Depois de
visitar a Alemanha em 2017, vivendo lá por dois meses, a advogada campista, Drª
Ana Luíza Policani Freitas, resolveu emigrar de vez para o país, motivada por
qualidade de vida, pensando especialmente na educação do filho Arthur, de dez
anos. Ela e o marido Vanderson, dão os primeiros passos no país do chucrute.
Leia abaixo:
A Advogada, Drª Ana Luíza Policani Freitas, com o marido Vanderson e o Filho Arthur, toda família encarando os primeiros dias num novo país |
Nova
Voz On Line
– A partir de quando começou a pensar em viver na Alemanha? Estabeleceu um
planejamento até conseguir ir definitivamente? Como foi?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas - A partir
da primeira viagem ao país em 2017, quando fiquei encantada com o que vi, senti
o desejo de viver na Alemanha. Mas a ideia amadureceu entre o início e o meado
deste ano de 2018. Sem dúvidas, houve um planejamento. Mas confesso que foi
meio caótico também (risos). Planejamento financeiro foi o primeiro passo. De início, começamos a agilizar os
documentos, o que tomam bastante tempo e gasto para obtenção do visto.
Tudo isso em consonância com o período escolar brasileiro do meu filho, com meu
trabalho e o andamento da pós-graduação. E é claro, o trabalho do meu marido,
já empregado numa empresa alemã.
Nova Voz On Line –
Teve que tomar alguma atitude mais drástica, nesse período?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas – Nós somos de Campos dos Goytacazes, mas
estávamos morando em Niterói. Precisamos retornar para sair do aluguel em Niterói.
Cortar esse e outros custos foi essencial. Ficamos alguns dias na casa de
amigos, em Niterói, enquanto meu marido aguardava o visto dele e meu filho concluía
as últimas provas da escola. Ele foi para Berlim primeiro, para trabalhar
presencialmente, organizar a questão do aluguel e registro de residência de
estrangeiros. Enquanto aguardava meu visto, fui para Campos me despedir dos
familiares. A ajuda de amigos e de alguns familiares foi fundamental para essa
transição acontecer.
Nova
Voz On Line
– A visita à Alemanha no ano passado foi fundamental para decisão de vocês
mudarem de vez.
Drª
Ana Luíza Policani Freitas - Quando viajo,
gosto de viver o lugar. Passei quase dois meses “morando” na Alemanha,
utilizando transporte público em várias horas do dia (inclusive no horário de
rush). Indo ao supermercado, fazendo piquenique nos parques e por ai vai. Além
de conversar com amigos e me informar sobre os detalhes de morar aqui, como
saúde, escola para meu filho, aluguel, etc. Essa estadia me fez perceber que
esse é o país onde quero viver.
Nova
Voz On Line
– O quanto o futuro do Arthur, o filho seu e do Vanderson, pesou na escolha de
vocês, de imigrar para Alemanha?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas - Nessa
decisão pesou bastante o futuro do Arthur. Sem dúvidas! Na Alemanha há um ensino de qualidade,
gratuito e ao alcance de todos. A educação é valorizada. No Brasil para
ter uma educação de qualidade paga-se muito caro. A meu ver é algo que deveria
estar acessível a todos o brasileiros. Além disso, a questão da segurança também pesou na decisão.
Não só para o Arthur, mas para nós três. Aqui, na Alemanha, crianças da idade do
meu filho (10 anos) são completamente independentes: já pegam metrô, trem, vão
e voltam para escola sozinhos. Isso é algo que jamais poderia pensar se
estivesse morando em Campos, Niterói ou em outro lugar do Brasil.
Neste sábado, foto tirada na famosa Alexanderplatz de Berlim |
Nova
Voz On Line
– Seu filho, inclusive, estudava aqui no Brasil, no Instituto Germânico, não é
mesmo? Acredita que essa experiência vai ajuda-lo na adaptação ao novo país?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas - Arthur
estudou três meses no ICG (no nível infantil). Isso serviu para ter um norte e
não ter um grande impacto com a mudança. Acredito que com o aprendizado do ICG,
somado com as duas experiências anteriores em Berlim, a adaptação será um pouco
mais fácil. Todavia, mudança é sempre difícil para as crianças. Vamos estar de
perto, eu e o Vanderson, observando.
Nova
Voz On Line
– Você está indo para trabalhar com consultoria na Alemanha. Pode nos falar um
pouco sobre esse trabalho?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas - A princípio a
consultoria está voltada para brasileiros, tanto em Berlim, quanto morando no
Brasil. Desde o fim do ano
passado, já havia implementado a consultoria por videoconferência, através do
Skype e do appear.in. Tive um bom retorno. Acaba sendo uma economia de tempo
tanto para mim e o cliente. Confesso que a facilidade do processo eletrônico brasileiro entrou em
harmonia com essa forma de trabalhar. Caso o cliente necessite de um advogado
presencialmente, fechei parcerias com colegas de Campos, Rio de Janeiro e
Niterói que auxiliarão neste projeto.
Nova
Voz On Line
– A consultoria será apenas para pessoas físicas, ou pessoas jurídicas, que
queiram investir, travar parcerias, realizarem joint venture, também estão na
sua área de trabalho?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas -
A princípio só com pessoas físicas, entretanto, não
descarto a possibilidade de atender empresas futuramente. Estando aqui, um novo
horizonte se abre na minha vida profissional. Mesmo no dia a dia, vou poder
perceber oportunidade. Visualizar intercâmbios de conhecimento, para negócios,
produtos, serviços e etc.
Nova
Voz On Line
– Seu esposo, Vanderson, também está animado com a nova vida de vocês?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas – Muitíssimo!
Ele já trabalhava remoto, para uma empresa alemã. Agora trabalha
presencialmente, aqui em Berlim (onde moramos). A questão da qualidade de vida,
da educação e da segurança é bem animador, quando pensamos na realidade
brasileira. Sei que algumas pessoas ficam chateadas, quando falamos. Mas só
quem vem para um país como a Alemanha, percebe quão atrasados nós estamos. Tudo
funciona. E não é só uma questão de governo. As pessoas fazem sua parte, no dia
a dia.
Nova
Voz On Line
– Você está indo na época do inverno. Vocês estão conseguindo viver bem esses
dias, com temperaturas bem mais baixas do que faz aqui no Brasil?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas - Já tinha
vindo a Berlim no inverno em 2017. Passamos quase dois meses e não tivemos
problemas. Na mesma época fomos a Praga, que é bem mais frio. Nenhum bicho de
sete cabeças se está propriamente protegido contra baixas temperaturas. As
pessoas colocam terror desnecessário. Muito pior é encarar essa onda de calor
no Rio/Niterói, durante boa parte do ano. Pessoalmente, chegava a passar mal
naqueles verões de mais de 40 graus. Confesso que agora estamos ansiosos pela
neve!
O Natal está NO AR em Berlim |
Nova
Voz On Line
– De longe, parece que as cidades europeias ficam particularmente belas nessa
época do ano, em função do Natal. Há um clima especial nas ruas por onda anda?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas - Por enquanto
só posso falar de Berlim, visto que ainda não fui para outros lugares nesse
período. Estou morando aqui oficialmente há menos de um mês. A cidade em si está linda. Em
especial a Alexanderplatz!!! Muitos enfeites, muitas feiras e nos fins de
semana corais de Natal, inclusive nos shoppings. Realmente os alemães parecem
gostar muito dessa época. A sensação é que você está num filme da Disney (risos).
Estamos muito felizes!
Nova
Voz On Line
– São muitas emoções? Há um frio na barriga? Como estão vivendo esse desafio?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas - Muitas emoções,
principalmente nesta época do ano. O frio na barriga maior foi na hora de executar a mudança. Pensava: É de
verdade? Estamos mesmo mudando? Isso está acontecendo? Estou Muito
Feliz! É um grande desafio, sem dúvidas. Mas a vida em si, em qualquer lugar, é
um grande desafio. Então temos que viver onde acreditamos ser melhor, para nós
e nossa família. Vamos ver como vai ficar a adaptação do Arthur. Isso só o
tempo vai dizer.
Nova
Voz On Line
– Quais conselhos daria a quem sonha um dia viver fora do Brasil?
Drª
Ana Luíza Policani Freitas – Deixa enumerar, para ficar mais fácil:
1º - Planejamento,
principalmente financeiro;
2 - Jamais venha de forma ilegal;
3 - Tenha sempre
um lugar para voltar, jamais venda tudo que tem;
4 - Procure saber como é a
vida de imigrantes no país que você pretende morar e como é o processo. Tenho
lido sobre brasileiros que vão morar em Portugal sem planejamento algum. Acabam
tendo que pedir ajuda ao governo Português para voltar ao Brasil.
Não é tão
problemático quando se é solteiro, mas com família, tomar uma atitude dessas é
no mínimo temerário. O mais é entender que está indo para outra
cultura. Sendo assim, é você quem precisa se adaptar. Pois os outros não vão se
adaptar a você. Otimismo, preparação (inclusive mental) e disposição para fazer
dar certo. E ser FELIZ, é claro. Boa sorte e Sucesso, para quem decidir
imigrar.
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