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terça-feira, 19 de março de 2019

A história da itaocarense Luciana Lima: Um Conto de Fadas que Não é Conto de Fadas, Mas sim a vida Real

Sabe aqueles Contos de Fadas da menina que supera mil dificuldades e conquista sonhos que pareciam impossíveis? A história que vai ler abaixo é exatamente assim. Só não é um Conto de Fadas. É a história de uma Mulher MUITO CORAJOSA, que enfrentou diversos desafios. Foi para um país distante e conseguiu vencer. Mas está longe de acabar. Pelo contrário. No bate papo abaixo, a itaocarense Luciana Lima, deixa bem claro que ainda quer conquistar muito mais.
Luciana Lima e sua Mãe Marly nos Estados Unidos
Nova Voz On Line – Você é uma mulher admirável. Tinha sonhos de progredir desde a infância. De origem muito humilde, inúmeros foram os desafios, no caminho entre Itaocara e os dias de hoje, na Flórida. Quando olha pra trás, consegue acreditar que conseguiu chegar tão longe?
Luciana Lima - Sendo de família humilde e por ter passado uma infância tão sofrida, sempre soube que na vida nada vem de graça e sim conquistamos com muita luta. Meus pais sempre foram humildes (pai-pedreiro/mãe-cuidadora de idosos). Contudo tiveram o maior de todos os conhecimentos que os pais podem passar para os filhos: o amor por eles. Deram tudo para que nós (eu, minha irmã e meu irmão) pudéssemos frequentar um colégio, para conquistar o que não puderam. Dentro das possibilidades, em função dos amargos limites financeiros, sempre nos ensinaram a acreditar num amanhã melhor e jamais passar por cima ou humilhar ninguém. Se entendêssemos isto, poderíamos ser alguém na vida.

Nova Voz On Line – Você sempre trabalhou?
Luciana Lima - Desde criança. Comecei a trabalhar para pagar minhas roupas, meus sapatos e ter meu material escolar. Quando olho pra trás, acredito que cheguei onde estou por nunca deixar de lutar. E quero continuar lutando para ir mais longe. Agradeço a Deus e todos que participaram das minhas conquistas. Desde meus vizinhos, que tenho como exemplo, a citar: Elizabete Pinho, Dona Lucíola Leite, o Augusto do Restaurante Vereda, a tia Jasias, Marlene Rocha, Gilberto Ximenes (e família), o Wesley Pinheiro, que é outra pessoa que tenho grande admiração, que conquistou a todos com o trabalho que faz no salão de beleza. Também os meus familiares, que participaram da minha infância ativamente, incluindo a família do jornal Nova Voz, onde trabalhei e faz parte da minha historia, contribuindo muito para o meu presente.

Nova Voz On Line - Como foi seu início de vida nos EUA?
Luciana Lima - Cheguei aos EUA com 19 anos, em 1999, junto com o meu marido, Edimar Gualberto. Nunca havia saído de Itaocara para morar em qualquer outro lugar. Sempre estudei em Escola Publica. Apesar dos esforços dos meus professores, o inglês sempre foi um bicho papão. Porém, com a ajuda e o apoio do Edimar, fui aprendendo a nova língua, conquistando vitórias.

Nova Voz On Line – Não deve ter sido fácil.
Luciana Lima – Super difícil. Comecei do zero. Trabalhava e estudava. Em dado momento cheguei ao limite, mas não desisti. Por ser imigrante, busquei uma escola e conclui meu ensino médio. Trabalhava fazendo faxina, limpando casas aqui na América. Sabia que era fundamental estudar, para não perder as oportunidades. Agradecia por isso. Foi difícil? Sim! Mas consegui vencer o bicho papão. Tornei-me fluente em inglês. Ingressei na Universidade, me graduei como Enfermeira, me formando entre as melhores da classe.

Nova Voz On Line – Que legal!
Luciana Lima – Não parei por aqui. Em 2020 terminarei outro Curso Superior. Tenho novos sonhos a realizar.

Um Duro Golpe da Vida

Nova Voz On Line – Desde a chegada aos EUA, até reencontrar sua família, pai, mãe, irmão e irmã, novamente, levou quanto tempo?
Luciana Lima – A resposta a essa pergunta é bem triste. Passei anos sem ver minha família. A saudade era imensa! Mas segui firme com o apoio daqueles que me amam aqui. Depois desse tempo, minha volta a Itaocara foi numa situação terrível. Retornei não a passeio. Mas por um momento muito triste: meu pai estava muito doente. Escrevo, lembro e me emociono. Cheguei a Itaocara e dois dias depois, estava enterrando meu pai. Essa lembrança ainda dói.

Nova Voz On Line – Não sabia disso.
Luciana Lima - Foi um misto de alegria, por reencontrar a família, e tristeza, por ver meu pai em seus momentos finais. Ele só me reconheceu pela aliança que eu usava. Depois de um ano revi minha família novamente, mas parte dela havia se tornado uma eterna saudade.

A Filha Aaliyah
Luciana disse que a filha Aaliyah veio para completar sua história
Nova Voz On Line – Vamos falar de uma alegria então. Conte-nos sobre como foi se tornar Mãe? Quando viu aquele bebezinho em seus braços, pela primeira vez, o que sentiu?
Luciana Lima – Minha filha Aaliyah veio pra completar minha historia, construindo um novo capitulo. Foi difícil. Passei diversos perrengues. Tive o apoio de amigos. Principalmente do meu marido e companheiro, Edimar. Senti muito estar distante da minha mãe neste momento. Queria poder gritar ‘socorro’ pra ela, quando a Aaliyah chorava com dor de barriga. Todo esforço que tive com minha filha, me fez valorizar ainda mais, a minha mãe. Descobri o motivo pelo qual ela fez tudo por mim, que é o amor de Mãe. Assim como ela fez por mim, agora sou capaz de dar minha vida pela minha filha, em qualquer momento que ela precisar. Ser Mãe é isso: respiramos todos os dias pelos nossos filhos.

Nova Voz On Line – Então é verdade? Ser Mãe faz valorizar as próprias Mães?
Luciana Lima – Aumenta nossa gratidão. Minha Mãezinha Marly vive pensando no melhor pra mim. Não importa se já sou adulta e Mãe também. Faz vinte anos, ela e o meu pai me disseram que filho se cria para o mundo. Me deixaram partir sem podar meus sonhos. Se hoje cheguei onde estou, foi pelo apoio da minha Mãe, por suas orações, por sua bênção. Graças a Deus minha heroína está entre nós, pra ver cada sonho que conquisto.

Nova Voz On Line – Por suas palavras, nota-se que ser Mãe é Super Especial.
Luciana Lima - Ser Mãe nos aproxima de Deus. Quer seja mãe natural ou por adoção. Nos alimentamos do amor que temos por nossos filhos. Passamos a pensar diferente. A ver tudo com outros olhos. Não nos torna diferentes como mulheres, pois tendo ou não filhos, merecemos o mesmo respeito. Mas nos faz mudar atitudes. Passamos a existir para a existência de alguém, e essa transformação nos completa.

Nova Voz On Line – Você já falou da sua Mãe e da sua filha. E sua irmã, Aparecida?
Luciana Lima – Eu amo demais!!! E isso, mesmo ela sendo chata (risos com choro). É minha melhor amiga!!! O ombro que tenho pra chorar e o abraço pra sorrir. Posso contar com ela SEMPRE. Ela é capaz de se privar de seus sonhos, para realizar os meus. É até difícil escrever sobre ela, tamanha minha gratidão. Como escrever sem chorar? Impossível! Não posso esquecer o meu irmão Luciano. Pessoa que também amo imensamente! Sem vocês seria muito difícil caminhar. Vocês são a minha existência. Sou grata a Deus pela família que me deu.

Nova Voz On Line – Pensando no futuro da Aaliyah, dos desafios que ela ainda terá pela frente, quais são suas principais preocupações, como Mãe e Mulher?
Luciana Lima - Como mulher desejo que Aaliyah se realize profissionalmente. Que se encontre e se respeite. Tenha garra! Nunca desista dos sonhos que tiver. Que se lembre que nasceu na Terra das Oportunidades. Num país sonhado por muitos: os Estados Unidos da América. Nunca esqueça também, que é Americana, mas o sangue da origem dos seus pais é Brasileiro. Sempre lhe digo: “Aaliyah nosso povo não desiste nunca! Persiste até conquistar!”.

Nova Voz On Line – E ela tem seu exemplo, não é mesmo?
Luciana Lima – Não só o meu. A avó e a tia são duas mulheres de grande coragem também. Desejo que ela seja uma mulher de inúmeras realizações. Mas se algum dia tropeçar e cair, estarei ao lado dela, para ajudar a ficar de pé. E quando se erguer novamente, estarei de pé ao lado dela aplaudindo suas vitórias. Tenho certeza que Deus a protegera depois que eu partir.

Nova Voz On Line – Encerrando, gostaria que deixasse uma Mensagem para os leitores da Nova Voz Online.
Luciana Lima – Em 2019 completam vinte anos que parti de Itaocara para construir minha história na América. Quero deixar palavras de incentivo: não desistam dos seus objetivos! Eu consegui e você também é capaz de conseguir conquistar seus sonhos. Eu AMO ITAOCARA. Ser itaocarense está no meu DNA. Agradeço a todos os amigos. Aos meus professores do Colégio Estadual Frei Tomás e do Colégio Municipal Nildo Caruso Nara. Professores como Ana Bucker, Sirlei, Lenise, Zoneide, Cristiani Rosa, Jane Blanc, e muitos outros tão importantes. Quero agradecer também a você Thompson e a Cristiane. Dizer que sei que estão sentindo falta da sua mãezinha, a Dona Irenice, uma grande mulher. Como ela era carinhosa. Sempre foi amorosa comigo. Não tem como nos esquecermos dela. Podem ter certeza: vocês são parte da minha família em Itaocara.

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