“Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo: pousaste sobre mim a tua
mão, tua sabedoria é admirável, Aleluia!” Antífona Domingo de Páscoa na
Ressurreição do Senhor (Sl 138, 18.5-6)
O Bispo Luiz Henrique foi pároco em Stº Ant. de Pádua |
Após
termos iniciado este caminho de conversão, no deserto espiritual da quaresma,
em preparação para a Páscoa, cá estamos, no mistério da liturgia a celebrar a
vitória de Jesus ressuscitado.
Mais uma vez, a Igreja nos convida a procurar as coisas do alto, isto é, ser testemunhas do Ressuscitado, inseridos neste triste momento histórico que insiste em trilhar caminhos de morte: indiferença, violência, guerras e outras formas insensatas de seguir a vida terrena. Nós, discípulos e discípulas, somos provocados em mostrar ao mundo, que estamos envolvidos nesta realidade escravizadora, esforçando-nos em evitar o contágio da loucura e insensatez.
A pressa do mundo é um correr insensato, contudo, o correr do discípulo (Jo 20,4.8) é pleno de sentido e realização porque vê, experimenta e acredita. De fato, acontece nele, o verdadeiro encontro com Jesus Ressuscitado. Este é o ponto culminante da fé Pascal, ou seja, o discípulo que ama, em sua intuição acredita sem exigir provas matérias, justamente porque o amor impulsiona, até mesmo antes das aparições do Senhor.
"Viver a Páscoa é construir a Paz" |
Para nós, discípulos do Ressuscitado, a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, contém a resposta fundamental para todas as aspirações humanas, porque acreditamos que o mal e a injustiça não levarão a melhor.
O que fazer enquanto esperamos “novos céus e nova terra”? Certamente, o caminho exigente para concretizar, em nossas vidas os frutos essenciais da páscoa deve ser a proposta a ser levado a sério por todos os batizados na busca da paz, conversão, justiça e fraternidade. Viver a Páscoa é construir a paz, é reconciliar-se com Deus e com os irmãos.
Ainda que as dores de parto do mundo, no sofrimento presente, parece ser uma agonia sem fim, a Páscoa ensina que esta dura e cruel realidade que insiste em querer acabar com nossos sonhos e esperanças, não prevalecerá, pois confiamos nas promessas divinas. Temos a certeza que os frutos maravilhosos da páscoa amadurecerão: amor, unidade e restauração de uma humanidade enferma, necessitada de cuidado e cura.
Evidentemente, precisamos deixar a postura acomadada de meros expectadores, distraídos, alheios ao que tudo passa. A Páscoa encontra pleno cumprimento em nossas vidas, quando assumimos para valer a proposta de Cristo, decididos a tomar novo sentido em nossa existência, fazendo Páscoa no tempo, rumo a Eternidade.
Reavivai em nós, Senhor, um verdadeiro caminho Pascal.
Abençoada Páscoa !
† Luiz Henrique
Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda
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