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domingo, 26 de janeiro de 2020

Viajando com Gustavo Pinheiro: SPLIT, Croácia

Split é a maior cidade croata na costa do mar Adriático, e a segunda maior do país, depois da capital Zagreb. Há muitos e muitos anos, ali existia um pequeno povoado sem grande importância até a chegada do imperador romano Diocleciano. Então, ele resolveu construir seu palácio à beira mar e ali se aposentar entre os anos 293 e 305 d.C., exatamente onde ainda hoje vive um centro antigo animado, muito bem preservado e cheio de charme.
Gustavo Pinheiro fala da história de Split, cidade croata
Ao longo de sua história, Split foi governada por Roma, pelo Império Bizantino e, intermitentemente, pela nobreza croata e húngara. Em 1420, assumiu o controle a República de Veneza, que a perdeu em 1797 para a Áustria-Hungria. No período de 1806 a 1813, a cidade esteve sob controle napoleônico.

Seus tesouros se mantém incrivelmente bem preservados até hoje. Em 614, o palácio de Dioclesiano abrigou refugiados de Salona, uma cidade que ficava a 5 quilômetros de Split e foi devastada pelos bárbaros, sobrando apenas as ruínas que ainda podem ser visitadas. Entre esses refugiados várias figuras religiosas de peso na época se fixaram na cidade de Diocleciano e tiveram forte influência no seu desenvolvimento que atingiu o auge na Idade Média quando novos muros e um forte trouxeram proteção extra e vida longa.
Vista panorâmica da cidade
A Croácia nos moldes que a vemos atualmente é um dos países mais jovens do mundo. Conseguiu sua independência da antiga Iugoslávia apenas em 1991, depois de passar por guerras sangrentas que afastaram o turismo da região por muito tempo. Felizmente, o final dessa história foi de paz e a Croácia passou a brilhar como um dos cenários europeus mais procurados durante o verão. Nos anos de 2018 e 2019, suas praias ficaram no topo entre as mais procuradas da Europa. De Split, cidade ensolarada à margem do Mediterrâneo, partem barcos para algumas das ilhas mais espetaculares do Adriático como Hvar, Solta, Brac, Vis e Korcula.
Vista do Porto de Split
Mas o ponto alto da cidade é o centro antigo que fica exatamente em frente ao porto e dentro dos muros do Palácio de Diocleciano. O palácio é um dos maiores e mais bem preservados do mundo romano. A maioria das construções são da Idade Média e do Renascimento, mas todas convivem harmoniosamente com os elementos originais do palácio como as colunatas e passagens subterrâneas. A catedral foi construída sobre o mausoléu de Diocleciano. Merecidamente, Split foi declarada pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade.
Pátio do Peristilo
O complexo do Palácio de Diocleciano é todo murado e tem a forma de um retângulo. Dizem que foi concebido conforme a vontade do imperador. Era muito luxuoso para a época. Uma rua central divide o complexo em duas partes: a ala sul onde ficava o imperador e a ala norte composta por dois blocos residenciais, um para os trabalhadores e outro para os guerreiros. Essa rua vai do Portão de Ferro ao Portão de Prata. Além desses portões há outros dois: o Portão de Latão e o Portão de Ouro.

O Portão de Prata se abre para um mercado que vende alimentos e é uma entrada muito usada atualmente. Bem em frente ao portão está o Oratório de Santa Catarina construído na Idade Média. O Portão de Ouro era a principal entrada do palácio. No século XI, ele foi fechado e transformado na Igreja de São Martinho. O Portão de Ferro ainda está bem preservado e fica junto da Torre do Relógio, construída no século XII. A Igreja Nossa Senhora da Atalaia fica ao lado. O Portão do Latão é voltado para o mar. Ele conduz à ala mais importante do palácio.
Interior da Catedral de São Donio
A arte inferior é cheia de lojas. E há vários moradores ali que herdaram suas seculares residências de seus ancestrais, porém, não podem reformá-las sem autorização municipal e sem dinheiro. A Prefeitura tenta comprar os imóveis para reformá-los e fazer do Palácio um total e completo polo turístico, porém, a maioria de seus donos, pessoas simples e muito pobres, se recusam. Então, não se assuste se encontrar roupas esticadas em varal e casas com rachaduras e buracos.

Vindo do porto e atravessando o Portão de Latão, uma passagem subterrânea pelos porões conduz ao Peristilo, um pátio interno impressionante que dava acesso à área sagrada. De um lado havia os templos de Vênus e Cibele e mais adiante o de Júpiter, atualmente Batistério de São João. Do outro lado fica a catedral.
Orla de Split
Para mim foi a parte mais interessante de todo o complexo. No verão, o Peristilo é cheio de vida. As escadarias ficam repletas de gente ao cair do dia. Pequenos shows de música tradicional da Dalmácia e encenações costumam acontecer diariamente. Um quarteto de cantores, geralmente se apresenta numa das alas por causa da acústica que é muito boa.

Interessante observar que a Catedral de São Dônio foi construída sobre o mausoléu de Diocleciano e se tornou uma igreja católica no século VII quando o sarcófago com o corpo do imperador foi removido do local. O campanário foi acrescido mais tarde, ao redor do século XII. A igreja é linda. Tem um desenho octogonal e colunatas coríntias. Na base do campanário há uma grande esfinge egípcia em granito preto que se destaca no meio do branco.
Ósculo de uma das alas onde os artistas se apresentam cantando
Além disso, a cidade borbulha em sua avenida beira-mar cheia de palmeiras típicas da região, inúmeros barcos atracados, cruzeiros, bares e restaurantes, além dos desfiles sem fim de pessoas de todo o mundo em sua orla.

Perto dali fica a Itália, e por isso, resolvemos ficar um dia e uma noite em Split e esticar o passeio até Veneza. Mas isso já é assunto para outra oportunidade.

Boa viagem!
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