Nosso Colunista, Carlinhos Ferraz, com a esposa Carmem |
Temos comentado muito sobre as
diversas tragédias que o Brasil está passando neste início de ano. Se me
permitem os leitores, quero abordar duas. Mas antes, não posso deixar de dizer,
que não são obras do acaso, nem ação de forças sobrenaturais. Eu sou um homem
de fé. Sou católico. Acredito em Deus, frequento a Igreja e rezo todos os dias.
Mas não se pode atribuir ao além, nossos próprios descuidos. Vamos lá.
A tragédia de Brumadinho era história
anunciada. O que se fez depois do que aconteceu em Mariana? Quais foram as
providências tomadas pelas autoridades competentes, para prevenir que novamente
barragens estourassem, levando a morte e devastação as pessoas? Pelo o que a
maioria de nós ficou sabendo, nada significativo. Até mesmo o conjunto de
multas exaradas pela autoridade competente foi pífio, para a responsabilidade
que a empresa Vale do Rio Doce tinha e tem.
E fomos seguindo a vida. Os atingidos
de Mariana foram saindo da cobertura da grande mídia e esquecemos. Veio então
Brumadinho. Novamente dezenas de pessoas mortas. Na verdade centenas. E as que
sobreviveram, muitas ficaram devastadas, pela perda de parentes e do lugar onde
tinham uma história. O que vai ser feito por elas? Não acredito que haja como
indeniza-las na proporção do que perderam; mas o Poder Público, juridicamente
constituído, tem obrigação de fazer a Vale do Rio Doce, arcar com as
consequências de sua irresponsabilidade.
Espero que dessa vez, o Ministério Público
e a Justiça, hajam com rigor. Punam exemplarmente, para que os responsáveis
entendam que seu desleixo custa caro. Inicialmente prender os responsáveis pela
fiscalização, foi uma boa ação, mesmo que o STJ os tenha soltado, a posteriori.
Mas provaram o gostinho da cadeia. Espero que o processo criminal preveja
prisão dos Executivos da Vale e qualquer autoridade pública, do Município, do
Estado e da União, que foi negligente com suas obrigações. As pessoas precisam
saber que há custos pela desídia, e este custo tem que ser ALTÍSSIMO.
Na morte dos jovens atletas, no Centro
de Treinamento do Flamengo, a mesma coisa. Não se trata de clubismo algum. Não
sou uma pessoa mesquinha. Desejo que haja um bom trabalho investigativo dos
Bombeiros e da Polícia. Se for o caso, então se transforme num processo e o
Judiciário puna com rigor, se houver condenação. Assim, os dirigentes, não só
do Flamengo, mas de todos os grandes clubes do Brasil, vão tomar ciência sobre
a responsabilidade de ter sob sua guarda, adolescentes e jovens.
Não acho que faltem leis ao país.
Muito mais importante do que novas leis, é a aplicação das leis já existentes.
Falta é zelo na fiscalização, por parte da autoridade do Estado e rigor na
punição, pelo Poder Judiciário. Na hora que houver prisões e multas que atinjam
a capacidade financeira dos responsáveis, então vamos ter mais cuidados.
Até lá vamos rezar para que Deus ponha
no coração dos homens e mulheres, o sentimento do valor da vida alheia. Que
quem tem responsabilidade do zelo entenda quão séria é sua obrigação.
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