Olá,
Amigos e Leitores Estamos vivendo tempos de provação. Vai passar. Mesmo que,
mais lentamente, do que gostaríamos, está passando. Sigo com a minha proposta
de trazer um pouco de leveza para os nossos dias. Não, por acaso, me assumi
poetisa nos últimos meses.
Valéria com o marido Luiz Carlos e o Professor Marcos Teixeira |
Não sei dançar. Sempre achei mais
fácil entender de controle de constitucionalidade do que encarar os "dois
pra lá, dois pra cá" do bolero. Confesso que, também, nunca me dediquei a
aprender.
Era maio de dois mil e dezenove,
quando eu, finalmente, entrei pela primeira vez em uma academia de dança como
aluna.
Driblando a inibição, resolvi que era
chegada a hora de me matricular em uma academia de dança e vencer essa antiga
limitação.
Sorte das sortes, encontrei um
professor que, além de um excelente profissional, é infinitamente paciente. Com
ele, estou aprendendo, aos poucos, os movimentos básicos de alguns ritmos.
Recebendo os amigos da querida família Argôlo, em Copacabana |
Nos últimos tempos, na maior cara de
pau, tenho me aventurado na pista de dança. Se os passos não saem com aquela
perfeição desejada, a alegria de estar dançando supera todo e qualquer erro.
Momentos: com Luiz Carlos e Henry Godoy; com amigos e familiares; e com Luiz Carlos, Luísa e Conceição Rios, Amiga, Atriz e Cantora |
Meu marido e um queridíssimo amigo têm
se arriscado nessa difícil tarefa de me "conduzir" ao som do bolero
e, ousadia das ousadias, do forró.
Tenho a convicção de que quem dança é
muito mais feliz. A dança de salão aproxima as pessoas, une e reúne um tipo de
gente que está se tornando cada vez mais raro nesses nossos tempos atuais:
damas e cavalheiros - no sentido exato da palavra.
Nessa minha fase de aprendiz tenho
observado os profissionais da dança, os casais que bailam pelo salão e aqueles
que como eu, estão dispostos a vencer seus preconceitos, suas eventuais
limitações e encarar a pista de dança.
Curtindo a neta do Gaúcho e da Rosa e ao lado de Jurandyr do Sax |
Nesse novo horizonte que se abre para
essa jovem senhora que vos fala, e seus dois pés esquerdos, tenho encontrado
pessoas extremamente gentis e delicadas.
Pequenos gestos de delicadeza sempre
me comoveram. Recentemente, encontrei em uma fila de caixa, um senhor que tenho
em conta como um exímio dançarino. Comentei com ele que eu tive uma certa
dificuldade de aprender o passo básico do "soltinho" (uma modalidade
de dança que eu sequer conhecia).
Ali mesmo, na fila em que nos
encontrávamos, sem nenhuma inibição, ele fez os passos; me pediu para repetir
com ele e me deu dicas valiosas sobre a marcação da dança.
Naquele momento, não me importei com
os olhares dos que estavam no nosso entorno. Éramos apenas, eu, um gentil
conhecido e sua generosa disponibilidade em me ensinar um passo de dança.
Um breve momento de descontração, uma
delicadeza que ficará para sempre na minha memória. Melhor do que os aplausos,
foi a sensação de acolhimento que senti vivenciando uma situação tão inusitada.
Quantos instantes de genuína
felicidade deixamos de usufruir por valorizarmos demais nossas limitações; por
nos levarmos a sério muito além da conta?
Queridos amigos da Acadêmia Ziriguidum, de Copacana |
Por quantas vezes, não nos
autocensuramos e, com isso, perdermos oportunidades maravilhosas de vivermos
novas experiências?
A brevidade da vida nos impõe
urgência. Não podemos ficar adiando, eternamente, a realização de nossos sonhos
e desejos. Por vezes, acontecimentos inesperados mudam o rumo da nossa
história.
Ao me matricular em uma academia,
recebi muito mais do que aulas de dança de salão; ganhei novos amigos, venci
algumas limitações e me tornei uma pessoa mais feliz.
E você? Qual é o seu desejo ou projeto
que ainda está na prateleira, esperando para ser realizado?
(Janeiro/2020)
NOTA DA AUTORA: Mesmo sendo, essa, uma
história pessoal, espero que ela sirva como incentivo para aqueles que possuem
um desejo esperando para ser realizado. Que essa terrível doença que tomou de
assalto o mundo, nos leve à essa reflexão: o nosso tempo é o hoje, o aqui e o
agora. Que no mundo pós pandemia os sonhos se realizem.
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