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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Geraldo Sapateiro, Artista, Pai, Avô e Cidadão Apaixonado, conta um pouco de sua história nos 129 anos de ITAOCARA

Geraldo Ignácio da Cunha é das pessoas mais queridas em Itaocara. Artista Plástico, cujas telas encantam pelo sentimento que transmitem. Titular de um ofício que o tempo vai apagando do dia a dia: ele é SAPATEIRO. Por isto o nome, Geraldo Sapateiro. Ler o bate papo abaixo é enriquecer a cultura e o conhecimento, com esse GIGANTE ITAOCARENSE.
O Artista Plástico Geraldo Sapateiro
Nova Voz ONLINE – Quais principais lembranças da infância?
Geraldo Sapateiro - Pelo fato de ser filho único, minha infância foi muito apegada aos primos. Vivíamos na roça. Nossa opção de divertimento era futebol, bola de gude entre outras brincadeiras. A vida era muito diferente de hoje em dia. Nem crianças, nem adolescentes, podem imaginar como a era a Itaocara da minha época. Muito mais simples, porém muito mais gostosa para se viver.

Nova Voz ONLINE – Aproveitando sua resposta, e a Itaocara daqueles primeiros anos de vida? Tem alguma lembrança marcante?
Geraldo Sapateiro – Muitas! Nossos banhos na piscina pública, que existia próxima a ponte, em que hoje virou estacionamento. A nossa quadra de areia que existia na Beira Rio, palco de memoráveis partidas de futebol dos amigos, uma disputa saudável, cheia de brincadeiras. Depois, mais tarde um pouco, na adolescência, gostávamos era do Pinguelão, Restaurante dentro do Rio e do Recanto das Saudades, cujo nome é muito próprio, pois lembramos e ficamos cheios de saudades. TAMBÉM a “Discoteck Top Som”. Quem for da minha geração vai recordar o quanto rimos e nos divertimos nessa discoteca.

Nova Voz ONLINE – Que bacana Geraldo!
Geraldo Sapateiro – O Roberto Carlos tem uma canção, cujo verso de muita poesia, diz: O QUE FOI FELICIDADE, ME MATA AGORA DE SAUDADES, BELOS TEMPOS, BELOS DIAS. Sinto-me muito feliz, por ter vivido estes dias mágicos.

Nova Voz ONLINE - E o Ofício de Sapateiro? Como surgiu em sua vida?
Geraldo Sapateiro – Foi através do aprendizado com o meu primo Ronaldo, que me apresentou ao saudoso Valdomiro Peixoto, onde me identifiquei com esta profissão e estou até hoje. Hoje alias, é muito mais fácil comprar calçados do que consertá-los. Mas não era assim antes. Um sapato era um patrimônio. Os sapateiros eram como se fossem artesãos. Se não me engano, o escritor Hans Christian Andersen, tem um lindo conto infantil, que fala do trabalho de um sapateiro, nas vésperas do Natal. Uma história muito bonita. Assim como é essa profissão, que continuo exercendo, com todo carinho e dedicação.

A Esposa Márcia e a Família

Nova Voz ONLINE – Gostaria de saber agora sobre como surgiu sua esposa, Márcia Regina, em sua vida?
Geraldo Sapateiro – Olha, vou contar como foi. Mas, não contem para ninguém (risos). Tinha aquela menina linda, que conheci no consultório do Dr. Paulo Bucker. Meu coração disparou. E passei a ir sempre me consultar (risos). E, de tanto ir lá, das nossas conversas alegres e divertidas, começamos a namorar. E estamos namorando faz 34 anos. Casei-me com a Márcia logo após os primeiros três anos de namoro. A melhor coisa que me aconteceu na vida.
Geraldo como mais gosta de estar: ao lado da família
Nova Voz ONLINE – E vieram os filhos Michel Ralf e Diana Ingrid, e a Netinha, Lara. Como é este Geraldo, familiar?
Geraldo Sapateiro – Sou pai e avô extremamente participante na vida dos meus filhos e neta. Não fazemos planos futuros, sem antes sentarmos e conversarmos sobre o assunto. E nos reunimos, no mínimo, uma vez por mês, para dialogarmos sobre tudo. Sempre regado a um delicioso churrasco, na chácara ou na laje de minha residência.

Nova Voz ONLINE - Alguém tem talento na área artística?
Geraldo Sapateiro – Vão ler e dizer que é o avô coruja falando. Mas, na verdade, minha neta Lara leva muito jeito para pintura. Inclusive, participou do Primeiro MACC – Movimento Artístico Calçadão do Centenário. No que posso ajudar, para desenvolver o talento que lhe é inato, eu ajudo.

Nova Voz ONLINE – Alias, o seu interesse pelas artes veio de onde?
Geraldo Sapateiro – Interessante essa história. Na minha infância, tive o desejo de ser radialista. Lembro-me que às vezes me escondia dentro de um baú, e fingia que o mesmo era uma emissora de rádio. E os meus pais ficavam ouvindo as minhas fantasias até altas horas. A minha grande emoção foi aos 16 anos de idade, quando eu entrei nos estúdios da Rádio Globo e conheci o meu maior ídolo, o radialista fantástico, Waldir Vieira. Mais tarde, desisti deste sonho, e comecei a arte de pintar e sinto-me realizado com este dom.
Um pouco da arte de Geraldo Sapateiro
Nova Voz ONLINE – Como assim?
Geraldo Sapateiro – Desenvolver meu dom artístico, surgiu por não ter me tornado radialista. Acho que foi isso. Deveria fazer análise, qualquer hora, para saber o que aconteceu comigo ... risos. (Brincadeira).

Nova Voz ONLINE – Pintar um quadro é inspiração ou transpiração?
Geraldo Sapateiro – Inspiro-me sempre que vejo uma bela paisagem e transpiro tentando passar para tela, o sentimento que esta paisagem fez surgir em mim. É inspiração e transpiração. É arte. Arte nos conecta com coisas que às vezes são difíceis de descrever em palavras. Por isto é tão sensacional.

Nova Voz ONLINE – Quando está com o pincel nas mãos, se preocupa mais com a técnica ou com o sentimento?
Geraldo Sapateiro – Me preocupo 100% com o sentimento. Na hora que a inspiração surge, me desligo do mundo atual e fico somente voltado para o que o meu coração me ordena. Às vezes é meio um transe. Vou sentido, dando as pinceladas, olhando para a tela e me conectando a outro universo. Não sei se todos os pintores sentem assim. Mas é assim que me sinto.

Nova Voz ONLINE – Quais personagens destaca na história da nossa Aldeia da Pedra?
Geraldo Sapateiro – São vários!!! Os saudosos Dr. Alaôr Scizínio de Araújo, nosso grande atleta, Tutlep Seabra, o escritor Dr. Gamaliel Borges Pinheiro, o ator Kiud, a artista formidável, Márcia Malhano, o escritor Jorge Tiago, bem claro, não pelos seus quase quatro mil gols marcados (risos), mas pelo Poeta Itaocarense que idealizou 23 Festivais de Poesias Faladas, e por vezes é tão esquecido. E a todos os que colaboram diretamente e indiretamente para a Cultura Itaocarense.
Geraldo é fã do poeta e escritor Jorge Tiago
Nova Voz ONLINE - Itaocara vai fazer 129 anos de Emancipação Política e Administrativa. Qual presente (ou presentes) gostaria de dar a nossa cidade?
Geraldo Sapateiro – No fundo do meu coração, gostaria de ter uma varinha mágica para a nossa Itaocara voltar ao tempo da minha infância, onde tínhamos uma população apaixonada pela Cultura e o bem estar do nosso povo. Sinto-me triste por isto ter se perdido. Aquele sentimento de interior, que este mundo conectado e tecnológico riscou do mapa.
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