Anna Lúcia Nicolau Camara com o esposo José Carlos |
Folheando algumas páginas da vida,
percebo umas amarelecidas pelo tempo, outras ainda em um preto e branco que
demarcam uma outra realidade distante, e novas, novíssimas, coloridas, ora
expressivas, revelando um casal feliz, o nascimento de um filho, a formação de
um núcleo familiar, e ora (e tão frequentes agora), em manchetes de
intolerância pelo desrespeito, pela falta de amor uns com os outros, e de um
homem por uma mulher!
E a manchete hoje, também, e ainda
hoje, é ela: a mulher - referência de épocas, conceitos e preconceitos! Através
dela, novas gerações se formam, enquanto a deformidade de uma sociedade
corrompida pelo desequilíbrio psicológico e trágico, traz às manchetes tantas e
tantas torturas, tirando vidas, dissipando sonhos e esperanças, banalizando
crenças em atitudes insanas. E a busca continua em uma luta por aliados pelo
direito simples do coexistir: respeitadas por igual, independentes em suas
escolhas, e não banalizadas a um simples arrastar de desigualdades, que se
aproveitam de sua fragilidade em momentos de amor inconsequente ou pura e
simplesmente, por torpes e vândalos motivos. O homem está em desesperada
decrepitude em sua incompetência, em conter seus vícios, seus assédios, sua
incapacidade, enfim de tolerância e respeito a si mesmo, desestimulando de tal
forma o respeito pelo outro.
E por baixo de ternos e gravatas em
ambientes de trabalho, furtivos pelas ruas, em uma casa simples ou em uma
mansão, são ainda agentes de atos de covardia, transformando semblantes em painéis
roxos de tortura, ou acabando com vidas por ousarem opinar, definir, escolher
seus caminhos... A ousadia por ser MULHER!!!
Assim, a senhora que cuida de seus
afazeres no campo, a jovem que sai para o trabalho, a estudante que caminha
para a escola, não são meras presas sob olhares de loucos e desvairados, que se
jogam em seus caminhos. São pessoas, são mulheres, que já não caminham
tranquilas em sua rotina diária, porque o medo caminha com elas, a cada passo, a
cada movimento, a cada novo olhar.
Que hoje não apenas tenhamos um dia a
mais, escolhido no calendário, mas a lembrança permanente de que é preciso que nosso grito de alerta ecoe para
que mãos se ergam, não para bater, apunhalar, mas para dissipar o mal que nos
aflige imensamente: O desrespeito à mulher!
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