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domingo, 9 de dezembro de 2018

Sonho Vira Realidade: a Advogada Drª Ana Luíza Policani Freitas fala de seus primeiros dias vivendo na Alemanha


Depois de visitar a Alemanha em 2017, vivendo lá por dois meses, a advogada campista, Drª Ana Luíza Policani Freitas, resolveu emigrar de vez para o país, motivada por qualidade de vida, pensando especialmente na educação do filho Arthur, de dez anos. Ela e o marido Vanderson, dão os primeiros passos no país do chucrute. Leia abaixo:

A Advogada, Drª Ana Luíza Policani Freitas, com o marido Vanderson e o Filho Arthur, toda família encarando os primeiros dias num novo país
Nova Voz On Line – A partir de quando começou a pensar em viver na Alemanha? Estabeleceu um planejamento até conseguir ir definitivamente? Como foi?
Drª Ana Luíza Policani Freitas - A partir da primeira viagem ao país em 2017, quando fiquei encantada com o que vi, senti o desejo de viver na Alemanha. Mas a ideia amadureceu entre o início e o meado deste ano de 2018. Sem dúvidas, houve um planejamento. Mas confesso que foi meio caótico também (risos). Planejamento financeiro foi o primeiro passo. De início, começamos a agilizar os documentos, o que tomam bastante tempo e gasto para obtenção do visto. Tudo isso em consonância com o período escolar brasileiro do meu filho, com meu trabalho e o andamento da pós-graduação. E é claro, o trabalho do meu marido, já empregado numa empresa alemã.

Nova Voz On Line – Teve que tomar alguma atitude mais drástica, nesse período?
Drª Ana Luíza Policani Freitas – Nós somos de Campos dos Goytacazes, mas estávamos morando em Niterói. Precisamos retornar para sair do aluguel em Niterói. Cortar esse e outros custos foi essencial. Ficamos alguns dias na casa de amigos, em Niterói, enquanto meu marido aguardava o visto dele e meu filho concluía as últimas provas da escola. Ele foi para Berlim primeiro, para trabalhar presencialmente, organizar a questão do aluguel e registro de residência de estrangeiros. Enquanto aguardava meu visto, fui para Campos me despedir dos familiares. A ajuda de amigos e de alguns familiares foi fundamental para essa transição acontecer.

Nova Voz On Line – A visita à Alemanha no ano passado foi fundamental para decisão de vocês mudarem de vez.
Drª Ana Luíza Policani Freitas - Quando viajo, gosto de viver o lugar. Passei quase dois meses “morando” na Alemanha, utilizando transporte público em várias horas do dia (inclusive no horário de rush). Indo ao supermercado, fazendo piquenique nos parques e por ai vai. Além de conversar com amigos e me informar sobre os detalhes de morar aqui, como saúde, escola para meu filho, aluguel, etc. Essa estadia me fez perceber que esse é o país onde quero viver.
Nova Voz On Line – O quanto o futuro do Arthur, o filho seu e do Vanderson, pesou na escolha de vocês, de imigrar para Alemanha?
Drª Ana Luíza Policani Freitas - Nessa decisão pesou bastante o futuro do Arthur. Sem dúvidas! Na Alemanha há um ensino de qualidade, gratuito e ao alcance de todos. A educação é valorizada. No Brasil para ter uma educação de qualidade paga-se muito caro. A meu ver é algo que deveria estar acessível a todos o brasileiros. Além disso, a questão da segurança também pesou na decisão. Não só para o Arthur, mas para nós três. Aqui, na Alemanha, crianças da idade do meu filho (10 anos) são completamente independentes: já pegam metrô, trem, vão e voltam para escola sozinhos. Isso é algo que jamais poderia pensar se estivesse morando em Campos, Niterói ou em outro lugar do Brasil.

Neste sábado, foto tirada na famosa Alexanderplatz de Berlim
Nova Voz On Line – Seu filho, inclusive, estudava aqui no Brasil, no Instituto Germânico, não é mesmo? Acredita que essa experiência vai ajuda-lo na adaptação ao novo país?
Drª Ana Luíza Policani Freitas - Arthur estudou três meses no ICG (no nível infantil). Isso serviu para ter um norte e não ter um grande impacto com a mudança. Acredito que com o aprendizado do ICG, somado com as duas experiências anteriores em Berlim, a adaptação será um pouco mais fácil. Todavia, mudança é sempre difícil para as crianças. Vamos estar de perto, eu e o Vanderson, observando.

Nova Voz On Line – Você está indo para trabalhar com consultoria na Alemanha. Pode nos falar um pouco sobre esse trabalho?
Drª Ana Luíza Policani Freitas - A princípio a consultoria está voltada para brasileiros, tanto em Berlim, quanto morando no Brasil. Desde o fim do ano passado, já havia implementado a consultoria por videoconferência, através do Skype e do appear.in. Tive um bom retorno. Acaba sendo uma economia de tempo tanto para mim e o cliente. Confesso que a facilidade do processo eletrônico brasileiro entrou em harmonia com essa forma de trabalhar. Caso o cliente necessite de um advogado presencialmente, fechei parcerias com colegas de Campos, Rio de Janeiro e Niterói que auxiliarão neste projeto.

Nova Voz On Line – A consultoria será apenas para pessoas físicas, ou pessoas jurídicas, que queiram investir, travar parcerias, realizarem joint venture, também estão na sua área de trabalho?
Drª Ana Luíza Policani Freitas - A princípio só com pessoas físicas, entretanto, não descarto a possibilidade de atender empresas futuramente. Estando aqui, um novo horizonte se abre na minha vida profissional. Mesmo no dia a dia, vou poder perceber oportunidade. Visualizar intercâmbios de conhecimento, para negócios, produtos, serviços e etc.

Nova Voz On Line – Seu esposo, Vanderson, também está animado com a nova vida de vocês?
Drª Ana Luíza Policani Freitas – Muitíssimo! Ele já trabalhava remoto, para uma empresa alemã. Agora trabalha presencialmente, aqui em Berlim (onde moramos). A questão da qualidade de vida, da educação e da segurança é bem animador, quando pensamos na realidade brasileira. Sei que algumas pessoas ficam chateadas, quando falamos. Mas só quem vem para um país como a Alemanha, percebe quão atrasados nós estamos. Tudo funciona. E não é só uma questão de governo. As pessoas fazem sua parte, no dia a dia.

Nova Voz On Line – Você está indo na época do inverno. Vocês estão conseguindo viver bem esses dias, com temperaturas bem mais baixas do que faz aqui no Brasil?
Drª Ana Luíza Policani Freitas - Já tinha vindo a Berlim no inverno em 2017. Passamos quase dois meses e não tivemos problemas. Na mesma época fomos a Praga, que é bem mais frio. Nenhum bicho de sete cabeças se está propriamente protegido contra baixas temperaturas. As pessoas colocam terror desnecessário. Muito pior é encarar essa onda de calor no Rio/Niterói, durante boa parte do ano. Pessoalmente, chegava a passar mal naqueles verões de mais de 40 graus. Confesso que agora estamos ansiosos pela neve!

O Natal está NO AR em Berlim
Nova Voz On Line – De longe, parece que as cidades europeias ficam particularmente belas nessa época do ano, em função do Natal. Há um clima especial nas ruas por onda anda?
Drª Ana Luíza Policani Freitas - Por enquanto só posso falar de Berlim, visto que ainda não fui para outros lugares nesse período. Estou morando aqui oficialmente menos de um mês. A cidade em si está linda. Em especial a Alexanderplatz!!! Muitos enfeites, muitas feiras e nos fins de semana corais de Natal, inclusive nos shoppings. Realmente os alemães parecem gostar muito dessa época. A sensação é que você está num filme da Disney (risos). Estamos muito felizes!

Nova Voz On Line – São muitas emoções? Há um frio na barriga? Como estão vivendo esse desafio?
Drª Ana Luíza Policani Freitas - Muitas emoções, principalmente nesta época do ano. O frio na barriga maior foi na hora de executar a mudança. Pensava: É de verdade? Estamos mesmo mudando? Isso está acontecendo? Estou Muito Feliz! É um grande desafio, sem dúvidas. Mas a vida em si, em qualquer lugar, é um grande desafio. Então temos que viver onde acreditamos ser melhor, para nós e nossa família. Vamos ver como vai ficar a adaptação do Arthur. Isso só o tempo vai dizer.

Nova Voz On Line – Quais conselhos daria a quem sonha um dia viver fora do Brasil?
Drª Ana Luíza Policani Freitas – Deixa enumerar, para ficar mais fácil
1º - Planejamento, principalmente financeiro; 
2 - Jamais venha de forma ilegal; 
3 - Tenha sempre um lugar para voltar, jamais venda tudo que tem; 
4 - Procure saber como é a vida de imigrantes no país que você pretende morar e como é o processo. Tenho lido sobre brasileiros que vão morar em Portugal sem planejamento algum. Acabam tendo que pedir ajuda ao governo Português para voltar ao Brasil. 
Não é tão problemático quando se é solteiro, mas com família, tomar uma atitude dessas é no mínimo temerário. O mais é entender que está indo para outra cultura. Sendo assim, é você quem precisa se adaptar. Pois os outros não vão se adaptar a você. Otimismo, preparação (inclusive mental) e disposição para fazer dar certo. E ser FELIZ, é claro. Boa sorte e Sucesso, para quem decidir imigrar.


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