Saudades da alegria dos Foliões Itaocarenses - Foto: Elisabete Carvalho |
Ser jornalista numa cidade do Interior tem
nuances bem interessantes. Muita gente nos faz cobranças, como se fosse nossa a
responsabilidade pela realização de certas coisas. No máximo, o que fazermos, é
noticiar. Noutras vezes, o máximo é cobrar. Lógico que a cobrança feita por um
profissional da comunicação, deve ter o comedimento ético necessário. E é o que
vamos procurar fazer a partir de agora.
Eu entendo e compartilho a frustração de
novamente, pelo terceiro ano consecutivo, não termos um carnaval a altura do
que é a tradição do carnaval de Itaocara. Reportagens dos anos 30, 40 e 50 do
século passado, falam da folia itaocarense. Famosos blocos, que ficaram na
história. E mais próximo no tempo, os antológicos desfiles da Acadêmicos da
Aldeia e da Verde Rosa.
Minhas lembranças pessoais vêm das administrações de José Romar, Dr. Robério, e sim, de Manoel Faria, que criou o Carnaval Vivo
em seu primeiro governo, um grande sucesso. O ex-prefeito Alcione Araújo também
realizou grandes carnavais. E também o ex-prefeito Gelsimar Gonzaga, que tirou
o carnaval da rua Pita de Castro e levou para beira-rio. Nessas épocas citadas,
o Carnaval era o momento do ano que mais dava orgulho de ser itaocarense. Nossa
cidade ficava lotada de turistas. O que enriquecia o município com a circulação
do dinheiro gasto pelos foliões. Então, por que parou? Parou por quê?
Num dado momento, o Carnaval de Itaocara
tornou-se muito caro para os cofres da municipalidade. Blocos pediam 40 mil
Reais, 50 mil Reais, ou até mais, para desfilar. E suas justificativas, em
relação ao preço de um grande desfile, não estavam erradas. Mas não tem
cabimento o contribuinte, no final das contas, pagar algo como Um Milhão de
Reais, por quatro dias de folia. E houve carnaval que custou mais do que isso.
O que fazer então? Primeiro, acho que sem
planejamento, nada pode funcionar. O carnaval de um ano precisa começar a ser realizado,
seis meses antes, no ano anterior. Reunir os responsáveis pelos blocos e com
eles, dentro de uma realidade financeira, propor um Carnaval. E é claro,
aqueles que não acharem viável participar, precisam ter a liberdade de não
fazê-lo. E os que quiserem participar, então o Governo Municipal, deve apoiar,
dentro do conversado.
Muito respeitosamente digo, que o que não
tem cabimento, é faltando quatro dias para o início do Carnaval, não ter
nenhuma programação divulgada. Nem mesmo um pronunciamento oficial do governo,
dizendo se vai ter ou não vai ter carnaval. Todos sabem que se houver o
carnaval, não terá a participação da maioria dos blocos principais. Mas se vai
haver alguma programação, o que está faltando para divulgar? O vazio de
informações gera um clima ruim, comentários, questionamentos. Isto não é bom.
Espero que haja uma manifestação oficial. E que se diga rápido, se teremos ou não teremos carnaval. Se tivermos,
qual será a programação. E se não tivermos, então qual é o motivo? Além disto,
começarmos neste ano, no meado, planejar a próxima folia, evitando a frustração
que estamos passando agora.
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