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sábado, 24 de abril de 2021

Valéria Faria Leão – Dividindo com os leitores a Crítica Literária do grande escritor brasileiro, Emir Larangeira

Olá Conterrâneos, Amigos e Leitores

Em meio a tanta dureza e aridez desses nossos dias, existem os momentos de paz, de alegria e de acolhimento. São esses breves suspiros na rotina das horas tristes, que recarregam as nossas baterias e, dessa forma, nos fortalecem para seguirmos adiante com a esperança em tempos melhores.

Eu junto ao meu amor, Luiz Carlos Leão, aproveitando um destes momentos de pausa que a vida nos dá, em Belém do Pará

Recebi do meu estimado amigo, professor,  escritor, poeta, militar da reserva e ex deputado estadual, essa generosa e bela crítica literária que hoje compartilho com vocês.

Sendo um mestre na arte da escrita, Emir Larangeira é, também,  um leitor atento e sensível que com agudeza, capta todo o sentimento que o autor transmite no seu texto.

Uma honra e um privilégio ter nas minhas relações de afeto pessoas com o talento do estimado amigo.

"Os melhores amigos são aqueles que nos fazem melhor do que somos. Amizade verdadeira deixa rastros na vida da gente."

Cuidem-se. Cuidem dos seus Afetos.

Fiquem bem. Até a próxima.

INSTAGRAM: @valeria.adv.leao


CRÍTICA LITERÁRIA

Em 18 de abril de 2021. Estimada amiga, escritora e poeta Valéria Leão. Li o seu texto de crônicas e poemas (Os afetos que nos afetam) de uma só vez. Vou comentar, mas antes gostaria de lhe dizer que muito me impressionou a análise do meu amigo Eneas Quintal, um primor, que quase me rouba a cena. Dê a ele meus parabéns e meu fraterno abraço.

Emir Larangeira, a neta Vitória Cristina e minha nova obra, Os Afetos Que Nos Afetam, tão afetuosamente analisada

(...) Impressionou-me além da emoção o seu realismo quanto ao momento trágico que vivenciamos. Estamos espantados e desesperançados ante essa praga que nos assola, aqui e no mundo. Por outro lado, embora confessando ser uma pessoa também afeita aos contrastes e viciado em “adversativos”, aliás, como quase todo mundo (“de contrastes vive o homem” – M. Assis), percebi que talvez nem tanto seria em relação ao seu otimismo a tentar vencer o pessimismo, importante lição que é cerne do seu texto, conforme senti num misto de emoção e razão, ambas se contrastando no transcurso do seu exímio texto.

Sim, você nos desafiou, como leitor, a refletir sobre o quanto estamos perdidos neste momento de Pandemia, com críticas acertadas sobre a insensatez e a ganância humanas, isto num ambiente de perplexidade em que o normal seria desistir para cuidar de si mesma. Mas você não desistiu e foi em frente. Atou o princípio ao meio e ao fim sem perder o fio de sua meada, sem largar a corda do seu velame. Do texto, que esbanja emoção e saudosismo dos bons tempos, infere-se por outro lado certo estupor com a atual situação, que poderia ser traduzida numa frase sua que marquei durante a leitura, síntese da sua mensagem menos emocional e mais realista: “ALDEIA DA PEDRA [...] Contudo, a vida sempre pode ser surpreendente.”

Para mim essa frase sua diz tudo, pois é certo que sua geração não teve a chance de conhecer outras Pandemias como a “Gripe Asiática”, dos meus tempos de infância. (...)

Recomendo a leitura de Fogo Urbano, de Emir Larangeira

Sim, havia começo, meio e fim. Mas não é o que ocorre hoje, e o maior perigo é exatamente a falta de solidariedade com as pessoas atingidas, todos estão mais preocupados em evitar a doença evitando os doentes, quase que vistos como “inimigos”, inclusive no seio familiar. Essa praga, ao que parece, veio para ficar, e se depender da mídia sensacionalista e divisionista, ficará por muito tempo.

Apesar da desgraça que nos abate, você conseguiu mesclar otimismo com pessimismo, dando ao primeiro o toque amoroso de sempre, promovendo com suas pequenas crônicas e suas poesias entrelaçadas uma espécie de romance. Tudo fez sentido: as danças, os cenários cheios de gente e de vida, os vazios das ruas como nos terríveis tempos da Peste... Você conseguiu mesclar em tal malabarismo os seus cenários, que não deixou a bola ir do ar ao chão. Iniciou a sua mensagem com a “POESIA CONCRETA”, em linhas traçadas na mais pura emoção, apostando na sua capacidade de amar incondicionalmente as pessoas: “Não faço versos. Faço prosa [...]”

Ao finalizar, todavia, não se furtou em criticar o ser humano, que mais parece desumano consigo mesmo e com o outro nesta assustadora Pandemia, eis que suas origens são ainda desconhecidas da Ciência e das pessoas comuns, muitas delas assustadas e conformadas, outras apostando na morte festiva das aglomerações inconsequentes, como estamos vivenciando: pessoas reunidas sem máscaras em bingos clandestinos, em bailes Funk nas favelas, nos ônibus, nos trens e metrôs lotados de trabalhadores, onde ninguém é capaz de proibir, nem mesmo a polícia, culminando todos no hospital e num caixão, ressalvadas as exceções dos assintomáticos.

Obras do Mestre Emir Larangeira

Ao final, um desafio: “E VOCÊ, ACREDITA EM QUÊ?”, num exercício de prosa poética indicando com primor os contrastes da natureza humana (“de contrastes vive o homem” – M. de Assis).

Certa vez eu reclamei com um estimado e precioso amigo meu, Salgado Maranhão, Prêmio Jabuti de Poesia, por muitas vezes ler poemas dele não os entender. Ele me respondeu: Nem eu entendo, não é para entender, é pra sentir...

Muito bem, fico por aqui lhe afirmando que entendi e senti sua angústia a explodir do seu peito ao mundo, e a demonstrar que você, como um ser humano dotado de inspiração (“Spiritus ubi vult aspirat’ – O Espírito sopra onde quer), conseguiu o seu intento de tocar o coração e a alma dos mais sensíveis aos mais rudes.

Você navegou em mares entre calmarias e tormentas sem perder a corda do velame. Creio que sua decisão de se comunicar entremeando crônicas e poemas, não somente nos afetou, mas nos doou o que há de mais sagrado no seu espírito: o afeto. Com certeza, a sua mensagem “Forte. Frágil. Doce. Amarga [...]” vencerá os tempos. Muito obrigado pela distinção. Parabéns!"

Emir Larangeira

NOTA DA AUTORA: Emir Larangeira é autor de inúmeros livros, dentre eles, Bairro de Lata, Cavalos Corredores, o Espião, O Golpista, Cidade Contemporânea,  Fogo Urbano, Operação Arabesco, Profissão Traficante, Utopia - O papagaio pensador, Memórias de Um político. Sempre uma leitura instigante que prende a atenção do leitor do início ao fim.

NESTE DOMINGO, Precisando de Farmácia,
o plantão é da UnidasFarma, no Calçadão do Centenário



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