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domingo, 19 de julho de 2020

SOBRE SUPERAÇÃO E GENTILEZAS - Texto: Valéria Leão, Itaocarense, Professora, Advogada, Escritora, Poetisa e Membro da Manada dos Inquietos

Olá, Amigos e Leitores Estamos vivendo tempos de provação. Vai passar. Mesmo que, mais lentamente, do que gostaríamos, está passando. Sigo com a minha proposta de trazer um pouco de leveza para os nossos dias. Não, por acaso, me assumi poetisa nos últimos meses.
Valéria com o marido Luiz Carlos e o Professor Marcos Teixeira
Não sei dançar. Sempre achei mais fácil entender de controle de constitucionalidade do que encarar os "dois pra lá, dois pra cá" do bolero. Confesso que, também, nunca me dediquei a aprender.

Era maio de dois mil e dezenove, quando eu, finalmente, entrei pela primeira vez em uma academia de dança como aluna.

Driblando a inibição, resolvi que era chegada a hora de me matricular em uma academia de dança e vencer essa antiga limitação.

Sorte das sortes, encontrei um professor que, além de um excelente profissional, é infinitamente paciente. Com ele, estou aprendendo, aos poucos, os movimentos básicos de alguns ritmos.
Recebendo os amigos da querida família Argôlo, em Copacabana
Nos últimos tempos, na maior cara de pau, tenho me aventurado na pista de dança. Se os passos não saem com aquela perfeição desejada, a alegria de estar dançando supera todo e qualquer erro.
Momentos: com Luiz Carlos e Henry Godoy; com amigos e familiares; e com Luiz Carlos, Luísa e Conceição Rios, Amiga, Atriz e Cantora
Meu marido e um queridíssimo amigo têm se arriscado nessa difícil tarefa de me "conduzir" ao som do bolero e, ousadia das ousadias, do forró.

Tenho a convicção de que quem dança é muito mais feliz. A dança de salão aproxima as pessoas, une e reúne um tipo de gente que está se tornando cada vez mais raro nesses nossos tempos atuais: damas e cavalheiros - no sentido exato da palavra.

Nessa minha fase de aprendiz tenho observado os profissionais da dança, os casais que bailam pelo salão e aqueles que como eu, estão dispostos a vencer seus preconceitos, suas eventuais limitações e encarar a pista de dança.
Curtindo a neta do Gaúcho e da Rosa e ao lado de Jurandyr do Sax
Nesse novo horizonte que se abre para essa jovem senhora que vos fala, e seus dois pés esquerdos, tenho encontrado pessoas extremamente gentis e delicadas.

Pequenos gestos de delicadeza sempre me comoveram. Recentemente, encontrei em uma fila de caixa, um senhor que tenho em conta como um exímio dançarino. Comentei com ele que eu tive uma certa dificuldade de aprender o passo básico do "soltinho" (uma modalidade de dança que eu sequer conhecia).
Ali mesmo, na fila em que nos encontrávamos, sem nenhuma inibição, ele fez os passos; me pediu para repetir com ele e me deu dicas valiosas sobre a marcação da dança.

Naquele momento, não me importei com os olhares dos que estavam no nosso entorno. Éramos apenas, eu, um gentil conhecido e sua generosa disponibilidade em me ensinar um passo de dança.

Um breve momento de descontração, uma delicadeza que ficará para sempre na minha memória. Melhor do que os aplausos, foi a sensação de acolhimento que senti vivenciando uma situação tão inusitada.

Quantos instantes de genuína felicidade deixamos de usufruir por valorizarmos demais nossas limitações; por nos levarmos a sério muito além da conta?
Queridos amigos da Acadêmia Ziriguidum, de Copacana
Por quantas vezes, não nos autocensuramos e, com isso, perdermos oportunidades maravilhosas de vivermos novas experiências?

A brevidade da vida nos impõe urgência. Não podemos ficar adiando, eternamente, a realização de nossos sonhos e desejos. Por vezes, acontecimentos inesperados mudam o rumo da nossa história.

Ao me matricular em uma academia, recebi muito mais do que aulas de dança de salão; ganhei novos amigos, venci algumas limitações e me tornei uma pessoa mais feliz.

E você? Qual é o seu desejo ou projeto que ainda está na prateleira, esperando para ser realizado?

(Janeiro/2020)

NOTA DA AUTORA: Mesmo sendo, essa, uma história pessoal, espero que ela sirva como incentivo para aqueles que possuem um desejo esperando para ser realizado. Que essa terrível doença que tomou de assalto o mundo, nos leve à essa reflexão: o nosso tempo é o hoje, o aqui e o agora. Que no mundo pós pandemia os sonhos se realizem.

INSTAGRAM: valeria.adv.leao 




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