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sexta-feira, 8 de março de 2019

Minha querida Mãe, Uma Maravilhosa Mulher – Texto: Cristiane Thompson

Eu e minha mãe no último Ano Novo antes de perdê-la para sempre

Março tornou-se o mês de referencia para as mulheres. Acho que os dias de homenagear as mulheres são todos os dias, devido às jornadas duplas, triplas que enfrentamos, buscando sempre fazer o melhor para nós e nossas famílias.

Eu tive o privilégio de ser gerada e educada por uma das mulheres mais incríveis que conheci: minha Mãe Irenice Fernandes de Azevedo. Uma pessoa com capacidade impar de acreditar num amanhã melhor. Uma mulher nascida em Três Irmãos, que teve o privilégio de ser criada pela dona Iná Boechat, que lhe deu uma formação política e a oportunidade de ver de perto como as coisas funcionavam, num tempo onde as mulheres tinham pouquíssimos direitos como cidadãs.

Minha Mãe aprendeu o nobre ofício de costurar. De suas mãos saiam vestidos maravilhosos, roupas que ela confeccionou e fizeram muita gente viver momentos de profunda alegria. Já morando no Rio, tornou-se modista e teve a oportunidade de trabalhar em empresas de grande porte, como a Fábrica Nacional de Roupas.

Noutro momento, numa confecção voltada a Alta Costura, fez diversas coisas maravilhosas. Na época, essa empresa tinha um contrato com a Rede Globo, costurando para o figurino de uma famosa novela, chamada Brilhante. Boa parte das roupas usadas pela atriz principal da novela, Vera Fischer, saíram das mãos da minha mãe.

Em função de problemas familiares, viemos morar em Portela, Distrito de Itaocara. Então surgiam várias confecções em Cambuci e minha Mãe, tenho orgulho de dizer, ajudou a montar. Fora os clientes particulares. Muitas vezes, caros leitores, minha mãe chegava cansada em casa, depois de oito horas de serviço e ia para máquina, continuar a costurar, pra atender seus clientes particulares. Fez muitas roupas lindas, para os bailes, as viagens, as formaturas e grandes festas da região. Assim podíamos pagar o aluguel, fazer as compras do mercado, pagar a luz, a água e todas as despesas que quem sustenta uma casa, sabe que existem.

Um trabalho inesquecível foi às becas de formatura, confeccionas para a Faculdade de Direito em Coimbra/Portugal. Na época a também saudosa Dona Estefânia, mãe da Maristela Mesquita, conseguiu esse serviço através dos contatos que tinha no Rio. Foi uma loucura. Muita correria. Minha mãe trabalhou incansavelmente e ficou extremamente feliz ao cumprir o prazo.

Apesar de ter vivido num tempo em que tínhamos muito menos direitos, minha mãe nunca aceitou o papel de Ser fragilizado. Ela não podia. Sabia que precisava ser forte para criar dois filhos e viver sem depender de alguém. Dizia-me sempre: ‘esposa não é profissão’. Que mulher para ser feliz, tem que ser independente financeiramente.

Apesar dessas jornadas todas, minha Mãe nunca terceirizou a educação minha e do Thompson, meu irmão. Pelo contrário. Sempre acompanhou nossa vida escolar, cobrou os deveres de casa, participava das reuniões na escola, era quem nos levava ao médico e ao parquinho, para brincar. Sempre esteve presente em nossas vidas. Nunca aceitou o papel de coitada. Foi senhora de sua mente e de suas ações. O Budismo, religião que nos deixou de herança, tornou-a ainda mais segura e determinada a vencer os obstáculos da vida.
Minha Mãe me ensinou e agora é minha missão educar minha filha
Nos 46 anos que convivemos, nunca ouvi minha mãe dizer que seria impossível superar esse ou aquele problema. Mesmo no último ano de vida dela, quando já estava adoentada e debilitada e perguntávamos como ela estava se sentindo, respondia com sorriso: ESTOU ÓTIMA! (Lembro-me disso e me emociono).

Neste Dia Internacional das Mulheres, neste mês de Março, que nos pertence, eu diria que o que mais desejo pra minha filha Giovanna, é que tenha esse espírito da avó. Que minha filha tenha a generosidade no coração, que minha mãe sempre teve. Preocupando-se com os outros, mais do que com ela mesma. E no enfrentamento dos problemas naturais da vida, adote a frase que minha mãe sempre citava: NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO COM UMA NOITE NO MEIO.

Obrigado aos leitores da Nova Voz On Line, que cada vez mais prestigiam nossa publicação. Muito obrigado as Mulheres Maravilhosas, que estão enviando textos fantásticos. IREMOS PUBLICAR TODOS, até o dia 31 de Março. Obrigado aos anunciantes que nos permitem viver do que aprendemos a fazer como profissão, que é contar boas histórias e buscar incentivar as pessoas a serem felizes, tendo um olhar mais humano para o Mundo.

Um beijo nas Mulheres Maravilhosas!

Encerrando, ofereço os versos abaixo, escritos por meu Mestre, Daisaku Ikeda:

As mulheres são a personificação da verdade.
As Mulheres são a própria Vitória.
Não importa quanto sejam enganadas ou Atacadas por forças malignas, Elas vencem no final.

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1 comentários:

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