A autora do artigo é a Professora Rachel Audízio M Mota,
Diretora do Maternal Chapeuzinho Vermelho – UICMA. Ela é Bacharel em Teologia, Licenciada
em Filosofia, Licenciada em Pedagogia, Pós-graduada em Gestão e Supervisão Escolar e Mestranda em Educação.
Rachel Audízio - Diretora do Chapeuzinho Vermelho UICMA |
Como o maestro de uma orquestra ou o
comandante de uma grande aeronave. É assim que vejo os diretores de uma escola.
As nações que priorizam a educação, consideram o cargo como o mais importante,
depois do professor, na sociedade, conforme apontam pesquisas internacionais,
como a feita pela Wallace Foundation em 2011.
No Brasil, entretanto, falta muito para
atrair líderes para o cargo. Capacitá-los com qualidade e criar boas condições
de trabalho, esse é o grande desafio. Com poucas exceções, exige-se pouca
competência de quem quer assumir o posto nas escolas. E os treinamentos, deixam
muito a desejar.
Os mantenedores das escolas têm grandes
exigências para cumprir ao colocar um gestor à frente de sua escola. Essa é
mais uma das grandes diferenças entre escolas Públicas e Privadas. O primeiro
grande problema é a forma e como são selecionados os diretores no Brasil. Em
dez estados, os ocupantes desses cargos são escolhidos por indicação política –
sistema desaconselhado pelos educadores, por facilitar o uso político do cargo
pelas escolas. O método é a base para a escolha de diretores em 40% das escolas
municipais e estaduais do país, segundo o Ministério da Educação.
A eleição é hoje a forma mais usada. Por
mais que permita a participação da comunidade, é um método falho em garantir a
competência do escolhido, já que não costuma ser acompanhado de provas que
testem as competências dos profissionais. Nem a obrigação da formação
pedagógica, o que, em minha opinião, deveria ser a primeira exigência, como é o
caso nas unidades privadas. Com a eleição pode ser escolhido um “muito
bonzinho”, que vai colocar a aeronave no espaço sem comandante. Em outros casos,
nem chega a decolar.
Outro entrave para a melhoria da gestão das
escolas no país é a falta de mecanismos que ajudem a avaliar o trabalho dos
diretores e a fiscalização dos seus atos. Especialistas concordam que o
desempenho de uma escola não depende só da atuação do diretor, mas pode um cego
guiar?
A gestão de uma escola engloba uma
complexidade de aspectos pedagógicos, materiais e administrativos, difíceis de
equacionar. E fica ainda mais complicado quando a escola funciona em regiões
socioeconômicas vulneráveis, o que aumenta o desafio dos diretores.
É por esses e outros motivos que percebo,
ao olhar para trás, a mão de Deus me guiando, o apoio familiar me sustentando e
uma grande equipe, que chamo de minha família, lutando minhas batalhas e
“comprando” meus ideais.
Ter qualificação adequada no país é
difícil, foram muitas as vezes que tive de deixar meus filhos durante longos
períodos, para buscar formação. Tantas vezes também deixei de atender meu esposo,
porque tinha que estudar. Foram muitas noites em claro, lendo os grandes
mestres da educação. E hoje sei que ser Mulher e Gestora não é para qualquer
um. Por isso minha gratidão a Deus, aos meus professores, a minha família e a
todos que trabalham junto comigo.
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