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domingo, 12 de janeiro de 2020

Rest in Peace DAVID BOWIE (texto escrito faz quatro anos) – AUTOR: Ronald Thompson

Há muitos anos assisti a um filme espetacular, chamado Amadeus, sobre a vida do maior músico erudito de todos os tempos, Wolfgang Amadeus MOZART. Logo na primeira cena, o até então compositor mais prestigiado da Áustria, cujo nome era Antônio Salieri, passeia nos salões do Palácio de Schonbrunn, olhando o rosto de cada convidado.
O Genial David Bowie
Na verdade procurava alguém. Salieri era muito religioso. Ele queria conhecer Mozart, a quem considerava como um novo enviado de Deus para a humanidade.

Ao caminhar, pensava:
- Senhor, me revela a face deste prodígio. Este ser que tem a capacidade impar de compor músicas tão belas, que só poderiam ter sido feitas no céu.

Procurava entre os salões, quando abriu determinada porta, e viu uma mesa repleta de doces. Fã de guloseimas, não resistiu. Entrou e começou a se fartar.

De repente, um barulho. Ele se esconde. Quietinho, começa a ouvir o casal que entrara. O rapaz diz.
- Meu bem, você tem o peitinho mais gostoso de toda a Áustria. Dá-me sua mãozinha, pra sentir como me deixa feliz.
O Filme Amadeus
Ela ri. Resiste. Mas ele não para. Só fala obscenidades. Diz que quer lhe agarrar a bundinha macia. Salieri está a ponto de se revelar e expulsar este jovem libertino da festa. Eis que começa a tocar a “Pequena Sonata Noturna”, composta por Mozart.

E o garoto desbocado e libidinoso, grita bem alto.
- É A MINHA MÚSICA!

Saí correndo, pra frente da orquestra e começa a reger.

Salieri não acredita. Briga com Deus. Diz que perdeu a fé. Brada numa mistura de xingamento e oração:
- Senhor, eu sempre respeitei os mandamentos. Sempre fui um bom cristão, e não tenho se quer um pingo do talento deste moleque depravado. Por quê? Por quê?
Estava assistindo a reportagem do Jornal Nacional, sobre a morte do David Bowie, quando me lembrei deste magnífico filme. Pensei também sobre outros grandes gênios, como John Lennon, Charles Chaplin, Leonardo Da Vinci, Galileu, Shakespeare. Nenhum deles foi o que poderíamos chamar de “normal”.

O erro de Salieri era crer que se há uma força universal superior, na hora de criar alguém genial, essa pessoa seria justamente “normal”.

Há um famoso diálogo no livro O Rei e Eu, entre a Priscila e Elvis Presley. Ela diz:
- Eu só queria um casamento normal.
E ele responde:
- Você casou comigo, para ter um casamento normal?

Não dá né?

É claro que é necessário seguir a lei. Ter educação. Conviver com os outros, com máximo respeito. Mas é preciso ter inteligência, para ir além. Fazer diferente. Algo que deixe a alma do homem mais livre e capaz de evoluir, do que era ao iniciarmos a aventura da vida.

Neste sentido, David Bowie fez exatamente isto. Tinha mil expressões artísticas. Mil maneiras de ser anjo e demônio, ao mesmo tempo. Masculino e feminino. Ria e Chorava. Tudo num só corpo. Na verdade, ele e suas transformações, nos mostram como todos os humanos são, quando não vestem máscaras. Eternamente contraditórios. Imperfeitos. Cheios de dúvidas e de arrogância.

A perda de alguém tão talentoso como David Bowie é triste. Contudo, enquanto houver pessoas, vão sempre existir grandes personagens. Protagonistas das transformações. E a platéia que assiste e comenta. Por sorte, às vezes essa platéia aprende, e com amor derrota os próprios preconceitos. Assim a humanidade se eleva, quando Deixamos a máscara de lado e aprendemos a ser felizes.
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