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domingo, 1 de março de 2020

Mulher Virtuosa – Texto: Drª. Márcia Buarque Malta Silva

O que dizer de nós mulheres, que levantamos ao raiar do sol e nos deitamos quando as luzes se apagam. Que cada dia lutamos as nossas lutas, e não por satisfeitas, lutamos a do próximo.
Drª. Márcia, com o marido Dr. Silmo e família
Dotadas de uma sensibilidade, que por vezes nos consome, fazendo assim despertar o instinto protetor de uma leoa, um verdadeiro mix de fragilidade e força. Somos capazes de, literalmente, gerar e alimentar a vida.

Com o nosso comportamento e sabedoria, buscamos direitos, igualdade e respeito. Foram muitas as conquistas no decorrer dos tempos, mas ainda temos muito que conquistar.

E por falar em conquistas, recordo-me de uma mulher virtuosa, que deixou um legado maravilhoso, Dona Diva, para muitos, irmã Diva, dotada de uma grande serenidade, divinamente sábia, verdadeiramente fazendo jus ao seu nome.

Contava Dona Diva, que seus pais não a deixaram ir a escola, nunca pode frequentar uma sala de aula. Era uma das filhas mais velhas do total de 07 (sete) filhos, era a responsável por lavar toda a roupa da família, à beira do Rio Paraíba, desde muito nova trabalhadeira.

Em sua época, as meninas não frequentavam escola, ficava em casa fazendo todos os fazeres do lar. Eram apenas os meninos com quem os pais se preocupavam em enviar à escola a fim de que pelo ao menos aprendessem a ler e escrever. Segundo Dona Diva, seus pais não queria que aprendesse a ler e escrever, pois só assim não trocaria bilhetes com os rapazes.

Só que de tanto insistir Dona Diva conseguiu um salvo conduto, seus pais lhe permitiram que fosse à escola em companhia de seu irmão Guilherme. Então, nos dias que Guilherme queria ir à aula, Dona Diva também ia, mas não durou mais do que 04 semanas, pois Guilherme não queria saber dos estudos, e seus pais não eram como ela foi (pois muito brigou, insistiu e castigou seus filhos para que concluíssem os estudos), eles simplesmente não persistiam para que o seus filhos frequentasse a escola, assim Dona Diva não pode estudar.

Só que Dona Diva, não se conteve, sendo lhe grande a vontade de ler e escrever, esta não desistiu de seu sonho. E no caminho para as lavagens de roupas encontrava cartas, cartas de amor de sua prima, as quais eram lidas e jogadas na estrada para não serem descobertas. E coube ao destino trazer as cartas ao encontro de Dona Diva, garotinha de curiosidade aguçada - coisa de mulher - aprendeu a ler sozinha e escrever sozinha e mais tarde se aperfeiçoou lendo a Bíblia, da qual se tornou inseparável. Foi juntando às letrinhas, galgando degraus, somado a força da vontade em realizar um sonho, se deu a conquista, assim aprendeu a ler e escrever.

Ela é um dos mais de tantos exemplos de mulheres íntegras, cujo valor não se encontra em um corpo esculpido, em uma sensualidade extravagante, o seu valor muito excedeu a de rubis, tendo deixado um legado que será eternizado nas gerações futuras.

O mês de março é comemorativo as mulheres, mas que o dia Internacional da Mulher não seja apenas uma data para homenagear as mulheres nas lutas e conquistas ao longo do tempo, pela constante busca por direitos e igualdade, mas também, para refletirmos sobre o verdadeiro papel da mulher na sociedade.

Tem um ditado popular que diz: “Por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher.” Mas, mulher não foi feita para estar atrás, a posição da mulher deve ser de paridade.

À mulher, que antes exercia o papel apenas de progenitora. Concernente às conquistas sociais e políticas, passamos a ter lugar de destaque na sociedade, no campo profissional, fazemos o que os homens fazem, porém de salto alto.

Com o passar dos anos, percebemos que nós mulheres, ganhamos muito mais atribuições devido ao espaço conquistado na sociedade. E cada vez mais em postos elevados, mais sentimos a pressão desta competitividade, e a tendência é distanciarmos da família, e é nesse ponto que devemos dar destaque a nossa principal função, por sermos as progenitoras, algo imutável, eis que divinamente estabelecido.

Nesse ponto, a família, a criação e educação de filhos, é esse papel que não podemos delegar. As mulheres que hoje tem a opção (não por imposição como já fora um dia) por continuar como Dona Diva, merecem nosso valor e respeito, pois são responsáveis pelo berço social, pois o que buscamos nada mais é do que o lugar de paridade, sem, contudo de nos distanciarmos para principal função.

O segredo da mulher virtuosa é a maneira sábia de amar a Deus sobre todas as coisas e administrar sua família, seu trabalho.
(Provérbios 31)
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