É de fundamental importância comemorar o dia como símbolo de todo o sofrimento, humilhação e luta de muitas mulheres pelo direito de existirem, serem ouvidas e respeitadas. No passado, cuidadoras deprimidas ou histéricas tiveram nas loucas sonhadoras, nas bruxas e subversivas sua representatividade e dela se beneficiaram.
Algumas de nossas mulheres mais ousadas podemos lembrar aqui: Chiquinha Gonzaga (1847-1935); Anita Garibaldi (1821-1849) Líder militar Guerra dos Farrapos; Maria Quitéria (1792-1853) transformou-se no soldado Medeiros, para lutar pela independência do Brasil; Princesa Isabel (1846-1921) assinou a Lei Áurea; Maria da Penha, dá nome à lei número 11.340 de 2006 de proteção da mulher contra a violência doméstica e familiar; Enedina Alves Marques (1913-1981) primeira Negra a se dedicar à música; Dandara, guerreira do Quilombo dos Palmares; Nísia Floresta (1810-1885) escreveu o primeiro livro aos 22 anos sobre a injustiça dos homens fundou a primeira escola para meninas que ensinava não apenas artes manuais; Anita Guir carreira de engenheira civil; Nise da Silveira,, precursora da terapia ocupacional e das Artes no tratamento das doenças psiquiátricas e outras como Tarsila do Amaral Ana Neri, Cecília Meireles, Carolina Maria de Jesus, Dilma Rousseff primeira mulher brasileira a presidir o país.
Em 25 de novembro de 1927 o juiz Israel Nunes manda incluir na lista de eleitores a professora Celina Guimarães Viana, a primeira eleitora, não só no Brasil, mas na América do Sul, movimento iniciado em 1893 sendo que o foi a Nova Zelândia o primeiro país a garantir o sufrágio feminino.
Hoje muito do que somos devemos a estas e a tantas mulheres sonhadoras e corajosas, pois nenhum direito nos vem de graça. Uma mulher de caráter não aceita migalhas. Luta pelo seu espaço, quer seu lugar de fala. Porém a liberdade feminina tem preço: é o seu trabalho, é o seu estudo, é a sua coerência, é a sua independência.
Mas às vezes infelizmente o preço é a sua vida. A sociedade machista não educa o homem para respeitar a liberdade feminina e muitas mulheres não se preparam para a autonomia. Nesse conflito a mulher ainda é a parte mais fraca, haja vista o crescente número de feminicídio.
Muito a comemorar e muita estrada a percorrer. Precisamos melhorar a educação de nossos filhos e de nossos alunos no sentido de cuidar bem de suas irmãs, amigas, namoradas e muito desse papel é nosso, das mães. Precisamos educar as meninas para não serem objetos ou buscarem solução de vida num casamento. Talvez seja este o caminho para comemorarmos juntos esta data.
Parabéns a todas as mulheres que fazem a sua parte para um mundo melhor.
A autora deste texto é Maria Adélia Figueira Ferraz - Pedagoga, Pós Graduada em Supervisão Escolar, Técnica Judiciária, Professora aposentada e Psicanalista em formação
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