Neste Mundo tão áspero,
tão cheio de dúvidas. Neste momento que estamos passando, de grande
preocupação, ainda bem que existe a poesia, os versos, de pessoas fantásticas,
como nossa leitora, a escritora e advogada, Valéria Faria. Leia abaixo os dois
poemas que ela nos enviou e compartilhamos agora, com todos vocês.
A escritora e poetisa Valéria Leão com o marido Luiz Carlos Leão |
POESIA CONCRETA
DA PROSA AO VERSO
Não faço
versos. Faço prosa.
Minha
escrita é puro sentimento.
Sem
métrica, regras ou rimas.
Por vezes,
sem correção.
Palavras
rasas ou profundas.
A única
constante é a genuína emoção.
Quem me
dera ter o dom de Cora,
que com
poesia, traduzia toda a sua sabedoria que até hoje nos inspira com simplicidade
e paixão. Quem me dera seus doces na cozinha da velha casa de Goiás. Quem me
dera...
Nesse
maravilhoso mundo das palavras, quisera eu ter o talento para transformar prosa
em verso e me lançar nesse universo de autoras geniais.
Se me
faltam as rimas em versos cheios de métricas, que nunca me falte a inspiração.
Que eu siga
com minha poesia concreta.
Sem rimas,
amarras, limitações.
Que eu siga
autêntica por onde eu for.
Quem sabe,
com alguma sorte, compartilhando sentimentos, seguirei tocando almas, mentes e
corações?
Quem sabe,
no Universo dos meus afetos eu não encontre uma motivação para seguir me
reinventando e, transformando prosa em verso, eu alcance a rima perfeita para
traduzir as minhas emoções?
Quem sabe
se, sob as bênçãos de Cecília, Cora e Adélia, que à tantas inspiraram, minha
obra tão singela, não motive outras mulheres a seguirem esse caminho com suas
estrofes em quartetos, tercetos ou como lhes convier? Quem sabe, da prosa o
verso?
Quem sabe,
no futuro incerto, de prosa faço verso? Oxalá eu consiga, seja com minha prosa
ou em versos, continuar tocando almas, mentes e corações.
VIDA
Vida.
Vida que segue.
Diuturnamente na lida.
Vida que nos encanta.
Espanta.
Vida vivida.
Sofrida.
Amadurecida.
Vida que nos comove.
Move.
Inspira.
Vida que estanca.
Que pausa.
Que reflete.
Que humaniza.
Vida que sofre com a
dor que não é sua.
Vida que cuida,
acalma, acalenta.
Vida que se expõe ao
risco e se doa para salvar outras vidas.
Vida que clama por
atenção e calma.
Que faz calar a alma,
que nos obriga a
pensar.
O que andávamos
fazendo de nossas breves vidas?
Vida que no silêncio
dos templos vazios,
nas orações de toda
fé,
não importa em que
idioma, só quer mesmo voltar a ser, o que já não é.
Vida que, retomada a
rotina, jamais será como era,
mas que, por certo,
será melhor do que é.
Vida.
Passado.
Presente.
Futuro?
Vida que se reinventa.
Como será essa nova
vida?
0 comentários:
Postar um comentário