Mulheres criam
redes de apoio, se ajudam, criam laços, sonham e crescem juntas. São elas que através de palavras, atitudes e gestos
impactam a vida de outras mulheres. E, como seria belo conectá-las através das
palavras que escrevo, como seria singelo tocá-las e trazer à tona os mais
nobres sentimentos do prazer da existência, da beleza de ser mulher.
Paula participando em Congresso defendendo a valorização da profissão de Enfermagem, na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos |
Estamos
nos aproximando do dia internacional da mulher, e fiquei pensando em como
poderia homenagear as mulheres da minha vida. Lembrei de todas aquelas que me
auxiliaram no processo para me tornar quem eu sou hoje. Imaginei ainda aquelas
que estarão ao meu lado na construção da
mulher que serei no futuro. Mulheres que vivem no mesmo período histórico em que
vivo e que não importa o lugar do mundo, acordam todos os dias, e assumem os
seus papéis sociais.
Conscientes
ou não, elas escolhem diariamente os papéis que desejam desempenhar nas sociedades. Dotadas
de uma sensibilidade natural, amam profundamente e se doam aos desejos de suas
próprias vidas. Seres especiais que tornam esse mundo mais colorido e sensível.
Ao mesmo tempo, criam, inventam, transformam, fazem realmente acontecer. Mostram
ao longo dos séculos que podem unir a sua sensibilidade a força que traz resultados.
Nos variados ambientes sociais são capazes de associar as peculiaridades
femininas às suas habilidades e competências,
trazendo a cada dia mais transformações nos ambientes que se
apropriam.
Ao
passar das gerações as mulheres vêm se diferenciando, e o meu desejo é que esse
progresso continue afim de promover a liberdade
da mulher, considerando também que esta vale muito mais do que mil padrões já
estabelecidos. Através das minhas experiências ao redor do mundo conheci
mulheres incríveis, e o convívio com elas me fez alcançar
um novo olhar sobre ser mulher.
Aprendi que a educação e a cultura podem tentar padronizar os comportamentos
femininos, mas por meio do conhecimento e das vozes de outras mulheres é
possível criar um ambiente de respeito à identidade, história, singularidade,
desejos e escolhas.
Paula é Enfermeira em Wiesbaden, cidade alemã próxima a Frankfurt |
Sempre
tentei aprender ao máximo com todas as situações, e é assim que descubro a cada
dia a mulher que quero ser, e o mais interessante, é saber que minha percepção
irá mudar a medida que envelheço, a medida que o meu conhecimento se expande, a
medida que as experiências de vida se acumulam. Esse caminho me instiga, me atrai
e me fascina ao mesmo tempo.
Poderia
descrever muitas histórias que vivenciei morando nos EUA e na Alemanha, pois convivi
não somente com mulheres americanas, bem como colombianas, brasileiras,
alemãs, croatas, marroquinas, japonesas, sauditas, húngaras, espanholas, dentre
outras. Conhecer a história e a perspectiva dessas mulheres me incitaram a um
mergulho em suas realidades, e assim, pude compreender melhor seus sentimentos, perspectivas, comportamentos, ideias e
escolhas de vida.
As
americanas me ensinaram sobre a ideia do
“faça você mesma” e me incentivaram a apostar em minhas próprias
ideias. Sempre fui acostumada a ir ao salão de beleza aos finais de semana no Brasil.
Porém, na cidade onde morava nos Estados Unidos, não encontrava profissionais que realmente
gostasse. As americanas me mostraram que
eu podia ser a minha própria cabeleireira, e assim, eu aprendi a cuidar, cortar
e fazer penteados americanos que nunca imaginaria que poderia fazer sozinha. Após
postar fotos nas mídias sociais, amigas brasileiras me perguntavam qual era a cabeleireira que estava cuidando do meu cabelo, e ousei a dizer: Eu mesma! Este
fato foi realmente muito engraçado e interessante ao mesmo, pois tentei algo
novo e tive ótimos resultados.
Com a amiga Evelyn, que a incentivou ir para os EUA |
Além
do conceito de fazer por conta própria, as americanas me ensinaram que poderia ter minhas próprias ideias e
colocá-las em prática. Não havia nenhum problema em tentar algo novo, afinal eu
só poderia ter dois resultados: ou daria certo ou daria errado, e com certeza
aprenderia algo com minhas ações. O mais importante então, seria ter minhas
ideias em movimento e aprender com os resultados.
Por
outro lado, aprendi também o valor e a importância da troca de conhecimentos. A medida que ensinava espanhol para as
americanas, elas me ajudavam a praticar o inglês. Assim, juntas, construíamos
nosso próprio saber, agregávamos mais conhecimento e nos fortalecíamos para o nosso
futuro profissional.
Paula com a amiga Roberta Magalhães, que a ajudou na adaptação na cidade de Boise, em Idaho, nos Estados Unidos da América |
Não
posso esquecer de outra estudante colombiana
que tinha o sonho de cursar o mestrado nos Estados Unidos e estava a procura de
um trabalho na Universidade para custear seus estudos. Nessa procura, ela
encontrou uma vaga para assistente de pesquisa na qual a candidatada tinha que
ter o domínio da língua portuguesa, ela
me informou da vaga e foi assim que consegui uma oportunidade para atuar na
área de pesquisa na universidade.
Ao lado da professora Sandra Chaves, no seu tempo de UFF |
Por
isso, no dia internacional da mulher, valorize a mulher que existe dentro de
você e também aquelas que caminham ao seu lado. Valorize aquelas que querem ver você brilhar cada dia
mais longe e com mais força, permitindo que você desfrute do seu valor e propósito.
E nunca esqueça de se comprometer com sua jornada, se possível, faça dela uma
linda caminhada repleta de muitos sonhos, projetos e, principalmente, de muita paz, amor e felicidade.
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