A cidade de
Berlin, assim como todo o mundo, enfrenta o grande desafio contra o
Coronavírus. O primeiro Lockdown, há quase um ano, foi um sucesso. As medidas
restritivas mais severas foram aplicadas, acarretando o avanço do trabalho em
Homeoffice, cancelamento de eventos públicos e o fechamento de museus, comércio
e restaurantes.
A advogada campista, Drª Ana Luísa, fala da Covid em Berlim |
O Comércio foi quem mais sofreu com o Lockdown, se reinventou para enfrentar a crise: além de vender pelo telefone e internet e disponibilizar o serviço normal de entrega, criaram o sistema de “Express Abholung” no qual o produto é encomendado e o cliente retira na loja desejada sem as despesas de envio. O mundo não era mais o mesmo.
Consequentemente, em quase três meses, os números diminuíram, acarretando maiores flexibilizações. “Quase voltamos” à normalidade, mas sempre com uso de máscara (Maskenplicht) e distanciamento social (Abstand) de 1,5m . Essa era e ainda é a regra, que infelizmente nem todos respeitam...
O inverno mantém os espaços públicos vazios, mas e quando o verão chegar? Essa é a pergunta que autoridades e cientistas se fazem, na Alemanha e em vários países da Europa |
Nesse período ainda não tínhamos vacina e o inverno estava próximo. A segunda onda já era mais que prevista. Conforme anunciou Cristian Drosten, virologista Chefe do Hospital Charité, a segunda onda seria bem mais forte, entretanto não contávamos com o fator das mutações com alta taxa de contágio.
Consequentemente, a Alemanha está em Lockdown desde o dia 13 de dezembro de 2020 com a obrigatoriedade do uso da máscara FFP2. Semana passada o governo decidiu estender o Lockdown até dia 28 de Março de 2021. Surpreendentemente tal extensão veio com flexibilização, como abertura gradual das escolas para o ensino presencial, do comércio e disponibilização de testes de Covid-19 rápidos e gratuitos para toda população.
Distanciamento de um metro e meio entre as pessoas |
A meu ver, medida muito precipitada pelo fato da vacinação atualmente estar absurdamente lenta. Mesmo assim, muitas pessoas estão recusando a vacina Astrazeneca, inclusive da área de saúde, alegando baixa eficácia. Com isso o grupo de prioridade pode ser revisto, mas nada oficial.
Berlin é a cidade que expressa liberdade, e para alguns o Lockdown e as medidas restritivas são vistos como um "atentado" à constituição.
Por isso a minha grande preocupação são os dias mais quentes. Há duas semanas, já tivemos uma “prévia do verão” (18ªC): esquentou e todos correram para os parques. Pouquíssimas pessoas com máscaras e não respeitando o distanciamento, assim como grupos contra o as medidas sanitárias ligadas ao partido de extrema direita AfD crescendo cada vez mais... Nada comparado ao que está acontecendo no Brasil, mas com essa “pequena” atitude, os casos que haviam diminuído voltaram a aumentar.
Ana Luíza e Vanderson, num raro momento fora de casa |
Alguns hospitais de Berlim já estão superlotados. Se todos não forem vacinados até o verão, muita gente vai morrer. Entretanto, o governo prometeu que a partir do final de março podem ser aplicadas também nos consultórios médicos, acelerando assim o processo de vacinação no país inteiro. Vamos aguardar esperançosamente os próximos passos, afinal, já se fala em terceira onda.
Devemos ter em mente que o Covid-19 não tira férias, não escolhe nacionalidade, cor nem classe social. Seja em Berlin ou em qualquer outro lugar do mundo, é preciso que as pessoas percebam que o nosso “ser individual” faz parte de uma sociedade, e que precisamos deixar o egoísmo e o individualismo de lado.
Fila da Loja Saturn-os. Clientes usaram o serviço 'Express Abholung. Compram online e vão só retirar nas lojas
Se não trabalharmos em conjunto, em prol da sociedade como um todo, jamais venceremos o Coronavírus. Talvez esse seja um dos maiores desafios da humanidade.
NOTA: O VERÃO NA ALEMANHA OCORRE NOS MESES DE JUNHO, JULHO E AGOSTO.
No Brasil a situação é muito preocupante. Estamos todos vivendo com muito estresse e medo. Somente Deus para nós amparar e nos proteger desse vírus maldito.
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