Bené Rodrigues: Administrador nato. Homem criado na
zona rural, que quando foi viver na cidade grande (Rio de Janeiro), aprendeu
muito e conheceu seu grande amor: a Dona Darlene. Com ela se casou e veio para
Itaocara. Aqui tiveram dois filhos: Andreia, Advogada, e Alexandre, Analista de
Sistema. Foi Rei Momo do nosso Carnaval. Foi Presidente do Nacional Esporte
Clube. Mantém uma das Distribuidoras de Bebidas mais tradicionais da região. Hoje,
na série dos 129 anos de Itaocara, contamos a história desse GIGANTE
ITAOCARENSE.
Bené com seus amores: esposa Darlene e filhos Alexandre e Andréia |
Nova
Voz ONLINE
– Pode nos contar sobre sua família?
Bené
Rodrigues
- Meu pai
e minha mãe nos criaram no campo. Sou o mais novo, de quatro irmãos: três
mulheres e eu. Nosso início de vida, como crianças, na roça, foi difícil. Estudar, para nós quatro, era muito difícil. Estudamos
até onde foi possível. Somos de São Sebastião do Alto. Da zona rural. Da beira
do Rio Grande. Soa até como brincadeira, mas naquela época, só depois de três
horas a cavalo, é que chegávamos ao lugar onde podíamos pegar uma Kombi e ir até o Valão
do Barro.
Nova
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– Muito diferente de hoje em dia.
Bené
Rodrigues
– E esse esforço todo, para
cursar o ginásio até o segundo ano. E era o máximo que podíamos na época. Bom
destacar, que isso não nos fez menores do que ninguém. A família então, é quem
ensinava os principais valores. Nossos pais nos ensinaram a respeitar a todos,
principalmente os mais velhos.
Nova
Voz ONLINE
- Que lembranças têm da Itaocara em sua infância e adolescência?
Bené
Rodrigues
– Como já contei, não fui criado aqui. Mas, certa vez, quando vim até
Itaocara, numa enchente, quando vi pessoas andando de barco pelas ruas, fiquei
impressionado. Era criança. Não tinha noção do sofrimento com as cheias do rio
Paraíba. Ficou na minha memória.
Nova
Voz ONLINE
- Em sua adolescência, o que os jovens gostavam de fazer?
Bené
Rodrigues
– Neste período curti muito. Ainda morava na zona
rural. Mas nós vínhamos para a rua (cidade) paquerar. Nos finais
de semana tínhamos os dois clubes, Nacional e União, e o famoso Pinguelão. Os
nascidos nos anos 50 vão lembrar-se destas atrações.
Nova
Voz ONLINE
– O jeito de viver dessa época parece mais inocente.
Bené
Rodrigues
– Com certeza! Lembro-me dos carnavais de rua, que iam até meia noite. Depois os
grandes bailes dos clubes Nacional e União. Ai sim, a juventude da minha época
se distraía de verdade. Curtíamos sem pensar em drogas, nem coisas erradas. O
máximo que fazíamos era tomar um samba, que, para quem não sabe, é pinga com
coca cola. Essa era a bebida da moda em minha juventude. Depois dessa fase, saí
da região. Fui servir na Aeronáutica. Passei alguns anos fora.
Dona Darlene: o Grande AMOR
Nova
Voz ONLINE
– Como surgiu sua esposa em sua vida?
Bené
Rodrigues
– Eu morava na cidade do Rio de Janeiro, quando conheci a Darlene, que viria ser minha
esposa, minha companheira da vida toda. Eu a conheci no meu trabalho.
Neste tempo já tinha amadurecido. A vida me ensinou lições que me levou a
gerenciar a empresa Meira S/A. As tarefas eram muitas. Precisei contratar uma Secretária.
Bené e Darlene: um amor pra vida toda. |
Nova
Voz ONLINE
– Que história bacana!
Bené
Rodrigues
– Pois é. Fui entrevistar a Darlene. Interessante, é que então, nós dois éramos
noivos de outras pessoas. Porém, começamos a ficar amigos. Confidentes. A
dividir problemas. Quando percebi, tinha me apaixonado. Terminei o meu noivado.
Dias depois ela também terminou o dela. Hoje refletindo, foi a melhor coisa que
me aconteceu. Um ano depois dessa história, essa empresa onde trabalhávamos,
que era uma multinacional, encerrou suas atividades no Brasil.
Nova
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– Poxa! E o que fizeram?
Bené
Rodrigues
– Tínhamos propostas profissionais para ficar no Rio. Mas resolvemos vir embora
para Itaocara. Nos casamos. Tivemos nossos filhos. Vivemos os dias de riso e de
choro, como em qualquer casal. Mas sempre juntos, um ao lado do outro, ajudando
a superar as dificuldades. Somos muito felizes!
Nova
Voz ONLINE
– E os filhos? Como foi tornar-se pai?
Bené
Rodrigues
– Uma vez li que filhos são presentes que Deus nos dá para tomarmos conta. No
meu coração é assim mesmo. Deus nos presenteou com um garoto (Alexandre) e depois
com uma linda menina (Andréia). Por vezes me questiono, por ter participado
pouco da infância dos nossos filhos. Eu fui pai presente, mas nunca pude ir a
uma reunião escolar, pois na época precisei trabalhar até a exaustão, para
fazer tudo dar certo.
Nova
Voz ONLINE
– Deve ter sido realmente difícil.
Bené
Rodrigues
– Por isto o casal é importante. A Darlene então se dedicou aos nossos filhos.
Enquanto eu administrava duas, três empresas, ao mesmo tempo. Me desdobrava de
todo jeito, para dar aos meus filhos certo conforto. Inclusive para eles num
futuro, pudessem optar profissionalmente para uma área que não fosse a minha.
Nova
Voz ONLINE
– Por que?
Bené
Rodrigues
– Porque sempre
fui comerciante. Esse ramo de trabalho é muito duro. Eu dizia aos meus amigos que
não imporia nada aos meus filhos, porem que não queria vê-los levando a vida
que levo. Deus me ouviu. O Alexandre estudou para informática. Tornou-se Analista
de Sistemas. E a Andréia sempre gostou de Direito. Tornou-se Advogada. Ambos
cuidam de suas carreiras. Fazem o que gostam. Ambos sabem que eu e a Darlene
estamos aqui, para eles. E nos orgulhamos por terem conquistado seus diplomas e
estarem tocando a própria vida.
Nova
Voz ONLINE-
Bem provável que a sua distribuidora de bebidas, seja uma das mais antigas da
região. Como começou essa história?
Bené
Rodrigues
– Montamos
a empresa Superfar Distribuidora. Geramos muitos empregos. Éramos o avesso da
economia então. Tudo andava mal no país e o nosso negócio decolava no Rio de
Janeiro, em Minas Gerais e no Espírito Santo. Logo em seguida, entrou na minha
vida a Fazenda Santa Cândida, me dando oportunidade de voltar atuar no campo,
onde é minha origem. Trabalhamos sempre muito e Deus sempre foi muito bom conosco.
SÓ temos a agradecer, eu, minha família e meus colaboradores.
O Nacional Esporte Clube
Nova
Voz ONLINE
– O senhor foi Presidente do Nacional Esporte Clube. Que lembranças têm de sua
gestão?
Bené
Rodrigues
– Fui
da diretoria do meu Clube do coração por 20 anos. Foi muito bom todo o meu
período dentro do NEC. Participei do Carnaval por várias folias. Fui até Rei
momo do Carnaval itaocarense por cinco anos, para ajudar alavancar o nosso
Carnaval. Fiz tudo com muito carinho por Itaocara e pelo meu clube.
Bené
Rodrigues
– Terminei
minha participação no Nacional, sendo presidente por um biênio. Junto com uma
boa equipe, fiz o último grande carnaval do Nacional, no último grande carnaval
da cidade. E, além disto, deixamos uma escolinha de futebol montada, cuidando
de 300 crianças. Paguei todas as dúvidas do clube, no meu biênio. Fizemos obras.
Saí do clube sem deixar um centavo de dívida e com 30 Mil Reais em caixa.
REPITO: NÃO FIZ SOZINHO!!! Tínhamos uma Diretoria que sabia o que estava
fazendo. Eram pessoas certas nos lugares corretos. Agora sou um nacionalista à
distância. As cores estão no meu coração, mais o resto todo está distante e
quero que continue assim.
Um Presente para Itaocara
Nova
Voz ONLINE
– Itaocara vai fazer 129 anos de emancipação. Qual presente gostaria de dar a
aniversariante?
Bené
Rodrigues
– EU AMO ITAOCARA. Meu
sonho seria a volta dos anos de ouro. Especialmente com a valorização da nossa
riquíssima cultura, riquíssima história. A partir disto, a geração de muitos
empregos. Nos tornássemos um polo de progresso tamanho, que fosse possível
repatriar os filhos que se foram e hoje estão espalhados por este mundão.
Bené com esposa, filhos e sogros: João Batista (in memoriam) e Veny |
Nova
Voz ONLINE
– Muitos vão embora por falta de perspectiva.
Bené
Rodrigues
– Sim e isso me deixa triste:
ver os nossos jovens saindo, indo tentar a vida nas grandes capitais, por não
terem mercado de trabalho aqui. Gostaria de ver mais seriedade política. Sem
querer malhar ninguém, mas se não existir um elo entre a Prefeitura, o Estado e
a União, a coisa não anda. Temos um povo trabalhador, empreendedor. Porém não
conseguimos conquistar o lugar que merecemos na economia Estadual.
Nova
Voz ONLINE – Muito
potencial, mas sem realizar.
Bené
Rodrigues
– Somos uma cidade linda, temos o Rio Paraíba do Sul em nossa margem, temos história,
temos músicos, poetas, empresários e tantas coisas. Então, ao invés de pedir,
eu agradeceria a Deus por isto, em primeiro lugar. E agradeço ao povo de
Itaocara, por ter nos recebido, eu e a Darlene, de braços abertos, nestes
quarenta anos. Vamos juntos fazer acontecer. E parabéns, aos itaocarenses,
pelos 129 anos do município. Obrigado ao Thompson, a Cristiane e a pequena
Giovanna, pelo espaço, para contarmos um pouco da nossa história.
Hermosa historia, felicidad
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