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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

As irmãs Lane e Geisa Dias: Duas Mulheres Que fazem a Diferença

Em Itaocara, duas mulheres vêm se destacando, pelo excelente trabalho que desenvolvem no comércio em nossa cidade. As irmãs Lane e Geisa Dias, da Loja Pechincha Presentes, falam nesta edição da luta que travam como mulheres empreendedoras.
As Irmãs, Empresárias e Sócias na Pechincha Presente, Geisa e Lane Dias


Nova Voz On Line – Além de irmãs, vocês sempre foram amigas e unidas? Como é serem sócias e dividirem tantos afazeres?
Lane - Nem sempre. Na adolescência nós brigávamos, discutíamos, como a maioria dos irmãos nesta época da vida. Com o tempo nos descobrimos melhores amigas. Quase nunca nos desentendemos. A convivência diária no trabalho nos fortalece como irmãs e amigas.
Geisa - O segredo da boa convivência é o respeito que temos uma pela outra. Saber que somos diferentes. Que por mais que nos gostemos, vai haver assuntos que teremos opiniões diferentes, o que deve servir para nos aperfeiçoar, e não desunir.

Nova Voz On Line – Lembrando quando começaram e hoje, diriam que tiveram que superar algum tipo de preconceito, do tipo: “elas são tão jovens e mulheres”. Vencer as desconfianças fez parte da luta de vocês?
Lane – Tivemos que driblar a desconfiança de alguns. O projeto da Loja, por exemplo, foi necessário o tempo passar, para demonstrarmos que podíamos realizar. Meu esposo ficou preocupado comigo. Eu entendo. Nós sempre queremos o melhor para aqueles que amamos.
Geisa - Acredito que o fato de sermos mulheres, vistas com sexo frágil, contribuiu para que algumas pessoas ficassem receosas em relação ao sucesso do nosso empreendimento. Fomos superando. Matando um Leão por dia, como todo comerciante precisa fazer. Felizmente, agora, sinto que somos muito respeitadas. Provamos o valor que temos e que podemos contribuir com Itaocara.

Nova Voz On Line – A família sempre apoiou?
Geisa – Como a Lane disse, nossos pais receberam com maior alegria, mas os maridos ficaram preocupados conosco, por isso demoraram um pouco mais. Com o tempo conseguimos provar nossa competência. Hoje eles admiram a persistência e o comprometimento com o trabalho.
Lane – É o que disse antes, penso que é normal, quem gosta da gente, se preocupar. Não tem problema algum. Importante é o apoio que recebemos e o respeito que conquistamos fazendo dar certo.

Nova Voz On Line – Para mulher que trabalha o que mais faz falta, em relação a políticas públicas, em Itaocara?
Geisa – Como cidadã, tenho notado o significativo o aumento da violência na região. Sinceramente, penso que o Poder Público se mantem inerte diante da situação. Nós terminamos atingidas. Por exemplo: passamos a fechar nosso estabelecimento comercial mais cedo. O motivo é o medo dos constantes assaltos ocorridos em Itaocara e região.
Lane - Não nos sentimos seguras para mantermos a loja aberta após as 18 horas. Infelizmente, nós, mulheres, somos vistas como frágeis e indefesas, nos tornando alvos preferidos dos marginais. Falta investimento em segurança pública por parte dos governantes, para garantir tranquilidade, não só para as mulheres, mas a população em geral.

Nova Voz On Line - Muita gente reclama da falta de creches, pois as que existem, não dão conta de atender toda demanda. Está seria uma grande necessidade?
Lane - O número de vagas nas creches públicas não supre a demanda. É um problema em nível nacional, que nos atinge também aqui, em Itaocara. A creche é de extrema importância, principalmente para nós mulheres, que queremos nos manter no mercado de trabalho.
Geisa - Queremos ter filhos, mas também queremos o direito de ter uma carreira, autonomia financeira e dignidade. Para isso precisamos ter um lugar seguro para deixarmos nossos filhos. Outra vez ficamos nas mãos do Poder Público, que não investe o suficiente para garantir esse serviço a todos.

Nova Voz On Line – Em relação à saúde da mulher, é preciso criar um atendimento diferenciado, visto que as mulheres têm algumas necessidades próprias do sexo feminino?
Lane - A saúde da mulher merece uma atenção maior. A espera por atendimento médico às vezes é tão grande, que muitas desistem. Bom lembrar que há doenças cujo índice de cura é bem maior, quando se tem o diagnóstico no estágio inicial. Muitas de nós, por conta de burocracias e falta de vagas, só somos diagnosticadas com algum tipo de enfermidade tardiamente.
Geisa - Seria maravilhoso ter um programa de saúde preventivo e eficiente, que conseguisse atender a demanda do público feminino. Importante lembrar que cada vez mais ocupamos espaço no mercado de trabalho. Então, quando uma mulher é desassistida, por negligência dos poderes constituídos, em nível Municipal, Estadual e Federal, o Brasil para e perde produtividade.

Nova Voz On Line – Outra coisa que entristece, é a violência contra as mulheres. A mulher precisa escolher melhor seus companheiros, não caindo na cilada do relacionamento com homens violentos?
Geisa - A violência contra mulheres é originada de uma cultura machista, que muitas das vezes é ignorada pela sociedade. Um investimento em educação, combinado com leis mais severas, poderia diminuir ou até extinguir, essa prática tão comum na nossa sociedade.
Lane – Corta o coração, quando vejo notícia, que uma família foi dilacerada, pela ignorância que ainda considera a mulher como propriedade. Penso que é bom prestar atenção. Não escolher companheiros violentos. Porém, fundamental ação educativa, especialmente com crianças e jovens. E políticas públicas rigorosas, que puna a violência contra a mulher.

Nova Voz On Line – O que diriam as mulheres?
Lane - Mulheres exijam respeito, façam valer seus direitos e sejam felizes. Não é fácil. Trata-se de esforço diário. Mas o respeito que conquistamos, vale todo sacrifício.
Geisa – Que não percamos a docilidade que nos faz feminina. Mas que sejamos corajosas para conquistar os sonhos mais importantes. Deus nos abençoe a todas.
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