Minha história é um misto de desafios, superações e o poder transformador da resiliência. Aos 48 anos, sou mãe do Eduardo e da Karina, além de ser a orgulhosa avó da Laura e do Vicente, atuo como educadora há 30 anos na rede municipal.
A cada ano, somos inundadas por uma enxurrada de bombons, rosas e perfumes no dia 8 de março, como se esses presentes definissem a essência da feminilidade.
No entanto, vale lembrar que essa data não começou como uma celebração comercial, mas como um grito de protesto contra a opressão feminina, proposto por mulheres fortes como Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo em 1910, numa conferência de mulheres. O 8 de março carrega consigo uma história de resistência e luta que vai além do aspecto comercial que vemos hoje.
Jennifer Curtindo um Momento de Avó |
As homenagens frequentemente se perdem em clichês, esquecendo-se de que as mulheres são seres pensantes, agem com razão e são tão humanas quanto qualquer outra pessoa.
"A gentileza, a delicadeza e a generosidade podem acontecer a qualquer momento, não necessariamente dia 8 de março e não só para as mulheres, mas isso não pode tomar o lugar da discussão de que ainda temos muitas reivindicações pela frente." ( Frase de Lourdes Bandeira).
Essa observação é um lembrete poderoso de que, embora a gentileza seja sempre bem-vinda, não podemos perder de vista as demandas por igualdade que persistem.
Os filhos de Jenniffer, Karina e Eduardo
Os presentes, por mais bem-intencionados que sejam, por vezes reforçam estereótipos que estamos tentando desconstruir. Não que não apreciemos flores e chocolates, mas quando isso se torna a única forma de celebração, a questão é mais profunda. Que o 8 de março seja para reivindicar direitos e igualdade.
Minha vida foi marcada por lutas, quase todas, apenas por ser mulher! Minha história é um exemplo de que nós, mulheres, vamos muito além, mostrando que podemos superar obstáculos, aceitar as adversidades e reinventar nossa própria narrativa. Cada desafio foi uma oportunidade para redescobrir minha força interior e redefinir o papel que desejo desempenhar na sociedade.
Na mesa de grandes amigas, uma Profunda Saudade: a Professora Kiki que nos deixou no período da pandemia. Singela homenagem da Profº Jenniffer a uma pessoa que muito admirava
Afinal, ser mulher supera as expectativas impostas. É sobre ser resiliente, corajosa e capaz de construir um caminho próprio, desafiando as normas preestabelecidas pela sociedade ainda (infelizmente) adoecida.
Ao abordar o Dia Internacional da Mulher, é crucial reconhecer a experiência única das mulheres negras, que enfrentam desafios ainda maiores na busca por igualdade. A diferença salarial para mulheres negras é uma realidade inegável, evidenciando a necessidade urgente de abordar não apenas as disparidades de gênero, mas também as questões raciais. A representação na mídia, muitas vezes limitada e permeada por estereótipos, é outra batalha constante que as mulheres negras enfrentam.
Portanto, ao celebrarmos este 8 de março, convido a todos a ampliar o foco, incluindo as vozes e experiências das mulheres negras na conversa. Mulheres como eu, como vocês, merecem mais do que flores e presentes. Merecemos respeito, igualdade e um reconhecimento que vá além de clichês. Vamos fazer do 8 de março um dia real de conquistas, uma celebração da força, resiliência e determinação das mulheres.
TEXTO: Jenniffer Correa de Freitas, mulher, mãe, filha de Angela, sobrinha-neta de Maria Aparecida, bisneta de Lilica, avó, professora e neta de Zoila, ah, Dona Zoila, que exemplo foste e ainda é! Rompendo barreiras e tabus, nos reinventando e aprendendo a cada desafio, somos mulheres! Nossa, que força! Sexo frágil?? Que mentira absurda!
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