição. E
a maioria do povo brasileiro, de forma livre e democrática, escolheu nas urnas
uma mudança. Então vamos todos conviver. Situação e oposição. Mas sem torcer
para dar errado só de pirraça. Isso não cabe a quem quer o melhor para o
Brasil.
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