"Nunca se renda, exceto às convicções de honra e bom senso" - Winston Churchill |
Sei que está apenas cumprindo uma de suas promessas de
campanha, mas a decisão do Presidente eleito, Jair Bolsonaro, de facilitar
o acesso a armas de fogo, à população é um erro que vai ter graves
consequências. Espero estar errado, mas temo que breve, teremos pessoas de bem,
sem antecedentes criminais, envolvidas em crimes de homicídio, graças a essa
iniciativa.
O Coronel da Reserva da PM de São Paulo, José Vicente da
Silva Fialho, disse ao site da UOL:
- Há pesquisas no Brasil que mostram que 70% das pessoas
armadas, são baleadas em situações de assalto, ou porque tentam reagir, ou
porque simplesmente, ao ver a arma, o bandido percebe que se trata de alguém
disposto ao enfrentamento. Quem tem que enfrentar os bandidos é a polícia.
A grande maioria das vezes que vemos reações a assalto bem
sucedidas, o autor dos disparos que confrontou os bandidos, ou é policial ou é
militar. Absolutamente incomum, ver civis encarar os bandidos com sucesso.
E é claro, além disso, discussões de transito,
discussões familiares e mesmo discussões por causa de jogos de
futebol ou outros assuntos banais, vão ter aumentado exponencialmente a chance
de terminar em tragédia. Pessoas comuns, vão matar outras pessoas comuns, indo
um para o cemitério e outro para a cadeia. Essa é uma boa solução para os
problemas da violência no Brasil?
Duas coisas preocupantes nesse momento são a cegueira
ideológica de uns e a euforia de outros. A cegueira ideológica é tão impressionante,
que o senso crítico e o pensamento analítico vão para o espaço. Não é possível
construir um país melhor, meramente com ideologias. O exemplo do PT deveria ter
nos ensinado essa lição. Mas quem critica o PT, boa parte das vezes, está
agindo igual aos petistas: sem senso crítico algum.
E a outra coisa é essa insana euforia. A princípio parece
bom, ter tanta fé no futuro. Acreditar que tudo vai melhorar. Mas o grande problema
é a decepção. Se de repente as coisas não saem como esperado, parte dos
apoiadores do Bolsonaro vai defender até os graves erros que o novo governo vier a cometer (como muitos petistas
fazem agora); e a outra parte, vai dizer estar decepcionada com a classe
política, afirmando que se nem Bolsonaro deu jeito, ninguém mais conseguira.
Porém a culpa será justamente dessa gente, que prefere agir cegamente, ao invés
de adotar uma postura equilibrada.
Eu não votei no Bolsonaro. Mas agora ele é o Presidente. Torço
para que bem governe o país. O fato de não ter votado nele, não pode me fazer
um opositor da ideia de um país melhor; nem querer que dê certo, pode me fazer
usar antolhos, apoiando cegamente, só porque ele é o Presidente eleito e vai
governar por quatro anos. Rogo aos amigos, eleitores e não eleitores do
Bolsonaro: equilíbrio! Não aplaudam tudo, nem critiquem tudo. Ambas as posições
impedem a construção de um Brasil melhor.
No filme Comer, Rezar e Amar, a personagem da Júlia Roberts diz
numa fala:
- Eu queria aquilo que os gregos chamavam
de kalos kai agathos: ‘o perfeito
equilíbrio do bom e do belo’.
Pessoas
de boa índole, andando armadas, é o completo desequilíbrio entre o bom e o belo;
com enorme potencial para nos levar ao mau e a feiura das tragédias.
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