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terça-feira, 30 de abril de 2019

Educar é Tarefa dos Pais e das Mães (não da Escola) – Texto Rosiani de Souza Pinheiro, Mãe do Lincoln


Ser Mãe é um grande desafio. Ter aquele bebezinho nos braços e saber que aquela vida dependente de você. Mas a rotina da mulher é feita de desafios, preocupações e incertezas. Desde a descoberta da gestação, logo vem à preocupação sobre como tudo vai acontecer. As dúvidas sobre se o bebê nascerá com saúde. Surgem a ansiedade e as orações para tudo dar certo no parto.
A Mamãe Rosiani com seu filhão Lincoln
Por mais autoconfiante que a mulher seja, haverá incertezas e medos. Diria que um destes temores está justamente se vamos dar conta de educar nossos filhos numa época com tanta tecnologia e informações. Apesar de ser uma mulher jovem, o mundo que meu filho está crescendo é bem diferente do que cresci. Isto significa que preciso desenvolver uma linguagem, que consiga atingir toda essa nova realidade.

Lógico que isso gera o medo de errar. E tudo dentro dos desafios diário das mulheres que como eu, são profissionais e trabalham fora. Acredito que todas tenham aflição por não estarem presentes em vários momentos, conforme gostaríamos. Precisamos ser sábias. Se não podemos ter quantidade, então busquemos qualidade, conforme faço com meu filho. Diariamente, não importa quão cansada esteja, conversamos sobre a escola, busco ajudar nas lições e conversar sobre outras coisas que ele quer.

E assim sigo, com várias etapas, experiências, momentos repletos de emoções a cada fase vivenciada. Por vezes me pergunto: “como irei agir nessa nova idade? Nessa nova questão que me filho me trouxe?”. Faz parte de ser Mãe: educar promovendo o crescimento e o amadurecimento em todas as dimensões, material, intelectual, moral e religiosa.

Por sinal, quero deixar bem claro, que acredito que este tipo de educação não é aprendido na escola. A escola ensina conteúdos didáticos do colégio, mas é em casa que os filhos aprendem os bons valores, que vão torna-los grandes seres humanos. Pais e Mães tem o dever de ensinar o caminho para nossos filhos serem felizes.

Converso com meu filho sobre a importância de persistir, de ter bom caráter, de respeitar as pessoas e ser verdadeiro sempre. A ter humildade. Outra coisa fundamental é que esteja pronto para os desafios que vai ter que enfrentar sozinho. Quando no máximo poderei estar ao seu lado, mas nunca fazer por ele.

Quando o Thompson me pediu para escrever um artigo sobre o Dia das Mães, tive certa dúvida. Mas estou feliz por ter colaborado e espero que quem ler, encontre em minhas palavras alguma ajuda. Que possamos ensinar aos nossos filhos a serem honestos, não passar por cima dos outros e a serem felizes. Está não é tarefa da escola. É nossa, dos papais e das mamães.

Beijo e Feliz Dia das Mães!!!

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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Leia Novamente: Nascido no Engenho, Educado em Batatal, Dr. André Nassif, um dos grandes Economistas do Brasil na atualidade

Inicialmente queremos agradecer ao Dr. André Nassif, que teve a gentileza de atender nosso pedido de entrevista, quando ainda estava voando do Brasil para o Marrocos, onde participou de um evento Internacional. Itaocarense, nascido no Engenho Central, começou sua educação em Batatal e atualmente é um dos principais pensadores brasileiros, presença constante nos debates de economia em centros como Nova Iorque e Londres.

Dr. André Nassif com sua mãe (agora finada), Morena Nassif

Nova Voz ONLINE – Pode nos falar um pouco sobre sua infância e adolescência, em Batatal e Itaocara?

Dr. André Nassif - Nasci no Engenho Central, mas fui criado em Batatal até os 17 anos, quando me mudei para Niterói para cursar a Universidade. No entanto, da infância à adolescência, tenho lembranças marcantes do Engenho Central e Laranjais, onde costumava passar fins de semanas na casa de meus tios e tias, mas também de Itaocara, onde cursei os ensinos fundamental (antigo ginasial) e médio.

Nova Voz ONLINE - Quais suas principais lembranças?

Dr. André Nassif - Dentre as mais marcantes de toda essa época, cito o banho de rio (na verdade, no ribeirão que fica às margens do clube do Engenho Central) – para mim, mágico até hoje -, o carnaval de Itaocara (de rua e nos clubes União e Nacional; diferentemente dos itaocarenses, frequentava ambos, sem discriminação) e as festas de rua. Tenho a impressão de que essas três formas de lazer podem não ser exatamente como eram na minha época, mas permanecem vivas ainda hoje.

Nova Voz ONLINE - Nós, que já vivemos mais da metade das nossas vidas, podemos tentar fazer a comparação que lhe proponho. Antes o mundo era mais simples, a tecnologia de ponta era a TV Colorida. Hoje, estamos cercados de tecnologias e facilidades. A partir da sua percepção, quando foi melhor viver?

Dr. André Nassif - Não gosto muito de fazer esse tipo de comparação, porque, para mim, o mais importante é viver a vida hoje. Sendo assim, “hoje” em minha época de menino e adolescente em Batatal, era tão importante como “hoje”, em minha vida adulta. Não sou do tipo saudosista, de achar que as coisas do passado eram melhores ou piores que as do presente. Certamente, o acesso às tecnologias da terceira revolução industrial (microcomputadores, celulares, acesso a músicas e filmes por streaming etc.) tornou a intercomunicação mais rápida e prática do que no passado. No caso do computador, por exemplo, é evidente que me permite redigir trabalhos mais rapidamente e manipular base de dados complexa de maneira mais eficiente que a máquina de escrever. Mas, o fato é que, como na época da máquina de escrever eu não fazia qualquer ideia da possibilidade de aparecerem tecnologias mais complexas, a primeira exercia para mim funções similares às das últimas.

Nova Voz ONLINE – Pode explicar melhor?

Dr. André Nassif - Agora mesmo, parece que já estamos assistindo à transição para a quarta revolução industrial, em que o comando tecnológico virá da inteligência artificial, robótica e da chamada internet das coisas, que permitirá que os bens de consumo estejam conectados a comandos eletrônicos e digitais. Imagine você trabalhando no seu computador numa mesa de sua casa e, ao mesmo tempo, dando comando para seu aspirador de pó fazer a limpeza da casa, sem que você levante da cadeira; ou que seu automóvel o conduza para o trabalho de Niterói para o Rio, sem qualquer motorista no comando, apenas com você no banco traseiro, lendo os jornais do dia pelo celular, não mais por mídia impressa. Isso tudo está surgindo e nem por isso ficarei saudosista das coisas que tenho hoje.

Gosto pelo Estudo
Com o irmão, José Luiz, a mãe Morena e a cunhada, Nilma

Nova Voz ONLINE - Você sempre gostou de estudar?

Dr. André Nassif - Sim, e, no meu caso, posso lhe afirmar que foi algo relativamente espontâneo. Se houve estímulo, foi menos do ambiente familiar que do próprio ambiente escolar, sobretudo no primário, em Batatal, onde fui alfabetizado inicialmente por minha prima (Mariazinha Teixeira) e minha madrinha (Lurdinha Erthal). Naquela época, havia 1ª série A e primeira série B, sendo a primeira uma pré-alfabetização. No caso da madrinha Lurdinha, todo mundo sabe que era excelente professora, sobretudo na arte de alfabetizar pelo método fônico, mas pouca gente sabe que Mariazinha Teixeira, que ficou pouco tempo no magistério, era alfabetizadora exemplar. Pois bem, o ambiente escolar nesses dois primeiros anos era tão salutar e estimulador que serviu de indutor para manter e até mesmo aumentar o interesse por estudos nas etapas seguintes de minha vida. Não por acaso, no campo da pesquisa educacional, há estudos que mostram, com evidências empíricas robustas, que a educação obtida nos primeiros anos de escola é fundamental para o desempenho escolar nas etapas seguintes.

Nova Voz ONLINE - Você disse que estudou o primário em Batatal, de 1967, até 1970. E que a qualidade de ensino, não deixava a dever a nenhuma outra escola do Brasil. Quais suas lembranças daqueles tempos. Pode citar alguns professores e colegas queridos?

Dr. André Nassif - Todos os meus professores do primário foram excelentes. Tão bons que sei seus nomes de memória: Maria da Penha Teixeira Erthal (Mariazinha Teixeira); Maria de Lourdes Pegorim Erthal (Lurdinha Erthal); Nilcéia Almeida Torres e Lauri Pereira Cosendey (a primeira comandou a classe por poucos meses, pois logo pediu transferência para Laranjais); Rita Lontra Alves e Ângela da Conceição Campany de Moraes.

Nova Voz ONLINE – Por qual razão afirma que a educação que recebeu destes professores não deixava a desejar a nenhuma das melhores escolas do país?

Dr. André Nassif - Há diversas razões por que posso lhe afirmar que a qualidade do primário em Batatal naquela época (de 1966 a 1970) não ficava atrás de nenhuma escola de primeira linha hoje no Brasil. Primeiro, porque o ensino era conectado à realidade dos alunos. Éramos estimulados a redigir, desenhar, refletir e debater temas relacionados ao ambiente geocultural de Itaocara, como a agropecuária, as festas de rua, as folias de reis, dentre outros, de modo que os professores estavam menos interessados que os alunos memorizassem o conteúdo programático que discuti-lo de maneira mais proveitosa e profunda. Segundo, porque o ensino não se limitava apenas às atividades em sala de aula, mas também a atividades extraclasse, como participação e organização de festas escolares, como as festas juninas ou do padroeiro da cidade; além disso, muitas vezes o ensino de determinados temas, como, por exemplo, o processo de germinação vegetal, envolvia atividades lúdicas, como plantar e acompanhar o desenvolvimento de uma árvore. Terceiro, porque o conteúdo programático era cumprido na íntegra, já que não me lembro de faltas sistemáticas de professores em sala de aula. E, por fim, porque havia cobrança de desempenho, por meio de provas escolares. Para ser aprovado, era preciso esforço intelectual. “No pain, no gain” (“sem esforço, nenhum ganho”).

Nova Voz ONLINE - Como era o dia a dia de aula?

Dr. André Nassif - Havia dois turnos, o da manhã e o da tarde e, em ambos, um intervalo de 30 minutos para o recreio. No recreio, os alunos se alimentavam com a merenda oferecida pela escola. Lembro muito bem que as meninas brincavam de roda e os garotos jogavam futebol nos fundos da escola. Se houvesse indisciplina por parte de algum aluno, este ficava retido em sala de aula, privado de usufruir a hora do recreio. Era necessário dedicar algum tempo de estudo em casa, porque sempre havia exercícios escolares por fazer entre um dia e outro.

O que aconteceu com a Educação no Brasil?
Mariazinha Teixeira foi Professora do Dr. André Nassif

Nova Voz ONLINE - Gostaria de lhe perguntar, o que fizemos, para perder a qualidade do nosso ensino público? E porque somos são tolos, enquanto sociedade, que não entendemos que só poderemos criar um país melhor, mais civilizado, com alto IDH e GINI, quando houver uma educação pública de qualidade?

Dr. André Nassif - Há várias razões. Uma delas é que, durante o período em que estava no primário, o Brasil passava por intenso processo de urbanização, de tal sorte que a demanda educacional aumentou vigorosamente a partir dali. No entanto, os salários reais dos professores da educação pública caíram drasticamente a partir da década de 1980, sobretudo por causa da altíssima inflação. Como, desde então, os salários dos professores nunca mais recuperaram o valor real que tinha na minha época, muita gente deixou de ter interesse em se dedicar à atividade docente nos ensinos fundamental e médio, por vocação.

Nova Voz ONLINE – Quão lamentável!

Dr. André Nassif - Além disso, no caso dos centros urbanos, existe muita desestruturação familiar. Há casos de meninos e meninas sem pais, criados por parentes; casas em que moram até dez pessoas, e por aí vai. Ora, educação exige disciplina, esforço, concentração e equilíbrio emocional. É pouco provável que o interesse por estudos se mantenha vivo quando, após passar parte do dia na escola, as crianças tenham de enfrentar o restante do tempo num ambiente familiar que não ofereça qualquer estímulo adicional.

Nova Voz ONLINE – Quais seriam as soluções?

Dr. André Nassif - Embora eu não seja um especialista em educação, eu só vejo saída para a melhora do desempenho educacional no Brasil se houver remuneração mais digna para os professores, treinamento contínuo do corpo docente e ensino em tempo integral, em que parte do tempo seja dedicado a estudos individuais na biblioteca da escola e em atividades extracurriculares (dança, teatro, música, etc.). Para isso, seria preciso que houvesse mobilização da sociedade civil no sentido de exigir dos governantes nas esferas federal, estadual e municipal uma verdadeira revolução educacional que garanta esses direitos. Seria preciso que tal objetivo se transformasse numa política de Estado, e não de um único governo.

A Escolha pela Carreira de Economista
Após ministrar palestra com o tema Dinâmica da Economia Brasileira de 1950 até o Presente, para estudantes do doutorado em Economia, na New School for Social Research, em Nova Iorque, Dr. André Nassif tirou foto com os doutorandos

Nova Voz ONLINE - Agora quero que nos conte o porquê de ter decidido tornar-se economista?

Dr. André Nassif - Quando terminava o penúltimo ano do ensino médio, eu tinha três interesses culturais: literatura, história e ciências humanas. Já por volta dos 14 anos, já tinha lido os principais clássicos da literatura brasileira, como “Dom Casmurro” (Machado de Assis), “Grande Sertão: Veredas” (Guimarães Rosa) e adorava ler a poesias de Jorge de Lima (meu poeta brasileiro preferido até hoje). Quer dizer, já comecei lendo os melhores, pois nunca me interessei por escritores que escreviam romances açucarados, como José de Alencar e sua (para mim) intragável “Iracema”. Descartei literatura, porque sabia que não tinha talento para escritor, mas também não queria viver de crítica literária; no caso de história, descartei, porque queria escolher alguma área que me permitisse entender melhor o país e o mundo em que vivemos com base em uma perspectiva que contemplasse não apenas a história, mas também a sociologia, a filosofia e a economia. Dentre as ciências humanas, a economia é a única que oferece a possibilidade de ter, nos currículos, todas essas disciplinas, além de teoria, matemática e estatística.

Nova Voz ONLINE - E sua época na universidade. Como foi? Como era o desafio de estudar, quando se formou?

Dr. André Nassif - Fui aprovado no vestibular (o equivalente ao Enem hoje) para Economia na Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi um período difícil, porque era mantido, com dificuldade, por meu irmão em Niterói e, portanto, eu precisava trabalhar. Em que pese à pressão de meu irmão para conseguir trabalho e conciliá-lo com os estudos (na época, a Faculdade de Economia da UFF só tinha o curso noturno), eu consegui resistir porque sabia que só conseguiria ser bom profissional se estudasse para valer. E assim foi: eu acordava e passava o dia estudando na biblioteca da Faculdade de Direito (no Ingá) e, no penúltimo ano da faculdade, na biblioteca do Banco Central do Brasil. Eu não estudava para fazer provas e ser aprovado, mas para ser economista. Por isso, meu primeiro trabalho foi de estagiário de Economia no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em que fui auxiliar de pesquisa do professor Wilson Suzigan.

Nova Voz ONLINE – Qual era sua rotina de estudos?

Dr. André Nassif - Em geral, estudava apenas durante os dias de semana. Nos fins de semana, ia à praia e ao cinema, saía com amigos ou lia literatura. Mas quando havia provas, eu também estudava nos fins de semana. Para ficar mais prazeroso, costumávamos fazer grupos de estudos com outros colegas de classe e estudávamos em suas casas.

Nova Voz ONLINE - Depois que se graduou quais cursos fez e em quais instituições?

Dr. André Nassif - Depois de terminar Economia, fiz o mestrado em Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um ano de especialização em Políticas Públicas nas Nações Unidas-Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), em Santiago do Chile e, logo após, o doutorado em Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Nova Voz ONLINE – Quais os temas escolhidos?

Dr. André Nassif - No mestrado, tive de fazer uma dissertação final sobre “Protecionismo no Brasil: 1930-1989”; e no doutorado, uma tese sobre “Liberalização Comercial e Eficiência Econômica: a Experiência Brasileira”. Fui economista profissional no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde entrei por concurso público e me aposentei no final de 2016. E sou professor da Faculdade de Economia da UFF desde 2009, onde também entrei após ter sido aprovado, em primeiro lugar, em concurso público de provas (escrita, oral e didática) e títulos. Como atualmente no Departamento de Economia da UFF sou também professor do Programa de Pós-Graduação em Economia (Mestrado e Doutorado), mantenho uma rotina diária de estudos, já que, para me manter na pós-graduação, é preciso um número mínimo de trabalhos publicados em revistas científicas de primeira linha. Mas estudar, para mim, é menos esforço que lazer.

A Revolução das Tecnologias de Comunicação
Dr. André com a mãe Morena e as sobrinhas, Isabela e Bianca

Nova Voz ONLINE - A partir da década de 1980, aconteceu a maior mudança durante nosso período de vida: a Revolução das Comunicações. Especialmente a partir do surgimento da Microsoft, da Internet em larga escala e nunca mais parou. Isto transformou o planeta num lugar muito menor. Acha que já assimilamos essa mudança? Ou a ascensão ao poder, de pessoas que ainda mantém uma visão nacionalista, xenofóbica e eivada de preconceitos, é a prova de que a técnica sempre será bem mais rápida do que a capacidade humana de aceitar as mudanças?

Dr. André Nassif - Toda revolução tecnológica radical implica profundas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais. Assim foi com a revolução industrial inglesa, com a segunda revolução industrial, entre o final do século XIX e o início do XX, com a disseminação da eletricidade, dos automóveis e dos produtos eletrônicos, com a terceira revolução industrial, quando houve o aparecimento do computador e da internet e com a quarta, agora em curso, com a inteligência artificial e robótica.

Nova Voz ONLINE – O que fazer então?

Dr. André Nassif - O desafio para cada país é justamente saber como assegurar o desenvolvimento econômico e social, sabendo-se que é preciso incorporar as tecnologias que vão surgindo. Não existe uma receita mágica, mas as experiências bem-sucedidas de desenvolvimento mostram que nenhum país se desenvolve apenas pelo livre jogo das forças de mercado, nem pelo exclusivismo do Estado (vide o fracasso das economias socialistas no século passado). É preciso uma combinação harmoniosa e moderada entre a coordenação do Estado e o livre jogo das forças de mercado.

O Rápido Desgaste do Novo Governo

Em Londres, Dr. André Nassif fez uma visita ao Kings College

Nova Voz ONLINE - Impressiona o desgaste do novo Governo brasileiro, no poder a pouco mais de cem dias?

Dr. André Nassif - Não, porque, particularmente, acho que o presidente atual tem pouco preparo intelectual e político para exercer o cargo. De todo modo, respeito o jogo democrático e acho que, se esta foi a escolha do povo brasileiro, temos de torcer para que o governo faça o melhor para o Brasil. O bom da democracia é que, se o desempenho for ruim – neste caso, estou falando de uma país que sofreu uma recessão brutal entre 2015 e 2016 e tem encontrado enorme dificuldade para engatar novo processo de crescimento que recupere a criação de empregos desde 2017-, o povo terá nova oportunidade de acertar ou errar a cada 4 anos.

Nova Voz ONLINE – Como economista, concorda com as previsões sobre crescimento do Brasil neste ano? O Itaú, por exemplo, diminuiu sua projeção de 2% para 1.3%. E no dia 28 de Março, o próprio Banco Central, reduziu a previsão de crescimento de 2.4% para 2%. É isto? O marasmo, o andar de lado, vai continuar?

Dr. André Nassif - Não acredito que a economia brasileira cresça mais do que 1% este ano, por uma razão simples: para haver crescimento, é preciso haver recuperação da demanda agregada, seja do consumo das famílias, do investimento das empresas, os gastos do governo e das exportações. No caso do consumo e do investimento, não é possível esperar grande incremento, por causa do enorme desemprego e queda da renda (caso do consumo) e da grande capacidade ociosa das empresas, sobretudo dos setores industrial e de serviços (caso do investimento). No caso da demanda do governo, tampouco se pode esperar que maior crescimento venha daí, por conta da política de ajuste fiscal; desde 2017, o que tem garantido algum crescimento, ainda assim pífio, é o incremento das exportações e não será muito diferente este ano, a não ser que haja alguma crise na economia mundial, o que, felizmente, parece estar fora do radar (pelo menos neste ano).

Nova Voz ONLINE - André, muito obrigado. Você nos atendeu ainda quando estava no voo para o Marrocos. Muito obrigado pela gentileza. Agora gostaria que nos deixa-se um recado. De forma geral, mas especialmente para Itaocara, sua terra Natal.

Dr. André Nassif - Não desistam nunca de Itaocara, nem do Brasil. No caso de Itaocara, que conheço bem, vamos continuar escolhendo governantes que se comprometam com as demandas populares mais importantes, como a melhora das condições de saúde, saneamento, acesso a hospitais públicos, educação, transporte e preservação ambiental. E, como “gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”, que ofereçam opções culturais diversificadas para o povo itaocarense.



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sábado, 27 de abril de 2019

A VOCÊ MÃE ... que o filho #partiufilhoprafaculdade – Texto Aveline Machado, Mãe da Isli

Aveline com sua filha Isli, que agora é universitária

Poderia iniciar um texto escrevendo sobre a magia de ser mãe e congratular a todas. Mas, nesse ano, minha atenção especial vai para todas as mães que possuem seus filhos nas universidades e que literalmente os fazem sair do ninho e os ensinam a voar.

A você mãe, que chora escondido quando vê o seu filho entrar no ônibus e ir à faculdade deixando um vazio enorme em casa ...

A você mãe que abre mão de fazer unha, cabelo, sobrancelha toda semana ou deixa de comprar seu sapato e bolsa da moda só para ter mais um dinheirinho sobrando no fim do mês para complementar nas despesas do filho que partiu para estudar...

A você mãe, que prepara toda semana a comidinha que ele adora e leva congelado com etiquetas escritas por você só para ter a certeza que de um modo ou de outro o filhote terá à segurança que a "comidinha da mamãe “estará presente no pão nosso de cada dia ...

A você mãe que trabalha em 1, 2, 3 empregos para conseguir realizar a difícil tarefa de formar o ser cidadão...

A você mãe que surta quando o filho não atende ao telefone e que se sente a pessoa mais aliviada do cosmos ao receber a mensagem "mãe, estou em aula, te ligo daqui a pouquinho"...

Minha homenagem vai para você mãe, que se identifica com cada exemplo que citei aqui e que poderia listar tantos e tantos que fazem parte desse universo de #partiufilhoprafaculdade.

A você, MÃE que vive toda essa aventura de sonhos e incertezas, o meu mais nobre FELIZ DIA DAS MÃES ao lado desses serumaninhos que daqui a pouco estarão no mercado de trabalho fazendo história em suas próprias escolhas.

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terça-feira, 23 de abril de 2019

Eu no Sexto Ano do SEI – Giovanna Thompson

Euzinha: Giovanna Thompson

A mudança do quinto ano para o sexto ano está sendo muito grande. Temos muito mais matérias e conteúdos agora. Sem esquecer o TAS, as provas bimestrais e o complemento do TAS. Já fiz quatro TAS. Nós fazemos os três primeiros e no quarto TAS, podemos recuperar o que nós erramos, assim, não fica nada para trás.

Outro desafio é acordar de manhã cedo. Por enquanto, vejo que não está funcionando muito bem. Não é fácil sair da cama. Como estudava na parte da tarde, só saia da cama lá pelas dez horas. Agora, preciso levantar às seis horas. Coitada da minha Mãe, para me tirar da cama (risos). Acordar cedo é outra lição que estou aprendendo.

Ir pra escola de manhã têm algumas vantagens. A primeira é ter mais tempo para estudar, pois na parte da tarde posso reler as matérias. E nos dias de prova, tenho mais tempo para revisar tudo. Outra coisa é que fico mais disposta no restante do dia. Muita energia. De novo: coitada da minha mãe (risos). Faço também as três refeições de forma correta. Como acordava tarde, tomava café e almoçava, quase ao mesmo tempo.

A minha turma sempre teve muitos alunos. O legal é que a maioria estuda comigo desde sempre. Estou bem acostumada com todos. Lógico que isso ajuda em sermos bem ativos. Coitada dos nossos professores (risos). Na minha turma, nós, as meninas, somos a minoria. Por isso somos muito unidas.
O Sexto Ano do Colégio SEI, com os Professores de História, Marcelo Hungria e de Geografia, Gustavo Lessa, realizando uma atividade de campo
Uma das mudanças deste ano é o número de professores. Nunca tive tantos. No total são dez professores, que nos ensinam Álgebra, Geometria, Português, História, Geografia, Inglês, Ciências, Espanhol, Artes e Educação Física. As minhas matérias preferidas são artes, ciências, português, espanhol, geografia e história. E claro que Educação Física. Quem não gosta?

Confesso que AMO ARTES. Estou aprendendo sobre Aldemir Martins, Piet Mondrian, Romero Brito e Vik Muniz. Também estou aprendendo sobre as cores. As cores primarias são vermelho magenta, amarelo e azul. Delas posso fazer várias outras cores. Também aprendi sobre as cores quentes e frias. Eu adoro todos os professores. NÃO FIQUEM ZANGADOS. Mas a Tia Márcia ensina justamente o que mais amo. Quem sabe, algum dia, me torne artista também? Ou Arquiteta? Ou Estilista de Moda? (risos). Desde pequena amo fazer arte. Sou arteira, quero ser artista (risos).

Desde o início do ano, meu Tio Thompson está pegando no meu pé para escrever. Se vocês gostarem, vou passar a escrever sempre, mesmo com vergonha.
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segunda-feira, 22 de abril de 2019

Reforma da Previdência. Que Reforma da Previdência? Texto: Hélio Sales – Presidente da CDL Itaocara, Aperibé e Cambuci


Eu acredito que seja necessária uma Reforma da Previdência. Tudo indica que as contas não fecham. A cada ano, a relação entre trabalhadores que se aposentam e trabalhadores que estão ativos no mercado de trabalho, é mais deficitária. E a Previdência no Brasil funciona (grosso modo) com quem está trabalhando, pagando a aposentadoria de quem está aposentado. Uma espécie de Pirâmide. O problema é que na história da economia, todo esquema de Pirâmide implodiu. Não será diferente na nossa Previdência.

Agora, como escrevi acima, GROSSO MODO. Ou seja, não se pode consertar este erro histórico, entregando a conta às pessoas mais pobres. Pense: é justo pedir ao homem do campo, que trabalha de sol a sol, de janeiro a janeiro, com má alimentação, assistência de saúde irregular e tantos e tantos problemas, que se aposente somente após trabalhar (contribuir) por mais dez anos?

Hélio Sales - Presidente da CDL Itaocara, Aperibé e Cambuci
A maioria dessas pessoas, aos 50 anos, já está profundamente envelhecida. Passaram a vida ganhando em média, um salário mínimo mensal. Mas da sua força de trabalho, muitas riquezas foram geradas, produzindo alimentos para matar a fome de quem mora nos centros urbanos. Pedir que se aposentem mais tarde é uma covardia.

Outra coisa, o que será feito para as pessoas que por diversos motivos nunca contribuíram? A Previdência vai simplesmente dizer: SINTO MUITO? É isso? Não é problema destas pessoas, que tenham tido dificuldade para entender este sistema de seguridade que nós temos. Mesmo eu fico confuso sobre como pagar tantos tributos. Não é responsabilidade também destas pessoas, que governo após governo (dos diversos partidos), tenham sido tão incompetentes, que jogaram a economia no fundo do poço, fazendo com que ter a carteira de trabalho assinada se tornasse um privilégio, ao invés de algo absolutamente corriqueiro.

Pense: quantos brasileiros foram jogados na informalidade por incompetência administrativa de sucessivos governos? E são essas pessoas quem vão ter que ficar sem nenhuma segurança mínima de sobrevivência?

Eu sou cristão. Dói-me o coração imaginar que num futuro em que estarei ainda vivo, vou ter notícias do cotidiano de milhões e milhões de brasileiros, idosos, abandonados pelo Estado, que se quer vão conseguir comer durante 30 dias. E isto numa escala milhões de vezes maior do que hoje em dia.

Penso que a economia na Previdência precisa ser feita sobre quem tem várias aposentadorias. Quem recebe milhares de reais, como os altos funcionários, especialmente do Serviço Público Federal. O Estado deve pagar, NO MÁXIMO, Cinco Mil Reais por mês. Quem quiser ganhar mais, então faça um sistema privado. Por ai que se deve cortar. Não cortar dos já famélicos aposentados do INSS. Pois isto é covardia.
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domingo, 21 de abril de 2019

Mensagem do Vereador Jaderson Aleixo Couto Silva por ocasião do Dia de Páscoa

Vereador Jaderson Aleixo Couto Silva

Na Páscoa, nós, Cristãos, celebramos a ressurreição de nosso senhor, Jesus Cristo. A ressurreição trás em si o significado de reinício. 

Que nós, os filhos de Deus, possamos dar um novo início em nossas vidas, a partir da nossa mudança de pensamento, das palavras que dizemos e das ações que tomamos.

Espero que a Páscoa de 2019 seja celebrada nos lares com muito amor. Deixando as mágoas de lado. Que abandonemos sentimentos como o ódio, o rancor e o ciúme. 

Renasçamos no amor em Cristo, e no amor uns pelos outros, cumprindo o mandamento: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS, ASSIM COMO EU VOS AMEI. SOMENTE ASSIM, PODEIS SER RECONHECIDOS COMO MEUS DISCÍPULOS.

Feliz Páscoa e que Deus nos abençoe.

Jaderson Aleixo Couto Silva – Vereador, Primeiro Secretário da Câmara Municipal de Itaocara

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Um Ano Sem o Médico, Dr. Carlos Magno Daher

Dr. Carlos Magno na casa do amigo Ronald Thompson, para presenteá-lo com um livro da Acadêmia Paduana de Letras, Artes e Ciências (APLAC) em que havia um artigo assinado pelo médico

Há um ano Itaocara perdia um dos seus mais importantes ícones históricos: o Médico, Fundador da Casa de Saúde João XXIII, Dr. Carlos Magno Daher. Como forma de homenagear sua memória, levamos aos leitores a entrevista abaixo, do ano de 2009, quando ele completou 40 anos de Medicina.

Nova Voz On Line – Como é completar 40 anos de carreira?
Dr. Carlos Magno – No dia 12 de Dezembro de 1969, colei grau em medicina. Estou próximo a completar 40 anos de vida profissional. Naquela época meus planos eram partir para os Estados Unidos, onde queria fazer minha residência médica.

Nova Voz On Line – O que mudou seus planos?
Dr. Carlos Magno Daher - Em maio de 1970, vim até Pádua conversar com minha família e minha então noiva, Christina. Na oportunidade um amigo, também formado há pouco tempo, o Dr. Nelson Freitas Rodrigues, pediu que fosse até Itaocara conhecer o trabalho que alguns jovens médicos estavam realizando, em torno da liderança do Dr. Álvaro Pinheiro e do Dr. Geomar Alves da Cunha. O Hospital de Itaocara tinha sofrido obras de ampliação, o que me motivou a iniciar alguns atendimentos. Foi esse contato com a população que acabou me prendendo e em 1° de Junho de 1970 iniciei minha vida médica nesse município.

Nova Voz On Line – Já havia a Casa de Saúde João XXIII?
Dr. Carlos Magno – Não. Mas nasceu a ideia de construir um nosocômio mais moderno, capaz de melhor atender a população. Então o sistema era gerido pelo INAMPS / INPS, que diferente do SUS de hoje, possibilitava realmente que se fizesse um atendimento universal de melhor qualidade. Além de remunerar de forma digna os médicos e hospitais, gerava o espírito de empreender na saúde. Só para situar, iniciamos as obras em Janeiro de 1971 e inauguramos em junho de 1975. Os médicos que participaram dessa corajosa iniciativa, vão lembrar quanto trabalho tivemos e como fomos ousados em sonhar trazer até Itaocara uma medicina mais atualizada, e até os dias atuais lutamos nesse sentido.

Nova Voz On Line – Há atualmente uma crítica aos jovens médicos sobre a dependência que possuem da tecnologia para diagnosticar. Que avaliação faz dessa circunstancia?
Dr. Carlos Magno – Tenho viajado muito para o exterior, em função do meu filho, Dr. João Paulo, ter estudado na Europa, e agora estar fazendo o Doutorado nos Estados Unidos, especificamente no John Hopkins Hospital, que é um dos mais importantes centros médicos do planeta. Diria que vivemos a época da medicina dos aparelhos. Com o máximo respeito que tenho pelos jovens profissionais, preciso destacar que sinto falta de uma formação básica em clínica médica. Hoje tudo se resolve com uma batelada de exames caríssimos. Quem sabe esse pensamento não é influenciado pelas multinacionais, que comercializam esse maquinário? Tomografias, ressonâncias, ultrassom, hormônios e etc. Isso fez desaparecer aquela condição do Clínico Geral, que só se aprende na medicina do dia a dia.

Nova Voz On Line – Diferente dos médicos formados em sua época, não é mesmo?
Dr. Carlos Magno – Nós, médicos mais antigos, só no contato do consultório, perguntando sobre o que o paciente está sentindo, verificando o histórico, utilizando aparelhos simples como o medidor de pressão e a ausculta dos pulmões, chegamos a diagnósticos, da mesma forma precisos, em 90 % dos casos. Penso que essa melhor tecnologia deveria ficar apenas para os pacientes que fossem realmente difíceis de diagnosticar, o que ocorre na minoria das vezes.

Nova Voz On Line – Então a ‘mão do médico’ continua sendo importante?
Dr. Carlos Magno – Com certeza! Tenho pacientes que trato da família faz décadas. Acompanhei o avô, o pai, a esposa, os filhos e até os netos. Com os médicos antigos existe esse vinculo. Desde os primeiros dias da faculdade, aprendi que o diagnóstico está na história clínica do paciente. Por isso é fundamental saber o que ele está sentido e se informar sobre sua família. Então nos 10 % dos casos restantes, vamos usar os exames complementares mais caros.

Nova Voz On Line – O diagnóstico é algo que ainda desafia?
Dr. Carlos Magno – A medicina é uma ciência desafiadora. Quem chega com uma dor abdominal, pode ter, desde uma simples prisão de ventre, até um câncer grave. Se não tiver as informações que falei anteriormente, sobre o histórico de quem está tratando, não vai ler de forma precisa o resultado dos exames. É nesse momento que a experiência clínica funciona, possibilitando direcionar o que realmente se quer saber. Diria que 99.99 % das vezes, vamos acertar.

Nova Voz On Line – Qual é o prejuízo dessa dependência da tecnologia?
Dr. Carlos Magno – Principalmente na saúde pública. Por mais que a Secretaria tenha recursos, torna-se um saco sem fundos. Os exames de ponta são caríssimos, em função dos preços dos equipamentos que passam de milhões de Reais. E é importante ressaltar, que quem faz esses investimentos, nas suas unidades particulares de atendimento, tem toda razão em cobrar os preços dos exames, pois se não for assim, perderá a capacidade de investir e como consequência o Brasil ficaria atrasado no tempo e no espaço, um em relação aos países mais ricos.

Nova Voz On Line – O que fazer então?
Dr. Carlos Magno - As universidades precisam ser mais responsáveis e formar médicos voltados à realidade financeira do país, fazendo com que os novos doutores aprendam a diagnosticar, não só no Rio de Janeiro ou em São Paulo, mas também no Maranhão, no Piauí ou em regiões pobres, como é o caso do Noroeste Fluminense.

- Saúde Pública -

Nova Voz On Line – Já que o senhor falou em políticas públicas de saúde, com sua experiência nestes 40 anos de medicina, diria que se houvessem investimentos em áreas como saneamento básico e mesmo alimentação escolar, poderia diminuir o número de doentes nos hospitais?
Dr. Carlos Magno – Quando Leonel Brizola foi eleito Governador do Rio de Janeiro, pela primeira vez, ele implantou um programa que incluía aulas em tempo integral, cujo aluno tomava café da manhã, almoçava, fazia o lanche da tarde e antes de sair ainda jantava na escola. Em conjunto com isso, houve vacinação de diversas doenças. O resultado foi que as enfermarias da pediatria, no Hospital de Itaocara, esvaziaram quase que totalmente.

Nova Voz On Line – Deu para sentir o efeito no Hospital?
Dr. Carlos Magno - Diminuímos de 20 crianças internadas por dia, para a mesma quantidade, mas só que por mês. Foi resultado da melhoria da condição de vida, que conjugou a alimentação, com a medicina preventiva e profilática. Sem dúvidas o Estado, tem que investir em políticas preventivas, que vão economizar milhões, até bilhões de Reais, na medicina curativa. O que não adianta é jogar essa responsabilidade apenas para os Prefeitos, principalmente de pequenas cidades, como as nossas. Os governos Federal e Estadual precisam ser responsáveis e colocar recursos em quantidade.

Nova Voz On Line – E o saneamento básico?
Dr. Carlos Magno – Quando me perguntam sobre isso fora do Brasil, fico com vergonha. Estamos entre as dez maiores economias do mundo e só entre as 100 nações em questão de Índice de Desenvolvimento Humano. É ótimo ter orgulho por realizarmos as olimpíadas, mas é imoral ter crianças desnutridas e com várias doenças típicas de países miseráveis, neste gigante chamado Brasil.

Nova Voz On Line – Que papel tem os vícios como o cigarro e as bebidas em doenças da sociedade contemporânea?
Dr. Carlos Magno – O cigarro é o vilão fundamental. Fumar é consumir veneno puro. Já há políticas importantes, como a proibição de fumar em lugares fechados, com leis criadas pelas Câmaras de Vereadores de localidades responsáveis. Desde as doenças cardiovasculares, o envelhecimento precoce, enfisema, cânceres dos mais variados tipos, impotência sexual, atinge aos fumantes. Quem fuma, com certeza absoluta vai ter sua qualidade de vida gravemente comprometida, inclusive diminuindo os anos de vida. Já a bebida alcoólica tem também seu grau de vilania, criando a destruição de famílias e provocando acidentes de transito. Mesmo assim, o alcoolismo acomete apenas uma fração dos que bebem. Agora o cigarro em 100 % dos casos, têm efeitos nefastos.

Nova Voz On Line – O senhor acha que deveria se obrigar as empresas fabricantes de cigarro a arcar com custos dos tratamentos das doenças causadas pelo fumo, como já acontece nos Estados Unidos?
Dr. Carlos Magno – Não há dúvidas. É preciso não só tributar radicalmente o setor, mas também que o Ministério Público mova uma Ação Civil, voltada aos fabricantes deste veneno, a indenizar e investir em recuperação dos que têm doenças ligadas ao fator cigarro.

- Vida Política -

Nova Voz On Line – Por ser uma pessoa muito querida dentro de Itaocara, o senhor sempre teve participação na área política, mas nunca foi candidato a Prefeito, como muitos gostariam que tivesse sido. Por quê?
Dr. Carlos Magno – Eu nasci com sangue de médico nas veias. Fui talhado para guerra. O campo de batalha é meu habitat natural. Apesar de o médico ter facilidade para política, penso que, ou somos médicos, ou somos políticos. Fazer ambos bem feito é difícil.

Nova Voz On Line – Mas o senhor sempre foi atuante em Itaocara.
Dr. Carlos Magno - Participei colaborando com aqueles candidatos que achei melhor para Itaocara, ao longo da história. Temos um imenso potencial, que só agora está sendo descoberto, nos futuros investimentos na área de exploração do calcário e das duas Usinas Hidrelétricas. Somos ainda um lugar bonito, e quem nos visita se apaixona. O povo é naturalmente acolhedor e ordeiro. Não tenho dúvidas em dizer, que se houvesse capacidade de investir na área urbana, Itaocara seria tão destacada quanto algumas pequenas cidades que conheci na Europa e nos Estados Unidos.

Nova Voz On Line – Nesse tempo quais foram os políticos que mais chamaram sua atenção?
Dr. Carlos Magno – Dr. Carlos Faria Souto é um gênio. Apesar da idade, em termos de modernidade, está anos luz na frente de todos os políticos que conheci, não só em Itaocara, mas mesmo na Região, no Estado e no Brasil. Apesar de não ser arquiteto é o nosso Oscar Niemeyer. Sua visão sobre cultura, sobre turismo é brilhante. Num país civilizado o povo o aplaudiria, toda vez que andasse pelas ruas. No Joaquim Monteiro, o que eu admirava era sua coragem de definir as coisas com sim ou não, qualidade rara em qualquer político. O José Romar investiu de forma decisiva em saneamento básico. Junto com Dr. Robério, foram os que criaram políticas públicas mais voltadas às classes pobres. Agora tivemos o Prefeito Manoel Faria e o Alcione Araújo, que tem como característica, administrar de forma austera, procurando investir dentro das possibilidades financeiras da municipalidade. Não posso esquecer também o Governo Paulo Mozart, que em apenas dois anos de mandato, deixou sua marca.
- Casamento e Família -

Nova Voz On Line – Como surgiu a Dona Christina em sua vida?
Dr. Carlos Magno – Ela era minha vizinha. Eu tinha 21 anos e ela 15, quando me apaixonei. Linda moça, que os anos fez ficar ainda mais bela. Minha companheira, amiga, mãe dos meus filhos, melhor conselheira e melhor apoio naqueles momentos difíceis que todas as famílias enfrentam. Não há dúvidas que a melhor decisão da minha vida, foi casar com a Christina, no dia 12 de Dezembro de 1970.

Nova Voz On Line – E os filhos?
Dr. Carlos Magno – Meus filhos me orgulham muito. A Gabriela é destaque no meio acadêmico, na área do Direito Internacional. Tem uma cabeça privilegiada. Puxou meu lado pensador, que gosta da filosofia, do debate das ideias. Já o João Paulo é minha paixão pelo o que há de mais moderno na medicina. Está reunindo conhecimentos que vão lhe possibilitar ser proeminente na área de ponta da medicina. O João Gabriel tem as mesmas qualidades intelectuais, somadas ao gosto e o jeito pela política. Várias vezes disse que tem vontade de vir para Itaocara. Não me surpreenderia vê-lo candidato a cargos públicos no futuro. Meus filhos são o legado maior que eu e minha mulher deixamos para o mundo.

- Rotina Diária -

Nova Voz On Line – Mesmo após 40 anos de medicina, sua rotina continua puxada. O que lhe motiva tanto?
Dr. Carlos Magno – Começo a trabalhar 7 horas da manhã e vou, no mínimo, até às 19 horas, fora os plantões de vinte quatro horas. Ainda sou Diretor Geral do Hospital de Itaocara e Diretor da Casa de Saúde João XXIII. De segunda a sexta trabalho em torno de 12 horas diárias, e nos finais de semana, faço visitas médicas na Casa de Saúde e no Hospital de Itaocara. Aos Domingos, dou uma pequena assistência no Hospital de Pirapetinga (MG). Ainda fico vinte quatro horas de sobre aviso para qualquer emergência que ocorra no Hospital de Aperibé.

Nova Voz On Line – Como o senhor consegue ter motivação para tudo isso?
Dr. Carlos Magno – Eu Amo a Medicina. A Medicina está na minha veia. Existem dois tipos de Medicina. A de Escrivaninha e a do Campo de Batalha. Eu sou desta última. Deus me deu um talento, que nas horas críticas, aparece e está a serviço das pessoas. Por isso oro agradecendo todos os dias a Deus por me por no lugar certo, para atender as pessoas que precisam do meu talento.

Nova Voz On Line – Que mensagem deixaria aos Itaocarenses?
Dr. Carlos Magno – Primeiro muito obrigado por todo carinho, que durante 40 anos, demonstram comigo e minha família. A confiança no médico é um ingrediente que jamais pode faltar para que o tratamento dê certo. Felizmente conquistei a confiança dos meus pacientes nestes 40 anos. Sempre busco fazer mais do que necessito. Não posso deixar de parabenizar ao Dr. Álvaro Luís Correia da Rocha, proprietário do Engenho Central, por tudo que fez por Itaocara e agora vai fazer de novo, quando a Fábrica de papel estiver em funcionamento. Da mesma forma ao meu amigo Idemar Figueiredo, apaixonado por essa terra e querido pelos itaocarenses. Muito obrigado e que Deus proteja a família de todos dessa cidade que tanto amo, Itaocara.
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sábado, 20 de abril de 2019

A Variedade do Cardápio e o Ótimo Atendimento fazem do Bico Fino o Melhor Lugar da Região para Ser Feliz

Waguinho e Jallinne fazem do Bico Fino o melhor dos melhores

Em Itaocara, na Praça dos Quiosques, o Bico Fino se destaca pela diversificação do seu cardápio, capaz de atender todos os gostos. Os proprietários, o casal Waguinho e Jallinne, buscam oferecer aos clientes, desde os deliciosos petiscos, típicos dos melhores botecos, até pratos sofisticados, que encontramos nos principais restaurantes do Rio de Janeiro. Do Bacalhau ao Bolinho de Feijoada, é no Bico Fino, que você experimentar os melhores sabores.

Neste ano o Bico Fino está trabalhando também com pratos da alta culinária, como o CEVICHE, prato clássico da culinária peruana, baseado em peixe e camarão, ao STAK TARTAR, prato com dupla nacionalidade, pois nasceu na Alemanha, mas foi na França que se tornou conhecido. Sem esquecer a CULINÁRIA JAPONESA, preparada pela Cristiane Thompson, cujo talento é reconhecido por todos que saboreiam as delícias de sua cozinha.
- A Cozinha Japonesa é o que podemos chamar de artesanal. Noto que cada vez mais pessoas são seduzidas pelo sabor único de cada prato, sempre ricos em elementos saudáveis. Sem falar que os pratos são tão lindos, que parecem obras de arte. Vê-los prontos geram a mesma sensação que temos quando estamos nas principais confeitarias do Rio de Janeiro: dá água na boca.
Hot Philadelphia Especial Camarão preparado pela Cristiane Thompson
No Cardápio do Bico Fino há ainda os pratos mais tradicionais da região, como a Picanha Bovina ou de Carneiro, Peixes Pescados em nossa cidade, que geram o delicioso Filé de Tilápia. Tem também a Truta que vem do nosso Estado, os Risotos de Filet Mignon, o Camarão, a Costela no Bafo, as Massas, Pizzas variadas, o Bacalhau e muitas outras delicias.

Não podemos esquecer que o Bico Fino oferecer mais de 30 tipos de petiscos, que vão desde o tradicional bolinho de bacalhau, as iscas de peixe e uma variedade em pasteis.
São só delícias no Bico Fino para você e sua família
Tudo podendo ser servido com cervejas tradicionais e artesanais, inclusive algumas importadas; os vinhos e outros ótimos Drinques.

Aproveite o feriadão e venha estar conosco. DESFRUTAR de momentos FELIZES, ao lado da família e dos amigos. Estamos abertos de terça a sábado, a partir das 17 horas. Aos domingos abrimos para o almoço, também com Cardápio Especial. Nas sextas temos Comida Japonesa e de sexta a domingo nossa pastelaria que traz deliciosos sabores em seus pastéis feitos por Brígida Bairral, e esta funcionando (com sobremesa também).

* Esses horários e dias podem variar de acordo com a necessidade das datas festivas e feriados.

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