As ruas, a
praia, as praças e os parques estão vazios. Na noite do bairro turístico reina
o silêncio. Sem a efervescência do ir e vir dos turistas; sem os moradores; sem
os vendedores ambulantes com suas bugigangas; sem os artistas de rua. Um número
reduzido de pedintes e de pessoas em situação de rua, tristemente, ainda,
circulam pelas ruas.
Vale recordar: um memorável momento em família na noite do histórico bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, admirando o talento da cantora Mary Soares |
Não há ninguém dizendo "garçom,
traz mais um"; não há risos se espalhando pelo ar; não se ouvem as vozes
dos amigos em conversas animadas; não há a algazarra feliz dos encontros. Não
há música. Não há dança. Não há abraços afetuosos e beijos apaixonados. Não há!
Nos estabelecimentos, com suas portas
fechadas, na escuridão dos salões vazios, também, reina o silêncio e certa
melancolia paira no ar.
Os poucos carros que trafegam pelas
ruas e avenidas do bairro transportam pessoas assustadas, receosas de
contraírem a nova doença que chegou com força no país tropical.
Recebendo em casa amigas e o professor de dança de salão Marcos Teixeira. Separados agora, mas breve voltaremos a nos encontrar |
Os vidros fechados dos veículos
particulares não são mais uma medida de segurança contra a violência urbana,
eles formam uma barreira entre os seus passageiros e o inimigo invisível e
desconhecido que pode estar em qualquer parte, que, infelizmente, pode estar em
toda a parte.
No bairro, na cidade, no mundo, todos
temem pelo presente e pelo futuro. O medo de contrair a doença; a possibilidade
dos sistemas de saúde, segurança e abastecimento entrarem em colapso, essas são
as preocupações que predominam nesses dias de pandemia.
Selfie do ano passado, comemorando meu aniversário com meu marido, minha mãe, irmão, irmãs, cunhado, sobrinhos e amigos. Tenho fé! Viveremos outros momentos assim!! |
A solidariedade se manifesta mundo
afora. Vizinhos deixam bilhetes nos elevadores oferecendo-se para fazer compras
de mercado e farmácia para os que não podem sair de suas residências;
profissionais de todas as áreas divulgam vídeos pelas redes sociais
disponibilizando seus serviços; artistas, com a sua arte, das janelas de suas
residências ou via internet, amenizam um pouco a solidão e o tédio desses dias
de recolhimento obrigatório.
O egoísmo e a ganância, em alguns
casos, mostram a verdadeira face de alguns comerciantes que se aproveitam do
momento de crise para aumentarem seus lucros. Isso, também, faz parte da triste
realidade desses nossos tempos difíceis.
O cenário é de um filme de cinema
catástrofe. Lamentavelmente, a fantasia saiu das telas e invadiu nossas vidas e
a realidade dos nossos dias. O futuro, sempre incerto, nos preocupa e nos faz
refletir sobre os verdadeiros valores dessa nossa vida.
Muito especial: meu Grupo do Projeto Maturidade da CABERJ, na passeata contra violências perpetradas contra os idosos no ano passado |
No presente, no aqui e no agora,
precisamos sobreviver a esse vírus e à todas as mudanças e consequências
nefastas que ele trouxe para a nossa rotina.
Que sejamos fortes, física, mental e
espiritualmente, para superarmos essa doença. Tudo isso vai passar e sairemos
dessa crise melhores do que quando ela, sem pedir licença, bateu em nossas
portas.
Eu creio na força da solidariedade e
na capacidade de adaptação de todos nós.
Deixo o meu aplauso e a minha gratidão
a todos os profissionais que continuam exercendo o seu ofício, apesar de todos
os riscos; aos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem ao pessoal da segurança
e à equipe de limpeza; dos operários do chão das fábricas aos caminhoneiros que
abastecem esse Brasil de extensões continentais; dos repositores de mercadorias
aos caixas e aos entregadores; aos operadores de transportes, dos taxistas aos
moto boys.
Minha gratidão e meu reconhecimento a
todos aqueles que exercem profissões "invisíveis". Vocês fazem desse
mundo um lugar melhor e mais seguro para se viver. Nesse momento, mais do que
nunca, vocês são indispensáveis.
Por mim, por você, pelos nossos
idosos, pelas nossas crianças, pelas futuras gerações, pelos profissionais que
estão se expondo todos os dias aos riscos de contágio, por todos nós: FIQUE EM
CASA!
Nota
da Escritora: Nos grandes centros urbanos, nas capitais, no interior, na zona
urbana ou na zona rural; o cenário pode ser diferente, mas a nova rotina se
impõe a todos nós.
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