Maria Genilce Aguiar Pinheiro: Uma Mulher que Diariamente Supera a Dor da Saudade

Não é difícil falar de nós mulheres admiráveis. Mulheres que lutam pelos ideais e transformam suas vidas com garra e persistência. E como diz Martinho da vila: "mulheres cabeças e desequilibradas, mulheres confusas, de guerra e de paz".

Com meu filho Yuri, guardado eternamente no meu coração

Todas essas mulheres fazem alguém feliz!!! Profissionais, amigas, parceiras e acima de tudo "mães".

Quantas vezes tenho que voltar meu olhar para "Maria de Nazaré". Tenho que pensar o quanto esse amor transformou o mundo! Claro que nem chego perto dessa perfeição, pois "Essa é DIVINA". Hoje entendo que o CÉU é para os fortes.

Para falar de mim ... Como me descrever? Meu nome é Maria Genilce Aguiar Pinheiro, filha de Nilcy Aguiar Pinheiro e Sebastião Lopes Pinheiro. Meu pai querido, que perdi faz apenas dois meses, aos 95 anos.

Esse casal enviado por Deus me fez guerreira, com os ensinamentos aos quais sempre acreditaram. Em 1992 estava grávida de sete meses, e muito feliz porque eu sabia que seria um menino. Meu anjo que chegaria para transformar minha vida.

Com minhas irmãs e meu pai Sebastião Lopes Pinheiro

De alguma maneira Deus sempre falou comigo: “seja forte, pois você é minha filha pecadora, mas sei que és forte”. Presenciei em minha vida um amor sem igual. O amor dos meus pais era tão lindo... Lindo aquele casamento. Porém não tive a mesma sorte e bênção.

No dia 11 de julho de 1992, perdi minha mãe num acidente de carro, no qual o meu pai era o motorista. Foram dias difíceis, tristes e muito sofridos. Meu pai dizia: "matei o amor da minha vida; matei a Cysinha". Dias tristes, pela depressão que abateu meu pai. Vi mamãe partir e meu pai se sentindo culpado pelo acidente.

Fiquei perdida por um tempo, apesar de Deus sempre falar comigo. Suportei aqueles pesadelos da vida real.

Meu Iury chegou em 19/09/92. Que menino lindo! No ano de 2006, meu filho com 14 anos, foi meu anjo protetor. Tive uma doença rara (na época era rara): a síndrome de Guillain-Barré. Morri por nove meses, só movia os olhos.

Junto com minha família e meu filho, superei a Guillain-Barré. Iury foi meu guardião, quando se ajoelhava na madrugada e dizia: “senhor não leva minha mãe, me leva, pois sem ela não posso viver".

Graças à Deus e o amor de Maria me recuperei. Em 2013, o triste e inesperado aconteceu. Meu filho, meu amor, meu Iury, foi morar com Deus. Foi vítima de um acidente de moto. Surtei, lutei e sofri muitas vezes, por não aceitar essa partida.

Eu acredito que todos possuem um papel a desempenhar em vida. Superar as dificuldades e crescer como seres humanos, não é uma opção. É uma necessidade

Hoje entendo que cada um tem uma missão nessa vida terrena. Essa era a missão do meu filho: cuidar de mim e me guardar. E me guardará para sempre.

A morte não me leva mais nada. Tenho que fazer enquanto vivo na vida terrena.

Difícil? Sim! Muito!! Pois nós, que já perdemos uma parte nossa, temos que acordar a cada dia, com a capacidade de nos reinventarmos.

Deixe apenas o seu melhor, porque é isso que Deus vê e recebe. Não deixe que a morte leve tudo de você. Apenas o que você pode suportar.

Beijo no coração de todas as mulheres! Principalmente naquelas que passaram ou passam por grandes perdas.