Irmãos e irmãs
A Pastoral do Meio Ambiente da Arquidiocese do Rio de Janeiro vem a público
declarar sua posição com relação aos eventos em torno da contaminação da água
fornecida pela CEDAE.
Estranhamos que essa empresa que tem
prestado serviços de excelência durante tantos anos, seja hoje colocada em uma
posição tão fragilizada. Por isso é importante compreendermos em que condições
isso se dá.
1) Tentativa de privatização do
patrimônio público a preços muito baixos fazendo assim o repasse do esforço da
população (através dos impostos) para empresários que não tem absolutamente
compromisso com a vida, mas sim com os lucros (o que é absolutamente “normal”,
mas não numa área tão estratégica e de segurança nacional);
2) A demissão dos técnicos
responsáveis pelo controle de qualidade da água;
3) Absoluta inanição da atual
diretoria da empresa na resposta aos problemas que afligem a população, o
presidente da empresa desapareceu;
4) A inaceitável atitude criminosa da
DIREÇÃO DA CEDAE autorizando o consumo da água;
5) As consequências danosas aos mais
necessitados que não tem condições de escapar ao dano a sua saúde e dignidade,
provocada pelo Estado.
Por orientação de nossos pastores,
estamos a anos acompanhando a performance da CEDAE no sentido de construir
espaços populares de controle e monitoramento.
Lamentamos muito o desserviço prestado
pela imprensa no sentido de repassar simplesmente as declarações das
autoridades sem um mínimo de checagem (expediente que ela, a imprensa, utiliza
em casos de seu interesse) e o alinhamento aberto e declarado a privatização.
Nos declaramos em sintonia com as
campanhas da fraternidade que trataram do tema e em sintonia com a Encíclica
Papal Laudato Si, nossa absoluta
contrariedade com a possibilidade de privatização, água é vida e portanto não
pode ser tratada como mercadoria.
Nos alinhamos junto a população mais
empobrecida, onde foram registradas imagens de crianças pobres bebendo aguas de
poças e lembramos os casos de privatização da água que hoje retornam ao
controle público, portanto não devemos repetir esse erro!
Por fim, alertamos para
responsabilização da raia pequena da instituição CEDAE, livrando os verdadeiros
responsáveis de colarinho branco, que inclusive, acumulam em seu curriculum
outras tragédias como a de Brumadinho.
Rezamos a Deus pedindo que coloque nas
mentes de nossos governantes, responsabilidade pública.
- Comissão Pastoral do Meio Ambiente –
Vicariato Para Caridade Social
Arquidiocese do Rio de Janeiro
Arquidiocese do Rio de Janeiro
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