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terça-feira, 10 de setembro de 2019

No Dia em que minha Mãe Irenice Fernandes de Azevedo faria 80 anos, um texto de Saudades - Ronald Thompson

A principal educadora da minha vida foi minha Mãe. Ela tinha um jeito de ver o Mundo, que nunca encontrei em ninguém. Possuía um tipo de bondade raro. Em seu coração, nunca houve espaço para o ódio. Não me lembro dela reclamar ou falar mal de ninguém. Mesmo quando faziam algo que a magoava, procurava achar algum lado bom. Jamais guardava rancor.

Eu com meu grande amor, minha mãezinha Irenice Fernandes Azevedo

No Brasil atual, bondade parece sinal de fraqueza. Porém, ela nunca foi fraca. Em 1999 enfrentou um câncer (melanoma); em 2003 operou o coração, colocando duas pontes safenas e trocando a válvula mitral; e em 2012 teve a primeira isquemia, que superou totalmente, sem ficar sequela.

Em nenhum momento deixou de sorrir. Pelo contrário. Na véspera da cirurgia do coração (Domingo, 03/11/2003), o guarda do Hospital São José do Avaí me indagou se eu tinha certeza que ela precisava operar. Fiquei espantado com a abordagem. Questionei sobre o porquê de me fazer àquela pergunta. Ele respondeu:

- Eu trabalho faz muitos anos aqui, e é a primeira vez que vejo, uma paciente ir de cama em cama, dizer aos outros pacientes ficarem tranquilos, pois operar o coração era igual a arrancar um dente: "chato, mas no final da tudo certo".

Até no último dia de vida, perguntada como estava se sentindo? Respondia na ponta da língua: ESTOU ÓTIMA!

Minha irmã Cristiane é legítima sucessora da minha mãe Irenice

Eu acredito que essa força vinha justamente da bondade. De não julgar os outros, muito menos fazer intrigas. De fazer sempre o bem. Sou muito grato às forças místicas do Universo, por permitir nascer filho de um ser humano tão maravilhoso; e conviver com ela durante 52 anos. Continuar agora, buscando ser uma boa pessoa, seguindo o exemplo, me parece a melhor maneira de demonstrar gratidão. 

Não é fácil. Tem gente que testa meus limites. Especialmente tenho horror ao ódio, a violência e a quem faz um discurso de intolerância. Confesso que minha vontade é devolver na mesma moeda. Mas minha Mãe ficaria profundamente desapontada. Diria que fui derrotado pela maldade que habita meu coração. 

Vou orar todos os dias, para ter sabedoria ao enfrentar os desafios da minha profissão (que é escrever). Desenvolver uma linguagem que ajude as pessoas a enxergarem o nobre propósito da existência: influenciar através do amor.

A existência da Giovanna tornou-se a maior alegria da minha Mãe

Hoje estou especialmente com saudades do abraço dela. O que me fez escrever essas palavras. 

Quero concluir com os famosos versos da poetisa Cora Coralina, falando de uma mulher que muito se parece com minha Mãe:

- Eu sou aquela mulher, a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, a recomeçar na derrota, a renunciar a palavras e pensamentos negativos. E acreditar nos valores humanos e ser otimista.

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