Rodolfo Resende é destes seres humanos
especiais, de quem é um privilégio ser amigo. Pessoa de coração fenomenal.
Tanta sensibilidade tornou-se a marca de sua fotografia. Seus trabalhos são
pura arte. Neste bate papo, ele destaca também, o agora saudoso José Bechara, um dos
percussores da fotografia em Itaocara e região.
O extraordinário Rodolfo Resende: Um Gigante da Aldeia da Pedra, que une técnica e arte nos seus cliques mágicos |
Nova Voz ONLINE – Quando descobriu que tinha
talento para fotografia?
Rodolfo Resende - Eu sempre fotografei, desde criança. Na época usava uma câmera Kodak, amadora, com flash, que só dava para quatro fotos. Depois das quatro fotos, o flash era jogado fora.
Nova Voz ONLINE – Acaba de revelar sua idade (risos).
Rodolfo Resende – Pois é (risos). Sou do século passado (risos). Voltando, eu fotografava minha família, meus cachorros, paisagens. E os anos foram passando, a vida foi acontecendo e eu tive uma companheira que trabalhava com filmagem de eventos. Nós decidimos abrir uma loja de equipamentos para filmagem e fotografia. Eu trabalhava como caboman e certa vez eu a acompanhei em uma filmagem de formatura. Levei minha câmera profissional analógica e fotografei o evento. Os alunos acabaram gostando das fotos, compraram e eu vi a possibilidade de exercer a minha paixão como profissão.
Fotografar é hard word (trabalho duro). Mas, talentos como Rodolfo Resende, fazem deste trabalho, pura arte |
Nova Voz ONLINE – Como foi desenvolvendo esse talento?
Rodolfo Resende - A prática e os anos de vivência da fotografia proporcionam muito conhecimento e experiências. Nesses mais de 15 anos como fotógrafo profissional, participei de inúmeros cursos, congressos, workshops, sempre buscando o aperfeiçoamento, voltado a proporcionar o meu melhor para os clientes.
Nova Voz ONLINE – Muita gente pensa que fotografia é só mirar o alvo e click, apertar o botão; e a foto está pronta. Porém, nós sabemos que antes da pandemia, você era frequentador assíduo de eventos pelo Brasil, que envolvem a fotografia. Pode nos falar um pouco sobre a diferença entre uma foto amadora e uma foto profissional?
Rodolfo Resende - Sempre frequentei, anualmente, congressos e cursos em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Há duas questões a serem analisadas. O curioso é que há amadores muito bons e profissionais que infelizmente deixam a desejar. O que difere basicamente é a técnica, o estudo, o preparo e o equipamento. Não pensamos somente naquela cena. O fotógrafo profissional presta atenção no foco, na luz, na posição que valorize o cliente ou a paisagem. Por isto usamos equipamentos específicos, fazemos edições profissionais e temos o compromisso e responsabilidade em entregar o melhor para o cliente.
O mistério da penumbra que mistura sensualidade e arte |
Nova Voz ONLINE – Só ai já existe uma baita diferença.
Rodolfo Resende – Além disso, há toda uma preparação antes da cobertura de um casamento, de um evento, até mesmo os ensaios mais simples, exigem preparação e concentração. Falei inclusive sobre isso, na minha live especial, nesta quarta-feira, dia 28/04, pelo meu Instagram: @studiorodolforesende
Nova Voz ONLINE – Para deixar bem marcado aos leitores, quero que reforce a importância desta constante atualização, das participações em eventos profissionais?
Rodolfo Resende – O Século XXI é o século da atualização, pois tudo se transforma rapidamente. Estar atualizado é essencial, em qualquer profissão. Principalmente na fotografia, vemos como a tecnologia tem se superado constantemente e como equipamentos, softwares de edição e outras ferramentas, tem sido úteis para nossa área. Não há como ficar estagnado, sem saber o que está acontecendo. Estar em contato com outros fotógrafos e trocar experiências é muito gratificante.
Os softwares de fotografia e a pandemia
Nova Voz ONINE – O desenvolvimento de software de fotografia, sem dúvidas, facilitou muito o trabalho final das imagens. NO ENTANTO, criou a necessidade de saber trabalhar com estes softwares. Neste sentido, o fotógrafo tornou-se um eterno estudioso?
Rodolfo Resende – Completamente. Assim como eu, os fotógrafos da minha geração, são oriundo da era analógica. Ficávamos restritos a filmes de 12, 24, 36 poses, com iso 200 ou iso 400. Sem a possibilidade de edição como temos hoje. Era uma época muito instintiva para nós. Fotografávamos por convicção e técnica. Não tínhamos ferramentas como as atuais. Agora, eu posso transformar completamente um cenário, uma pessoa, criar um movimento entre tantas outras coisas que a edição possibilita. Isso nos faz estar em constante evolução e buscando novos conhecimentos.
O cenário faz toda a diferença |
Nova Voz ONLINE – A pandemia atingiu também seu ramo profissional? Com as restrições de contato, festas como aniversários e casamentos, tornaram-se bem menores, quando não deixaram até de acontecer, não é mesmo?
Rodolfo Resende – Poxa vida, nos atingiu muito. Diversos casamentos e eventos foram cancelados. Outros remarcados para 2022. Os eventos que aconteceram, foram realizados em menor porte, apenas com membros da família. Foi necessário nos reinventarmos, fazer adaptações. Com as restrições, basicamente, estamos atendendo no estúdio de maneira escalonada, a fim de evitar aglomerações, para nossa segurança e de nossos clientes.
José Bechara: Uma perda irreparável para Itaocara
Nova Voz ONLINE – Itaocara perdeu recentemente um ícone da fotografia. Alguém cujo trabalho permeou a própria história do município, durante décadas e décadas. Estamos falando, do Sr. José Bechara. Pode nos falar sobre a importância dele na fotografia e na própria história de Itaocara, em sua opinião?
Rodolfo Resende – Meu grande amigo, Seu Zé Bechara! Mestre e grande precursor da fotografia em Itaocara e região. A Foto Santa Therezinha, de sua propriedade, deve ter quase um século de existência. Era do pai do Seu Zé.
Uma das emoções da carreira de Rodolfo Resende, foi tirar uma foto do Seu Zé, como ele chama, muito emocionado, um dos maiores fotógrafos da região: José Bechara |
Nova Voz ONLINE – Que interessante.
Rodolfo Resende – A morte é algo natural. Mas é preciso reverenciar alguém como o Seu Zé. Tinha que haver uma praça em homenagem a ele. O falecimento representa uma perda enorme para o município. Para nós fotógrafos e para a arte. Seu Zé era um autêntico fotógrafo, altamente técnico. Criava e revelava suas próprias fotos, num tempo que isto era um trabalho de pura arte. Possuía uma personalidade forte, ao mesmo tempo, era de uma educação sem igual. Tive a grande honra de fotografá-lo aqui no meu estúdio. Seres humanos iguais ao Seu Zé são insubstituíveis.
Clique aqui e conheça o Instagram de RODOLFO RESENDE
Nova Voz ONLINE - Deixamos você a vontade para incluir o que achar que faltou.
Rodolfo Resende – A minha finalidade na fotografia não é o dinheiro. Eu procuro fazer um trabalho de qualidade e responsabilidade. Amo o que faço! Meu estúdio é minha vida. Sou apaixonado em fotografar instantes espontâneos e verdadeiros. Trazer a essência de cada pessoa e eternizá-los através da fotografia. Eu sou profissional, pois jamais deixo de estudar, porém, ao mesmo tempo, tenho coração de artista. Adoro perceber a emoção dos clientes, quando estão vendo, pela primeira vez, o trabalho que realizei.
Plantão até na quinta-feira desta semana |
Parabéns meu amigo pela entrevista vc sempre foi uma pessoa muito especial e competente naquilo que faz e pelo visto na fotografia não e diferente,é por isso que me orgulho te-lo lo como amigo.
ResponderExcluirParabéns