Esse ano, além de comemorarmos o privilégio de sermos
filhos da Leane, comemoramos também sua vitória contra o COVID-19. Doença essa
que tem tirado o sorriso de milhares de famílias por todo o mundo, e que, aqui
no Brasil, já tirou a vida de mais de 400 mil pessoas. O que essas pessoas têm
em comum? Todas foram geradas por mulheres, mães... Muitas, também são mães,
avós, de sangue ou coração.
Eu, meu irmão Miguel, Mãe Leane e nossa Avó Delfina
São 400 mil famílias que não tiverem a oportunidade de dar o último abraço, o último toque, de ter a última conversa. 400 mil famílias que não aproveitaram o último café juntos ou até mesmo o tradicional almoço de domingo do Dia das Mães. 400 mil famílias que passarão essa data com lembranças, saudade, ausência. Sempre irá faltar algo. Sabemos disso.
Essa dor, que dói tanto na gente, só o colo de mãe pode amenizar. Presto aqui, minha solidariedade a todas as vítimas e todas as famílias, pois falar de solidariedade, amor ao próximo, empatia, sentir a dor do outro, é também falar da minha mãe. Ah, mãezinha, como eu queria que todos pudessem ter o colo que você me dá. Como queria que seu abraço curasse o mundo, como você me cura. Como eu queria que o mundo sorrisse e gargalhasse, como você faz tão bem. |
Celebração, somente em família, do níver do Miguel |
Os últimos dias não foram fáceis. Foram dias de angústia torcendo para que você ficasse melhor logo, medo, perdas, infinitas e dolorosas perdas, choro, mas também cura. Cura, que no dicionário significa “estabelecimento da saúde”, então, permitam-me usar outros significados.
Além da cura dessa doença, houve a cura da dor, de algumas cicatrizes. A cura do seu interior, do medo, do silêncio, de gatilhos que assustavam. A cura da insegurança. Houve a cura pelo amor. Vi, nesses dias, minha mãe com dores e sintomas, e apesar disso, tão forte, pedindo a Deus que olhasse por nós. Por seus filhos. Vi minha mãe, carregando angústias, oferecer amor todo amor do mundo a nós e ao próximo. Vi minha mãe fortalecer a fé e descansar nos braços de Deus.
Leane, como somos gratos por sua vida, por nossa amizade, parceria, vínculo, amor. Como sou feliz por caminhar ao teu lado e ver você GIGANTE, lutando por e por quem acredita mesmo em momentos tão difíceis. Escrevo essa homenagem pra dizer que todo amor que eu tenho, aprendi com você. E é como você gosta de dizer: “Eu sou porque nós somos, amar e mudar as coisas nos interessa mais”. E que a gente siga, eu, você e o Miguel, caminhando e construindo uma vida melhor. Um pelo outro.
Seus filhos irão te dar ainda mais orgulho. E onde quer que estejamos, ao nosso lado estará você. Obrigada por seu amor incondicional, por tudo que sempre fez por nós, por toda a sua dedicação para criar seus filhos tão bem, por todos os momentos, bons e ruins. E que bom, que mesmo nos momentos mais difíceis, conseguimos dar a volta por cima juntos. Unidos.
Eu queria saber como terminar esse texto, porque cada vez que escrevo, quero escrever ainda mais. Falar de você é falar de mim. Do que sou. Falar de você é falar de luz, liberdade, confiança, segurança, colo, refúgio, fortaleza.
Resolvi terminar de uma forma esperançosa. Dolorosa mas esperançosa.
Maria Júlia fala sobre o falecimento do ator Paulo Gustavo |
Desde que Paulo Gustavo se foi, meu coração dói, não consigo conter as lágrimas e a tristeza, assim como todas as pessoas que o admiravam e amavam. Você sempre foi fã dele, mãe. E continua sendo. Lembro-me da última vez que fomos ao Cinema juntas, para morrer de rir com o filme “Minha mãe é uma peça”.
Saímos de lá e eu tinha certeza que Dona Hermínia tinha um pouco de Leane. E Leane tinha tudo de Dona Hermínia. Quem nunca se viu nas cenas daquele filme? Na relação de amor de mãe e filho? Do acolhimento, do entendimento, das alegrias, preocupações?
Hoje abraço a minha mãe pensando em Dona Déa. Acredito que todos os filhos também queriam abraçar dona Déa. Paulo Gustavo continua sendo um fenômeno. Ele continua aqui, em forma de amor, resistência, saudade e lembranças.
Porque estou falando isso? Porque o Dia das Mães perdeu um pouco a graça... Mas se Paulo estivesse aqui, com certeza ele mandaria as cortinas se abrirem para que o espetáculo começasse. E eu digo mãe: abre à cortina, seu espetáculo é continuar a viver a vida com amor, liberdade, fé, perseverança e esperança. E o show do nosso espetáculo, sempre foi e sempre será a três: Eu, você e Miguel. E ele nunca faltou amor, ação, amor com ação, atitude.
Como dizia nosso saudoso (como é difícil falar isso) Paulo Gustavo:
“Diga o quanto você ama a quem você ama, mas não fica só na declaração não. Ame na prática. Na ação. Amar é ação. Amar é arte.”
A você, que está lendo essas palavras, diga que ame, mas demonstre também. Em tempos tão difíceis e de tantas perdas, distanciamento, saudade, se puder, abrace sua mãe. Prepare um café. Fale da vida. Desabafe. Mande flores, chocolate. E não se esqueça de respeitá-la. Cuide dela. Demonstre todo o amor do mundo!
Feliz dia, mãe.
Todo nosso amor é seu.
Com carinho,
seus filhos Miguel e Maria Julia.
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