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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Um novo ano Escolar. Como ficam as emoções? Texto: Isabel Ramos Anastácio / Psicóloga Clínica e Escolar / CRP 05/56686

A Psicóloga, Drª Isabel Anástácio

É notável que o “novo”, de alguma forma sempre cause estranheza. Afinal trata-se de algo que não está em nosso controle, por isso gera ansiedade. Falando em retorno escolar também estamos nos referindo a algo novo. Pois, apesar de alguns já terem se acostumados à rotina; recomeço é sempre novidade. E neste caso, estamos falando da alteração das emoções de três categorias de pessoas: pais, professores e alunos. Claro que uma equipe escolar envolve diversas pessoas importantíssimas. Porém, a conexão maior gira em torno destes três eixos (pais, professores e alunos). Observe: Estamos nos referindo a pessoas com faixas etárias, opiniões, funções e pensamentos diferentes. O encontro dessas três mentes; destes três cérebros pensantes; com as emoções a flor da pele, vira uma “salada” de sensações, sentimentos e comportamentos. Esta poderá ser prejudicial se um não souber lidar com a emoção do outro ou ser benéfica se houver assertividade no gerenciamento de suas próprias emoções.

É o professor as voltas com os preparos para o primeiro dia de aula. Os pais já pensando em quem irá levar, buscar, comprar o lanche, o material do filho, que talvez tenham que trocar o horário de seu almoço no trabalho. O aluno que possivelmente está com saudade dos amigos, das brincadeiras e conversas, mas que, também terá que voltar a acordar cedo novamente ou perder as diversões da tarde. Isso também o deixa confuso. O que fazer? A princípio respirar fundo e vagarosamente, quantas vezes necessárias forem e atrair os melhores pensamentos possíveis, afinal somos o que pensamos. É claro que nesse momento o papel dos pais e professores é muito maior; para que também possam gerir um clima de equilíbrio e conforto aos filhos e alunos.

 Conviver em ambientes onde a família tenha o hábito de ler; falar de seus sonhos; suas a trajetórias quando tinham a idade deles, ter um professor criativo; alto astral e principalmente acolhedor, um ambiente escolar limpo e adequado; faz com que a criança ou adolescente tenham prazer em estudar. Além de motivar, é preciso muita sabedoria e paciência por parte dos pais e professores, afinal estamos falando de seres com grau de maturidade bem menos elevado, onde suas emoções e seus pensamentos estão voltados para algo diferente do mundo adulto, pois ainda não chegaram à essa fase. Pensando assim, nada daquela “famosa” frase: “Estude para ser alguém na vida! ” Ele não já é? Isso pode gerar tristeza, autoestima baixa, desânimo. Pois, estes já são “alguém”, e importante. Só, ainda não se profissionalizaram, porque ainda não é tempo. Ser “alguém” implica em diversas situações que não sejam profissionais; uma delas é a de ser um bom ser humano. Então construam um diálogo amável e inteligente.

No auge da era digital; deste mundo das facilidades; aparentemente o grande desafio dos professores hoje é o convencer e sensibilizar os alunos a estudarem para ter um futuro melhor e fazê-los ter interesse por algo que realmente exija esforço. Esse conceito de tempo é muito complicado principalmente para a criança, por que o pensamento dela está voltado para o hoje. O adolescente em alguns casos entende, mas relutam, pois, aparentemente esse futuro está longe. Sem contar que estão acostumados a um mundo onde tudo acontece rápido e fácil. Claro que esses pensamentos variam, são individuais, de acordo com a bagagem já captada direta ou indiretamente do lar, no ambiente em que viveram a maior parte do tempo até então. Quer um mundo melhor? Um Brasil melhor? Invista no seu filho, afeto; respeito; limites; resiliência; senso de humanidade; caráter; conhecimento;…. Ensine-o a desde novo cuidar de seus pertences e emprestar um colega se for preciso, a ter compromisso com suas tarefas escolares, a valorizar tudo que tem. Não façam por eles o que já podem fazer sozinhos, essa atitude tira a capacidade de crescimento dos mesmos. Saibam avaliar a hora certa de intervir.

 As crianças estão indo cada vez mais cedo para a escola. O aluno que deixa de ir ou vai depois, já está perdendo. A escola é um local amplo, rico, um ambiente transformador. Que traz socialização, novas culturas, novos conhecimentos. Onde não se aprende apenas conhecimentos científicos, mas educa para à vida. Aqueles tombos que ralam o joelho, os desentendimentos com algum colega, a necessidade de respeitar limites e a opinião dos outros, suportar o tempo de espera para cada situação do dia, rir coisas bobas, se encher de alegria porque gabaritou uma prova ou ficar triste porque não venceu as olimpíadas. Tudo isso é um preparo. Porque viver dói, faz feliz e tem confronto.

Escolher uma boa escola é fundamental, mas participar e acompanhar a vida estudantil dos filhos apesar de ser um desafio no mundo de hoje, é essencial para o desenvolvimento dos mesmos e função dos pais. Família e escola precisam andar juntas sempre.

Dois mil e dezenove (2019) está aí e poderá ser repleto de sucesso para todos aqueles que decidirem que este será. Pois, são os pensamentos que geram os comportamentos. Então muita conversa, comprometimento e paixão pela vida. Sonhe; cultive os sonhos de alguém, tenha boas expectativas e muitas esperanças. Fale de seus sentimentos, ouça o sentimento dos outros. Chore se preciso for, mas aprenda rir de coisas simples. Procurem ser bons filhos, bons pais, bons alunos, bons professores e principalmente bons seres humanos. Inteligência intelectual é importante para adquirir conhecimento, mas a inteligência emocional é essencial para viver bem.

Bom retorno a todos e todas!

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