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segunda-feira, 11 de março de 2024

Homenagem as Mulheres: Texto de Cátia Andrade Sias, uma das mulheres mais respeitadas de Itaocara

 “O que pode uma mulher dizer de si? Por milénios suas palavras são cerceadas, sonegadas e subtraídas, confinadas em violências, etiquetas e morais. Dizem dela, mas, não a escutam. Convocam seu nome, mas apenas para que responda em terceira pessoa.” (Eliane de Christo)

Fiz esta citação de abertura para enfatizar o quanto ainda precisamos avançar nas relações de direitos das mulheres, somos muitas e podemos ir muito além do que imaginamos, somos fortes e corajosas, podemos fazer e ocupar a posição que quisermos,

Estamos no mês de março, comemoramos no dia 8 de março o dia internacional da mulher, estamos no século XXI avanços tecnológicos em todas as áreas, o mundo moderno e “evoluído”, com tudo os direitos das mulheres ainda esta no passado, o índice de violência doméstica contra mulheres no Brasil, segundo dados do IBGE 2023 , registra 722 feminicídios no 1º semestre de 2023, maior número registrado desde 2019 em série histórica. Outro dado importante, de acordo com Ministério Público do Trabalho, as queixas de assédio moral e sexual no trabalho principalmente contra as mulheres, no primeiro semestre de 2023 representaram 7.978 casos, número maior que o ano inteiro de 2022, que foi de 7.341, sendo os casos de assédio sexual, embora em número menor, se mostram mais preocupantes, já que há mais de 20 anos é crime.

Novos dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram divulgados e um, em particular, me fez refletir. Para cada 100 mulheres no Brasil, há aproximadamente 94 homens. Esses números representam uma diferença significativa de género na população brasileira, com as mulheres compondo 51,5% do total, o que se traduz em seis milhões a mais de mulheres do que homens.  Os dados apresentados não apenas refletem uma realidade demográfica, mas também levantam questões importantes sobre a falta de representatividade feminina na política e como isso pode impactar a sociedade como um todo.

A representatividade na política é um aspecto fundamental de qualquer sociedade. Ela permite que diferentes grupos e comunidades tenham suas vozes ampliadas e suas necessidades atendidas. E neste contexto do Brasil, ter mais mulheres na política é uma questão fundamental. Afinal, como podemos querer uma sociedade justa e equitativa se as mulheres não têm uma presença significativa nos espaços de tomada de decisão? Somos apenas 17,7% dos 513 deputados federais, na Câmara dos Deputados. No Senado, temos hoje, 15 senadoras dentre os 81 parlamentares, um percentual de representatividade de 18,5%. 

Líderes femininas demonstram maior preocupação em propor e implementar políticas direcionadas à saúde de mulheres e crianças quando ocupam cargos em legislaturas estaduais. Essa abordagem tem um impacto positivo na qualidade dos serviços de saúde pré-natal e infantil em suas respectivas regiões eleitorais. 

Precisamos dar voz e vez as mulheres que podem nos representar e legisla a nosso favor, pensando e propondo políticas publicas que façam valer os direitos das mulheres em todos os segmentos de sua vida seja em casa, no trabalho, no lazer. Somos muitas e unidas podemos ir longe.

Eu desejo um mês de março abençoado e que possamos refletir o que e como podemos fazer para transformar nossa realidade para melhor.


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